A crioimersão, conhecida popularmente como banho de gelo, virou febre entre atletas, influenciadores e pessoas em busca de bem-estar. A prática consiste em mergulhar o corpo em água entre 10°C e 15°C por alguns minutos. Defensores afirmam que a técnica reduz inflamações, acelera a recuperação muscular e melhora o humor. No entanto, a ciência ainda não confirma todos esses efeitos para o público em geral.
Pesquisa aponta efeitos positivos, mas de curta duração
Uma revisão publicada na revista científica Plos One analisou 11 estudos com 3.177 participantes. O resultado mostrou redução temporária do estresse e melhora no bem-estar após a prática. Também foi observada uma queda de 29% nos afastamentos por doença entre os que utilizavam o banho de gelo com regularidade. No entanto, os efeitos anti-inflamatórios não foram duradouros e variaram conforme o tempo de exposição.
Especialistas alertam para riscos em não atletas
Segundo a médica do esporte Karina Mayumi Hatano, do Hospital Israelita Albert Einstein, a técnica ainda não tem protocolos seguros definidos. “O uso contínuo sem acompanhamento pode causar hipotermia, arritmias e até convulsões“, afirma. A indicação mais segura segue sendo a aplicação de gelo local por até 20 minutos, em casos de lesões musculares recentes.

Prática exige cautela e supervisão profissional
Hatano explica que os benefícios mais significativos ocorrem quando a técnica é aplicada imediatamente após treinos intensos. “Não adianta treinar hoje e usar o gelo amanhã. O efeito é imediato“, pontua. Para quem não realiza atividades de alta intensidade, os riscos podem superar os ganhos esperados.
Técnica se populariza nas redes sociais sem base científica sólida
No TikTok, a hashtag #icebath já soma mais de 220 mil menções, impulsionada por vídeos de celebridades. Apesar do apelo visual e da sensação de bem-estar, os especialistas alertam: a prática ainda não possui comprovação robusta e deve ser usada com moderação. Estudos mais aprofundados são necessários para definir indicações seguras.