O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma das principais formas de apoio para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade no Brasil. Recentemente, o governo sancionou mudanças significativas nas regras do programa, visando combater fraudes e modernizar o sistema. No entanto, essas mudanças têm gerado preocupações sobre como elas afetarão o acesso dos beneficiários, especialmente os idosos que residem em áreas remotas.
As alterações, que entraram em vigor no início de 2025, impactam diretamente como os beneficiários devem se cadastrar e manter seu status atualizado para continuar recebendo o auxílio. O INSS, responsável pela administração do programa, busca implementar essas mudanças para garantir um controle mais eficiente e justo do BPC.
Quais são as novas regras do BPC e como elas afetam os idosos
A Lei 15.077/24 trouxe mudanças essenciais no funcionamento do BPC, incluindo o cadastramento biométrico obrigatório e a atualização bienal do Cadastro Único (CadÚnico). Essas alterações visam a redução de fraudes no sistema, mas podem ser um desafio para idosos e pessoas com deficiência, especialmente aqueles que moram em regiões afastadas dos centros urbanos. O cadastramento biométrico exige o envio de dados como impressões digitais e foto, o que pode ser um obstáculo para aqueles sem acesso fácil a pontos de atendimento.
Além disso, o governo determinou que a atualização do CadÚnico seja feita a cada dois anos, em vez de quatro, como era anteriormente. Isso garante que apenas aqueles que continuam atendendo aos critérios do benefício recebam o auxílio, mas pode ser difícil para algumas pessoas manterem seus dados atualizados com frequência.

Como as mudanças no critério de renda podem beneficiar mais famílias
Uma das principais alterações no BPC é a exclusão da renda de cônjuges que não residem no mesmo domicílio do cálculo da renda familiar. Antes, muitas famílias tinham seus pedidos negados devido ao cálculo de renda do cônjuge que não vivia com o beneficiário. Agora, essa mudança pode facilitar o acesso ao benefício para muitas famílias que estavam em um limbo jurídico, tornando o programa mais acessível para aqueles que realmente necessitam.
A medida traz um alívio para milhares de famílias, permitindo que mais pessoas possam ser beneficiadas pelo auxílio, especialmente aquelas em que o cônjuge tem uma renda mais alta ou vive em outra localidade, mas ainda assim precisavam da ajuda do BPC.
Desafios que os beneficiários enfrentarão com as novas exigências
Embora as mudanças no BPC tragam benefícios para muitas famílias, elas também impõem desafios significativos, principalmente para aqueles em regiões remotas e para os idosos com dificuldade de locomoção. O cadastramento biométrico e a atualização do CadÚnico exigem que os beneficiários se desloquem até pontos de atendimento, o que pode ser um grande obstáculo para aqueles que não têm acesso fácil a esses locais.
O governo anunciou planos para ampliar os pontos de atendimento e oferecer assistência a quem tem dificuldade de locomoção, mas a implementação dessas medidas ainda precisa ser amplificada para garantir que todos os beneficiários possam cumprir as novas exigências. O processo de adaptação pode ser demorado e complicado, o que preocupa muitos que não têm familiaridade com as tecnologias necessárias para o cadastramento.

Passos que as famílias devem seguir para garantir o benefício
Para garantir a continuidade do BPC, os beneficiários precisam estar atentos aos novos procedimentos. A atualização do CadÚnico e o cadastramento biométrico são os dois principais passos que devem ser seguidos. A atualização do CadÚnico pode ser realizada nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou através do aplicativo Meu INSS, o que facilita o processo para aqueles que têm acesso à internet.
Já o cadastramento biométrico pode ser agendado pelo telefone 135 ou pelo próprio aplicativo Meu INSS. A orientação sobre como reunir os documentos necessários, como RG, CPF e comprovantes de renda atualizados, também será crucial para evitar interrupções no recebimento do benefício.
Esses passos são fundamentais para que os beneficiários possam continuar recebendo o auxílio sem surpresas. A conscientização e o planejamento adequado podem evitar a perda do benefício e garantir a continuidade do apoio necessário para muitas famílias.
O futuro do BPC: mais eficiência ou maiores dificuldades?
O futuro do BPC está em um ponto de inflexão. As mudanças introduzidas pelo governo visam aumentar a eficiência do programa e reduzir fraudes, mas também geram dúvidas sobre o impacto que essas alterações terão sobre os beneficiários, especialmente os mais vulneráveis. A implementação das novas regras é uma tentativa de tornar o sistema mais justo e eficiente, mas seu sucesso dependerá de como as autoridades lidam com os desafios de acesso e adaptação por parte dos beneficiários.
O próximo passo será avaliar se as mudanças realmente resultam em um processo mais justo e acessível, ou se irão criar barreiras adicionais para aqueles que mais precisam do benefício.