A disparidade salarial no Brasil continua preocupante. Enquanto algumas profissões superam os R$ 10 mil por mês, outras ainda lutam para atingir R$ 1.000. Um levantamento da consultoria LCA 4intelligence revelou que 20 ocupações sequer alcançaram o salário mínimo de R$ 1.412 no ano passado.
A pesquisa, que analisou dados do quarto trimestre de 2024, também apontou que o salário médio do trabalhador brasileiro foi de R$ 3.225, o maior já registrado desde 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Acompanhantes e criados particulares lideram ranking dos menores salários
Entre todas as profissões analisadas, a de acompanhantes e criados particulares teve o menor rendimento médio do país em 2024, com apenas R$ 405 por mês.
Outras ocupações com salários extremamente baixos incluem:
- Carregadores de água e coletores de lenha: R$ 579
- Trabalhadores elementares da caça, pesca e aquicultura: R$ 832
- Pescadores: R$ 849
- Trabalhadores ambulantes dos serviços e afins: R$ 916
Esses valores demonstram que milhares de brasileiros ainda enfrentam remuneração abaixo da linha da dignidade, mesmo em atividades essenciais para a economia.

Profissões que ficaram abaixo do salário mínimo em 2024
O levantamento apontou que cerca de 20 profissões não atingiram o valor do salário mínimo. Isso significa que muitos trabalhadores dependem de múltiplas atividades ou auxílios governamentais para complementar a renda.
Entre as ocupações que registraram os piores rendimentos, destacam-se:
- Trabalhadores da conservação de frutas, legumes e similares: R$ 1.104
- Trabalhadores elementares da pecuária: R$ 1.110
- Condutores de veículos acionados a pedal ou a braços: R$ 1.149
Esses números reforçam a necessidade de políticas de valorização salarial, especialmente para funções que exigem grande esforço físico e são fundamentais para diversas cadeias produtivas.
A precarização do trabalho e a luta por melhores condições
O baixo salário de diversas categorias revela um cenário de precarização do trabalho no Brasil. Muitas dessas profissões estão inseridas na informalidade, sem direitos trabalhistas garantidos, o que agrava ainda mais a situação.
Especialistas apontam que a falta de políticas públicas eficazes para qualificação profissional e a baixa escolaridade em determinados setores são alguns dos fatores que contribuem para a permanência desses baixos rendimentos.
Como garantir melhores salários e oportunidades no mercado de trabalho
Diante dessa realidade, trabalhadores de diversas áreas podem buscar alternativas para melhorar suas condições financeiras. Algumas estratégias incluem:
- Investir em capacitação e qualificação profissional para migrar para setores mais valorizados
- Buscar oportunidades formais de trabalho para garantir benefícios como FGTS e previdência
- Participar de sindicatos e movimentos trabalhistas para pressionar por melhores condições salariais
Enquanto algumas profissões continuam sendo desvalorizadas financeiramente, a luta por remunerações justas e mais oportunidades no mercado de trabalho segue como um dos grandes desafios para o futuro econômico do país.