O novo filme da Disney chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira, 20 de março. Branca de Neve com Rachel Zegler e Gal Gadot virou um dos assuntos mais comentados das redes sociais. Mas não pelos motivos que a Disney esperava.
A escolha da Zegler como protagonista dividiu opiniões desde o anúncio. Ela é uma atriz de origem colombiana interpretando uma personagem tradicionalmente retratada como branca. Isso mexeu com muita gente.
As declarações políticas das atrizes também complicaram. Zegler falou sobre Palestina. Gadot defendeu Israel. O filme virou campo de batalha ideológica antes mesmo de estrear.
Agora todo mundo quer saber: vale a pena assistir ou é só polêmica?
Por que a escolha de Rachel Zegler incomodou tanta gente?
Rachel Zegler não é exatamente o que as pessoas imaginam quando pensam em Branca de Neve. A personagem clássica tem pele muito branca e cabelos pretos. Zegler é latina, filha de mãe colombiana.
Grupos mais conservadores criticaram a escolha. Dizem que não respeita a versão original do conto. Que a Disney está forçando diversidade onde não deveria.
Mas tem outro lado da história. Muita gente aplaudiu a decisão. Vê como um passo importante para incluir mais diversidade nos filmes. Crianças latinas finalmente podem se ver como princesas da Disney.
A verdade é que Zegler tem talento. Ela brilhou em Amor, Sublime Amor e Jogos Vorazes. A questão não é se ela sabe atuar. É se o público vai aceitar uma Branca de Neve diferente do que sempre conheceu.
Como o discurso progressista dela afetou o filme?
Zegler não se limitou a aceitar o papel. Ela criticou abertamente a história original. Disse que não gosta da ideia de uma princesa esperando um príncipe salvador. Quer uma Branca de Neve forte e independente.
Essa postura dividiu ainda mais as opiniões. Quem apoia feminismo adorou. Finalmente uma princesa que não precisa de homem para ser feliz. Que luta pelos próprios sonhos.
Mas quem gosta dos contos tradicionais não curtiu nada. Acham que ela está destruindo a magia das histórias clássicas. Que nem tudo precisa ser “modernizado”.
A Disney apoiou a visão da atriz. O filme realmente mostra uma Branca de Neve mais empoderada. Menos romântica, mais focada em liderança.
O que Peter Dinklage falou sobre tudo isso?
Peter Dinklage entrou na polêmica de um jeito inesperado. O ator de Game of Thrones criticou a Disney por ainda fazer filme sobre os sete anões.
Ele achou contraditório escalar uma atriz latina para ser mais inclusiva, mas manter estereótipos antigos sobre pessoas com nanismo. Foi uma crítica que pegou todo mundo de surpresa.
Dinklage tem razão em parte. A representação de pessoas com nanismo no cinema realmente é problemática. Mas sua crítica também complicou a vida da Disney.
A empresa teve que repensar como mostrar os sete anões. Acabou mudando o conceito original para evitar mais polêmicas.
Como a guerra entre Israel e Hamas entrou na história?
As posições políticas das atrizes viraram outro problema. Rachel Zegler postou apoio à “Palestina livre” durante o conflito. Gal Gadot, que é israelense, defendeu seu país após os ataques do Hamas.
Essa divergência explodiu nas redes sociais. Fãs de ambos os lados começaram a atacar as atrizes. O filme virou símbolo de divisões geopolíticas.
A Disney tentou ficar neutra. Não comentou as postagens das atrizes. Mas o estrago estava feito. Muita gente decidiu boicotar ou apoiar o filme baseado apenas nas posições políticas.
É triste ver um filme de princesa virar palco de discussões sobre guerra. Mas mostra como entretenimento e política estão conectados hoje.
Que inovações técnicas o filme trouxe?
Deixando as polêmicas de lado, Branca de Neve é tecnicamente impressionante. A Disney investiu pesado em efeitos visuais de última geração. O mundo mágico ficou realmente bonito na tela.
A trilha sonora mistura clássicos conhecidos com músicas novas. Zegler tem voz incrível, isso ninguém pode negar. As cenas musicais são um dos pontos altos do filme.
A dinâmica entre Zegler e Gal Gadot também funciona bem. As duas têm química como adversárias. Gadot faz uma Rainha Má convincente e ameaçadora.
Visualmente, o filme entrega o que promete. É Disney no seu melhor quando se trata de espetáculo.
Vale a pena assistir mesmo com toda polêmica?
Depende do que você busca. Se quer uma Branca de Neve igual à de 1937, vai ficar decepcionado. Este filme é bem diferente.
Mas se conseguir deixar as polêmicas de lado, pode se divertir. É um filme bem feito, com bons números musicais e efeitos visuais impressionantes.
Zegler entrega uma performance sólida. Gadot está ótima como vilã. A história funciona, mesmo sendo diferente do original.
O filme não vai agradar todo mundo. Mas cinema hoje é assim mesmo. Difícil fazer algo que una todas as opiniões.
Quanto dinheiro o filme pode fazer?
Apesar de toda polêmica, as projeções de bilheteria são otimistas. Analistas estimam entre 50 e 56 milhões de dólares no primeiro fim de semana americano.
Se chegar aos 56 milhões, fica perto do sucesso de Cinderela (2015), que fez 67 milhões na estreia. Nada mal para um filme tão controverso.
A Disney ainda tem poder de atrair público. Mesmo com críticas, as pessoas têm curiosidade. Querem formar a própria opinião.
No Brasil, o interesse também parece alto. Redes sociais bombando de comentários, sejam positivos ou negativos, sempre geram audiência.
A Disney acertou ou errou na estratégia?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Por um lado, conseguiram que todo mundo falasse do filme. Marketing gratuito nas redes sociais.
Por outro lado, alienaram parte do público tradicional. Famílias conservadoras podem evitar o cinema. Isso representa perda de dinheiro.
A estratégia da Disney parece ser apostar no futuro. Atrair audiências mais jovens e diversas. Mesmo que isso signifique perder parte do público atual.
Só o tempo vai dizer se deu certo. Mas uma coisa é certa: Branca de Neve 2025 não passou despercebida por ninguém.