O valor da cesta básica no Brasil tem sido um tema de discussão constante, especialmente em relação ao salário mínimo vigente. Em fevereiro de 2025, São Paulo destacou-se como a capital com o custo alimentício mais elevado, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa revelou que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser significativamente maior do que o valor atual.
O levantamento do Dieese mostrou que, para cobrir os custos básicos de alimentação, um trabalhador precisaria de um salário mínimo de R$ 7.229,32, o que equivale a 4,76 vezes o salário mínimo oficial de R$ 1.518,00. Este cenário evidencia a disparidade entre o salário mínimo e o custo real de vida, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo.
Quais capitais apresentaram as maiores variações no custo da cesta básica?
Entre janeiro e fevereiro de 2025, o custo da cesta básica apresentou variações significativas em diferentes capitais brasileiras. Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre registraram quedas nos preços, enquanto Recife, João Pessoa, Natal e Brasília observaram aumentos. São Paulo, por sua vez, manteve-se como a cidade com a cesta básica mais cara, atingindo R$ 860,53.
O aumento em São Paulo foi de 1,02% em relação ao mês anterior, com variações nos preços de produtos essenciais. Enquanto itens como óleo de soja e feijão carioquinha tiveram redução, o preço do tomate e do café em pó subiu consideravelmente, impactando o custo total da cesta.

Como o salário mínimo se compara ao custo da cesta básica?
A comparação entre o salário mínimo e o custo da cesta básica revela uma lacuna significativa. Em fevereiro de 2025, o trabalhador comprometeu, em média, 51,46% do salário mínimo líquido apenas para adquirir produtos alimentícios básicos. Este percentual reflete a dificuldade enfrentada por muitas famílias para equilibrar suas finanças mensais.
Historicamente, o valor necessário para cobrir os custos básicos tem superado o salário mínimo, exigindo que os trabalhadores busquem alternativas para complementar sua renda. A tabela de variação dos salários mínimos ao longo dos meses de 2024 e 2025 ilustra essa discrepância crescente.
Qual é o tempo médio de trabalho necessário para adquirir a cesta básica?
O tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos de uma cesta básica também apresentou uma leve alta. Em fevereiro de 2025, um trabalhador precisou dedicar 104 horas e 43 minutos para garantir os itens essenciais, um aumento em relação ao mês anterior. Este dado ressalta a pressão sobre os trabalhadores, que precisam trabalhar mais horas para manter o mesmo padrão de consumo.
Em um cenário onde o custo de vida continua a subir, a necessidade de ajustes no salário mínimo torna-se evidente. A discussão sobre a adequação do salário mínimo em relação ao custo da cesta básica é crucial para garantir condições de vida dignas para a população brasileira.