Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento significativo nos crimes digitais, afetando milhões de cidadãos. Mais de 40,85 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes online, segundo dados divulgados pelo Instituto DataSenado. Este aumento reflete a crescente sofisticação dos golpes, que se adaptam às novas tecnologias e ao comportamento dos usuários.
Um dos golpes mais notórios é o chamado PIX reverso, onde os golpistas fingem ter transferido dinheiro por engano para a conta da vítima, solicitando a devolução do valor. Muitas vezes, eles apresentam comprovantes falsos ou utilizam cheques sem fundo para enganar as vítimas. Este tipo de golpe se tornou cada vez mais comum, destacando a necessidade de maior vigilância e educação sobre segurança digital.
Quais são os golpes digitais mais comuns?
Os crimes digitais variam em complexidade e método, mas alguns são mais prevalentes. O furto de identidade é um deles, onde os criminosos se passam por outra pessoa para obter vantagens financeiras. Outro golpe frequente é a antecipação de recursos, que envolve a manipulação da vítima para fornecer informações confidenciais ou realizar pagamentos antecipados.
O phishing é uma técnica amplamente utilizada, onde os golpistas coletam dados pessoais e financeiros através de e-mails ou mensagens enganosas. Isso pode levar a outros crimes, como a falsificação de documentos e movimentação ilícita de dinheiro. Outro golpe notável é a falsa notificação de pontuação da CNH, onde as vítimas são levadas a acreditar que suas carteiras de habilitação estão em risco de suspensão.

Por que os jovens são mais vulneráveis aos golpes digitais?
Os jovens, especialmente aqueles entre 16 e 29 anos, são os mais suscetíveis a esses golpes. Crescendo em um ambiente digital, eles frequentemente subestimam os riscos associados à tecnologia. A confiança excessiva e o imediatismo são fatores que contribuem para essa vulnerabilidade, tornando-os alvos fáceis para fraudes relacionadas a falsos investimentos e ofertas enganosas.
O advogado Kevin Santos destaca que a familiaridade com a tecnologia pode levar a uma falsa sensação de segurança, resultando na falta de precauções necessárias. A pressa em responder a ofertas ou clicar em links sem a devida análise também aumenta o risco de cair em golpes.
Como se proteger contra crimes digitais?
Para se proteger contra fraudes online, é essencial adotar algumas medidas de segurança. Desconfiar de ofertas que parecem boas demais para ser verdade é um primeiro passo crucial. Verificar a autenticidade das fontes antes de compartilhar informações pessoais ou realizar pagamentos é igualmente importante.
- Evitar clicar em links suspeitos e nunca compartilhar senhas pessoais.
- Implementar autenticação em duas etapas em aplicativos e contas online.
- Manter-se informado sobre os golpes mais comuns e compartilhar essas informações com amigos e familiares.
O que fazer se cair em um golpe digital?
Se uma pessoa perceber que foi vítima de um golpe, deve imediatamente registrar um boletim de ocorrência e notificar sua instituição financeira. Em casos mais simples, a situação pode ser resolvida de forma administrativa. No entanto, golpes mais complexos podem exigir assistência jurídica e medidas judiciais.
Kevin Santos observa que, em muitos casos, os tribunais brasileiros têm responsabilizado os bancos por transações fraudulentas, especialmente quando falham em detectar atividades suspeitas. No entanto, recuperar o valor perdido pode ser desafiador, especialmente quando não há responsabilidade clara da instituição financeira.
Iniciativas para combater fraudes digitais
Em resposta ao aumento dos crimes digitais, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançou a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. Esta iniciativa visa centralizar os canais de denúncia e promover campanhas de conscientização sobre segurança digital.
O grupo de trabalho também busca aprimorar a identificação digital e o tratamento de dados, além de capacitar agentes para melhor atender as vítimas de crimes cibernéticos. Com essas medidas, espera-se reduzir a incidência de fraudes e proteger melhor os cidadãos brasileiros.