No último sábado, 29 de março, Salvador comemorou 476 anos e, para celebrar a data, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados curiosos sobre os bairros da cidade. O Censo Demográfico de 2022 revelou informações sobre diversidade, habitação e até onde há mais moradores vivendo sozinhos.
Confira a seguir algumas das descobertas mais interessantes sobre a capital baiana.
Diversidade cresce nos bairros Dois de Julho, Barra e Rio Vermelho
Salvador se destaca pela sua diversidade cultural e social, e os números mostram que a representatividade LGBTQIAP+ tem crescido em alguns bairros da cidade.
- Em 2022, Salvador tinha 6.751 casais do mesmo sexo, representando 0,70% do total de arranjos domiciliares da cidade.
- No bairro Dois de Julho, 2,1% dos domicílios pertenciam a casais do mesmo sexo, uma proporção três vezes maior que a média da cidade.
- Rio Vermelho registrou 152 casais do mesmo sexo, o segundo maior número absoluto entre os 169 bairros de Salvador.
- A Barra ficou em terceiro lugar, com 148 casais, representando 2% do total de domicílios do bairro.
Salvador segue como a capital mais feminina do Brasil
Entre todas as capitais brasileiras, Salvador continua sendo a que tem a maior proporção de domicílios chefiados por mulheres. Em alguns bairros, essa liderança feminina é ainda mais expressiva.
- Em 2022, 55,8% dos lares de Salvador eram chefiados por mulheres, totalizando 535.085 domicílios.
- Nos bairros Ilha dos Frades/Ilha de Santo Antônio, Nova Esperança e São João do Cabrito, mais de 60% dos domicílios eram liderados por mulheres.
- Apenas 10 dos 169 bairros de Salvador tinham mais da metade dos lares chefiados por homens, sendo Horto Florestal (61,1%) o bairro com a maior proporção masculina.

Apartamentos dominam alguns bairros enquanto casas são maioria na cidade
Apesar de a maioria dos soteropolitanos morar em casas, algumas regiões da cidade são marcadas por prédios e apartamentos, dominando o cenário urbano.
- Em 2022, 7 em cada 10 domicílios em Salvador eram casas, mas apartamentos representavam 28,2% do total.
- Graça, Chame-Chame e Pituba são os bairros mais verticalizados, com mais de 95% dos domicílios em apartamentos.
- Já os bairros Porto Seco Pirajá, Centro Administrativo da Bahia (CAB) e Ilha de Bom Jesus dos Passos são os únicos onde 100% dos domicílios são casas.
Dois de Julho, Centro e Barra lideram em moradores que vivem sozinhos
Se encontrar companhia em Salvador está difícil, os números podem explicar. Alguns bairros da cidade possuem altas taxas de moradores que vivem sozinhos, superando a média nacional.
- Em 2022, Salvador registrou 237.756 domicílios com apenas um morador, representando 24,8% do total.
- No bairro Dois de Julho, 45,2% dos lares eram ocupados por uma única pessoa, o maior percentual da cidade.
- No Centro, 39,6% das residências tinham apenas um morador, enquanto na Barra, esse número era de 39,3%.
Centro Histórico, Tororó e Retiro registram as maiores taxas de mortalidade
O Censo também trouxe um dado preocupante: os bairros onde mais se registraram mortes entre 2019 e 2022.
- Em três anos e meio, 46.650 mortes foram informadas ao Censo em Salvador.
- Centro Histórico, Tororó e Retiro tiveram as maiores taxas de mortalidade, com mais de 30 óbitos para cada 1.000 moradores.
- Em números absolutos, os bairros Itapuã (1.197 mortes), Brotas (1.048) e Pituba (1.016) lideraram.
- Já em Porto Seco Pirajá e no CAB, nenhum óbito foi registrado no período analisado.
Esses dados mostram que Salvador é uma cidade de contrastes, diversidade e transformação, refletindo uma identidade única que se mantém viva ao longo de seus 476 anos de história.