Você já parou pra pensar como um prédio pode contar uma história? “O Brutalista“, dirigido por Brady Corbet, consegue fazer exatamente isso. O filme mergulha no mundo da arquitetura do pós-guerra e mostra como construções de concreto podem ser muito mais que apenas estruturas.
Adrien Brody e Felicity Jones dão vida a uma história que mistura arte, imigração e recomeços. László Toth, o protagonista, é um arquiteto húngaro tentando se reinventar na América depois da guerra. É uma jornada pesada, mas necessária.
O legal é que o filme não é só sobre arquitetura. É sobre pessoas que precisam reconstruir a vida do zero. E isso todo mundo consegue entender, né?
Como surgiu esse tal de brutalismo?
O brutalismo nasceu entre os anos 1950 e 1970. O nome vem do francês “béton brut”, que significa concreto bruto. Basicamente, era a ideia de usar o concreto do jeito mais puro possível.
A galera da época queria criar algo novo, moderno. Era uma forma de dizer: “Olha, estamos construindo um mundo diferente”. Os arquitetos usavam formas geométricas simples e deixavam o concreto à mostra, sem esconder nada.
Foi um movimento que marcou época. Prédios públicos, universidades, conjuntos habitacionais – todo mundo quis experimentar esse estilo. Era como se a arquitetura estivesse gritando: “O futuro chegou!”.
Por que algumas pessoas amam e outras odeiam essa arquitetura?
O brutalismo divide opiniões até hoje. Tem gente que acha lindo, imponente, honesto. Outras pessoas acham frio, sem vida, opressor.
Na época, essas construções representavam progresso e esperança. Era uma forma de romper com o passado e abraçar o novo. Muita gente via nesses prédios a promessa de um futuro melhor.
Mas aí que mora o problema. Com o tempo, muitas dessas construções começaram a se deteriorar. Falta de manutenção, problemas sociais nos conjuntos habitacionais. O brutalismo acabou sendo associado com abandono e decadência.
Que história o filme “O Brutalista” conta?
László Toth é um cara que perdeu tudo na guerra e está tentando recomeçar. Ele chega na América cheio de sonhos, mas descobre que ser imigrante não é fácil.
O filme explora aquela tensão que todo imigrante conhece: como manter sua identidade sem abrir mão de se adaptar? László quer fazer sua arte, mas precisa sobreviver num mundo que nem sempre entende ou valoriza o que ele tem a oferecer.
É uma história sobre arte, mas também sobre belonging – sobre encontrar seu lugar no mundo. O protagonista enfrenta preconceito, dificuldades financeiras e crises de identidade. Tudo isso enquanto tenta criar algo duradouro e significativo.
Como o filme está sendo recebido pelo público?
A crítica está elogiando muito “O Brutalista“. Adrien Brody entregou uma performance que está sendo considerada uma das melhores da carreira dele. Brady Corbet na direção mostrou uma sensibilidade única para contar essa história.
A cinematografia de Lol Crawley é outro destaque. O cara conseguiu capturar a essência do brutalismo de forma poética. As imagens dos prédios de concreto ficaram quase que românticas.
O filme estreou nos cinemas brasileiros e já está sendo cotado como forte candidato ao Oscar 2025. É daqueles filmes que faz você sair do cinema pensando, sabe?
Por que esse filme importa nos dias de hoje?
“O Brutalista” chega num momento perfeito. Vivemos uma época de reconstrução constante, de pessoas buscando novos começos. A história do László ressoa com qualquer um que já se sentiu deslocado.
Na minha opinião, o filme consegue algo raro: transformar arquitetura em poesia. Ele mostra que prédios não são só estruturas – são testemunhas da nossa história, dos nossos sonhos e frustrações.
O mais interessante é como o filme resgata o brutalismo de uma forma nova. Em vez de focar no aspecto frio e impessoal, ele mostra a humanidade por trás dessas construções. László não está apenas construindo prédios – está construindo uma nova vida.
É um filme que te faz repensar como você vê a cidade ao seu redor. Aquele prédio de concreto na esquina? Talvez tenha uma história mais interessante do que você imaginava.