Recentemente, mergulhadores do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) capturaram um peixe-leão de 49 centímetros em Fernando de Noronha, possivelmente o maior já registrado no Brasil. Apesar de sua aparência exótica, o peixe-leão é uma espécie invasora que tem causado preocupação ao longo do litoral brasileiro. Sem predadores naturais na região, sua população cresce rapidamente, ameaçando o equilíbrio dos ecossistemas marinhos locais.
O peixe-leão, cujo nome científico é Pterois volitans, é nativo dos oceanos Índico e Pacífico. Sua presença no Brasil levanta questões sobre como ele chegou até aqui. Algumas teorias sugerem que correntes marinhas possam ter trazido esses peixes do Caribe, onde também são considerados invasores. No entanto, a origem deles no Caribe ainda é um mistério, com hipóteses variando desde furacões que destruíram lojas de peixes até o abandono deliberado por criadores.
Por que o Peixe-Leão é uma ameaça?
O peixe-leão é uma ameaça significativa devido à sua capacidade de reprodução rápida e voracidade alimentar. Ele pode consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos e é capaz de depositar até 30 mil ovos de uma só vez. Esse comportamento pode causar um desequilíbrio ecológico severo, já que reduz drasticamente as populações de peixes nativos, afetando toda a cadeia alimentar marinha.
Além disso, o peixe-leão possui 18 espinhos venenosos que podem causar dor intensa, náuseas e até convulsões em humanos. O veneno é liberado por glândulas localizadas nos espinhos, e sua potência pode variar conforme o tamanho do peixe, tornando os exemplares maiores potencialmente mais perigosos.

Como controlar a população de Peixe-Leão?
Uma das estratégias sugeridas para controlar a população de peixe-leão é o consumo humano. Existem métodos seguros para preparar o peixe, neutralizando o veneno presente nos espinhos. No entanto, essa abordagem é controversa. Pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará alertam sobre os riscos associados ao consumo do peixe-leão, devido à presença de metais pesados como chumbo e mercúrio em sua carne.
O consumo do Peixe-Leão é seguro?
Em uma pesquisa publicada em setembro de 2024, intitulada “Peixe-leão no prato: Medidas de controle da espécie invasora resulta em riscos para a saúde humana”, foram identificados altos níveis de metais pesados na carne do peixe-leão. Esses contaminantes representam um risco significativo para a saúde humana, tornando o consumo uma solução potencialmente perigosa para o controle da espécie.
Quais são as alternativas para lidar com o Peixe-Leão?
Além do consumo, outras medidas estão sendo consideradas para controlar a disseminação do peixe-leão. Programas de captura e remoção são implementados em várias regiões, com o objetivo de reduzir a população da espécie. A educação e conscientização pública também são essenciais, informando as comunidades locais sobre os riscos associados ao peixe-leão e incentivando a participação em esforços de controle.
O desafio de lidar com o peixe-leão no Brasil é complexo e requer uma abordagem multifacetada. A colaboração entre cientistas, governos e comunidades locais é crucial para desenvolver estratégias eficazes que protejam os ecossistemas marinhos e garantam a segurança das populações humanas. A busca por soluções sustentáveis continua, enquanto o peixe-leão permanece uma presença preocupante nos mares brasileiros.