Em 2024, 51% dos brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude. Conforme o Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado pela Serasa Experian, mais da metade dos entrevistados experimentaram prejuízos financeiros devido a golpes, com 54,2% tendo perdido dinheiro. A pesquisa revelou ainda que o principal tipo de golpe foi o uso indevido de cartão de crédito, seguido por boletos falsos e transações fraudulentas via Pix.
Esse levantamento é baseado em uma amostra de 877 pessoas, com faixa etária entre 18 e 65 anos, e uma margem de erro de 3,4%. O estudo também detalha a faixa de prejuízo, com a maioria dos afetados tendo perdido entre R$ 100 e R$ 1 mil.
Cartão de crédito lidera como método de pagamento alvo de fraudes
O cartão de crédito se destaca como o meio de pagamento mais utilizado em fraudes, representando 47,9% dos golpes registrados. Outros tipos de fraude incluem o pagamento de boletos falsos (32,8%) e fraudes via Pix (32,8%). Também foram comuns os ataques de phishing, onde criminosos tentam roubar dados bancários e pessoais por meio de e-mails e mensagens fraudulentas.
Embora o cartão de crédito seja o método mais visado para golpes, ele continua sendo o meio de pagamento mais confiável entre os consumidores, com 59,5% dos entrevistados considerando-o mais seguro em 2024, um aumento em relação ao ano anterior.
Quem são as principais vítimas de fraudes financeiras no Brasil
A pesquisa da Serasa Experian revela um padrão interessante: a idade tem grande influência na probabilidade de ser vítima de fraudes. Os maiores índices de golpes foram registrados entre os maiores de 50 anos, com 57,8% das pessoas dessa faixa etária relatando terem sido vítimas de fraudes. Entre os mais jovens, na faixa de 18 a 29 anos, o índice de vítimas foi de 40,8%, mostrando que a experiência de vida pode ser um fator relevante para a percepção de riscos digitais.
Além disso, a diferença entre gêneros também é marcante, com 52,5% dos homens afirmando ter sofrido fraudes, enquanto entre as mulheres o número é 49,3%.

Tecnologias ajudam a prevenir fraudes mas também criam novos desafios
A tecnologia desempenha um papel duplo quando se trata de fraudes. Por um lado, biometrias e autenticação facial se tornam cada vez mais comuns, com 67% dos entrevistados afirmando se sentir mais protegidos ao usá-las. Por outro lado, tecnologias como a inteligência artificial e os deepfakes permitem que os criminosos criem perfis falsos e mensagens fraudulentas cada vez mais difíceis de detectar.
Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção da Serasa Experian, alerta sobre a necessidade de as empresas aprimorarem suas tecnologias para reforçar a segurança digital. Essa dupla face da tecnologia — como meio de prevenção e também de facilitação para os criminosos — exige um equilíbrio constante para garantir a proteção dos consumidores.
Documentos roubados e dados pessoais expostos aumentam o risco de fraudes
Outro dado alarmante da pesquisa é o roubo ou perda de documentos, que foi responsável por 16,3% dos casos de fraude em 2024. Além disso, a pesquisa revelou que 19% dos entrevistados já compartilharam seus dados pessoais com terceiros, expondo-se a riscos ainda maiores de fraude.
A principal razão para o compartilhamento de dados foi a realização de compras online (73,7%), seguida por abertura de contas bancárias (20,4%) e obtenção de empréstimos (15,2%). Esses números indicam que a falta de cautela e a exposição excessiva de dados pessoais são fatores que contribuem diretamente para o aumento das fraudes no Brasil.