O início de 2025 trouxe um cenário de incertezas para a indústria automotiva brasileira, conforme destacado pela Anfavea. Apesar disso, janeiro apresentou resultados positivos, sendo o melhor mês desde o início da pandemia de covid-19. As vendas de veículos leves e pesados aumentaram 6% em relação a dezembro, totalizando 171,2 mil unidades. Esse crescimento coincide com a previsão de aumento de 6% para o ano de 2025 em comparação a 2024.
Por outro lado, a manutenção dos estoques em 41 dias, com um acréscimo de três dias nos pátios dos fabricantes, foi um ponto de atenção. No entanto, a produção teve um salto significativo de 15,1% em relação a janeiro de 2024, e as exportações cresceram 52,3% em unidades e 30,2% em valor. Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento de 203% nas vendas para a Argentina, refletindo a recuperação do mercado interno argentino.
Quais são as mudanças estratégicas da Anfavea?
A Anfavea ajustou sua estratégia ao longo do tempo, optando por não comentar sobre possíveis ações antidumping contra marcas chinesas, concentrando-se na questão do aumento do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos. A entidade defende que a alíquota de 35% entre em vigor antes de dezembro de 2026, visando estimular a produção nacional.
O mercado de veículos elétricos no Brasil, entretanto, apresentou uma queda nas vendas mensais, passando de 6.100 unidades em outubro do ano anterior para 3.770 em janeiro. Já os híbridos plugáveis e básicos mantiveram números mais estáveis, com 6.500 e 6.300 unidades vendidas, respectivamente. Espera-se que os híbridos básicos ganhem mais espaço no mercado com novos lançamentos ao longo do ano.

O que os consumidores planejam para 2025?
Uma pesquisa realizada pelo Webmotors revelou as intenções dos consumidores para 2025. Cerca de 68% dos entrevistados pretendem adquirir um veículo, com 37% planejando a compra ainda no primeiro semestre. As principais razões para a troca de carro incluem a necessidade de atualização do modelo e a substituição de veículos antigos.
Os SUVs continuam sendo a preferência entre os consumidores, com 38% dos entrevistados optando por esse tipo de carroceria. No entanto, apenas 2% consideram a compra de um veículo elétrico. Entre aqueles que desejam um carro zero-quilômetro, 46% preferem um SUV. Os altos preços e juros, além do desemprego, são os principais fatores que desmotivam a compra de veículos em 2025.
Como está o cenário dos combustíveis no Brasil?
A trajetória dos preços dos combustíveis no Brasil é complexa e carece de transparência. Embora o país seja autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobras mantém o monopólio da produção de combustíveis. Em 2019, houve uma tentativa de aumentar a concorrência com a venda de refinarias, mas apenas a de Mataripe foi vendida.
Especialistas apontam que a falta de transparência na política de preços da Petrobras favorece reajustes arbitrários por parte de algumas empresas. Essa situação mantém o mercado estagnado, sem melhorias significativas para os consumidores.