Em 2006, o Sistema Solar passou por uma redefinição que gerou debates intensos na comunidade científica e além. Plutão, descoberto em 1930, perdeu seu status de planeta, sendo reclassificado como um planeta-anão. Este evento foi desencadeado pela descoberta de Éris, um corpo celeste similar a Plutão, mas ainda mais distante do Sol. A descoberta de Éris levantou questões sobre o que realmente define um planeta.
A União Astronômica Internacional (IAU) estabeleceu critérios específicos para a classificação de planetas: orbitar uma estrela, ter massa suficiente para assumir uma forma esférica e limpar sua órbita de outros objetos. Plutão e Éris não atendem ao terceiro critério, o que levou à sua reclassificação. Desde então, ambos são considerados planetas-anões, parte de um grupo maior de objetos transnetunianos.
Como a ciência está lidando com o mistério do Planeta Nove?
Conhecido como Planeta Nove, surgiu a partir de evidências indiretas. Astrônomos como Mike Brown e Konstantin Batygin sugeriram que as órbitas de certos objetos transnetunianos extremos, como Sedna, indicam a presença ainda não observado. Este seria uma super-Terra, com massa entre cinco e dez vezes a da Terra.
O Planeta Nove, se existir, estaria além do Cinturão de Kuiper, uma região repleta de corpos celestes remanescentes da formação do Sistema Solar. A hipótese de sua existência é baseada no alinhamento peculiar das órbitas de alguns objetos transnetunianos, que parecem ser influenciados por um corpo massivo invisível.

O que mais pode explicar as órbitas estranhas no Sistema Solar?
Embora a hipótese do Planeta Nove seja a mais discutida, outras teorias também tentam explicar as anomalias observadas nas órbitas dos objetos transnetunianos. O pesquisador brasileiro Patryk Lykawka propôs um modelo alternativo, sugerindo a existência de um planeta menor, com massa similar à da Terra, que poderia explicar as irregularidades orbitais.
Além disso, algumas teorias especulam que as perturbações nas órbitas desses objetos podem ser resultado de interações gravitacionais passadas com outros corpos celestes, como estrelas próximas ou planetas interestelares. Outra hipótese ainda mais inusitada sugere a presença de um buraco negro primordial em vez de um planeta.
Como o Observatório Vera C. Rubin pode mudar tudo?
Em 2025, o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, promete revolucionar a busca. Equipado com a maior câmera já construída, o observatório mapeará o céu do Hemisfério Sul com detalhes sem precedentes. Se existir, espera-se que ele seja identificado nos próximos anos.
Mesmo que o Planeta Nove não seja encontrado imediatamente, o observatório contribuirá significativamente para o estudo dos objetos transnetunianos, permitindo uma compreensão mais profunda das suas órbitas e, possivelmente, confirmando ou refutando a existência deste mistério.
O que o futuro nos reserva sobre o Planeta Nove?
Enquanto a busca continua, a comunidade científica permanece dividida, mas unida na expectativa de que novas observações trarão respostas definitivas sobre a presença de um nono planeta em nosso Sistema Solar.