O salário mínimo no Brasil foi reajustado para R$ 1.518 em 2025, um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior. O reajuste superou a inflação do período, refletindo um novo modelo de cálculo adotado pelo governo. A fórmula foi modificada para equilibrar o crescimento salarial com a responsabilidade fiscal, estabelecendo um limite para o impacto do Produto Interno Bruto (PIB) nos reajustes.
Antes, o cálculo do salário mínimo considerava a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do PIB. Com a nova regra, foi introduzido um teto de 2,5% para o aumento de despesas, o que restringe reajustes mais expressivos mesmo em cenários de crescimento econômico.
Nova fórmula limita reajustes mesmo com crescimento do PIB
A mudança na política de reajuste do salário mínimo impôs um limite de 2,5% para o aumento de despesas do governo, reduzindo o impacto direto do PIB nos aumentos salariais. Em 2025, por exemplo, mesmo com um crescimento de 3,2% do PIB, o reajuste do salário mínimo ficou restrito a 2,5%.
Essa medida visa conter os impactos fiscais dos aumentos salariais, mantendo o controle sobre os gastos públicos. No entanto, a nova metodologia levanta questionamentos sobre seus efeitos no poder de compra dos trabalhadores e aposentados.

Entre os principais pontos da nova fórmula de cálculo estão:
- Inflação medida pelo INPC continua sendo a base para o reajuste
- O crescimento do PIB só será considerado até o limite de 2,5%
- A medida busca equilibrar aumentos salariais e sustentabilidade fiscal
Especialistas avaliam que essa política pode evitar desajustes no orçamento público, mas também pode limitar a valorização do salário mínimo em períodos de crescimento econômico acelerado.
Trabalhadores podem sentir impacto no poder de compra
A mudança na regra de reajuste pode afetar diretamente o poder de compra de milhões de brasileiros que dependem do salário mínimo. Em anos de forte crescimento econômico, os trabalhadores poderão ter aumentos menores do que os registrados no passado.
Além disso, o salário mínimo influencia uma série de benefícios sociais e trabalhistas, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Com reajustes mais controlados, esses auxílios podem perder poder de compra ao longo do tempo.
Outro impacto significativo ocorre no mercado de trabalho, já que o salário mínimo funciona como referência para diversas categorias profissionais. Com aumentos mais moderados, negociações salariais podem se tornar mais desafiadoras, especialmente em setores que costumam acompanhar a valorização do mínimo nacional.

Aposentados também podem ter reajustes menores no INSS
Os aposentados que recebem benefícios vinculados ao salário mínimo podem ser diretamente impactados pela nova fórmula de cálculo. Como o reajuste dos benefícios previdenciários segue o aumento do mínimo, a limitação no crescimento pode comprometer a renda de milhões de segurados do INSS.
Para aposentados que dependem exclusivamente da Previdência Social, reajustes menores podem dificultar acompanhar a alta no custo de vida. Isso se torna ainda mais preocupante em um cenário de inflação crescente em itens essenciais, como alimentos e medicamentos.
Apesar da contenção fiscal ser uma prioridade do governo, é fundamental encontrar um equilíbrio para garantir que os beneficiários do INSS não tenham perdas significativas em seu poder de compra.
Governo busca equilíbrio entre valorização salarial e controle fiscal
O desafio do governo nos próximos anos será conciliar a valorização do salário mínimo com a necessidade de manter a responsabilidade fiscal. A contenção de gastos é uma prioridade, mas deve ser feita para não comprometer o bem-estar da população.
Especialistas apontam que o monitoramento da economia será essencial para avaliar se a nova fórmula está cumprindo seus objetivos sem prejudicar trabalhadores e aposentados. Caso os reajustes fiquem aquém das necessidades da população, o governo poderá ser pressionado a rever os critérios adotados.
No longo prazo, a sustentabilidade fiscal e a valorização do salário mínimo precisarão andar lado a lado. A manutenção do equilíbrio entre esses fatores será determinante para o desenvolvimento econômico e social do país nos próximos anos.