O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou a nova projeção para o salário mínimo em 2026. O valor deverá passar de R$ 1.518 para R$ 1.630, representando um reajuste de R$ 112 — um crescimento de 7,4%. A proposta foi incluída no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ao Congresso Nacional em abril de 2025.
Aumento do mínimo vai custar R$ 44,8 bilhões aos cofres públicos
Cada R$ 1 de reajuste no salário mínimo gera um impacto de R$ 400 milhões nas contas públicas. Com o aumento de R$ 112 previsto para 2026, o custo total será de cerca de R$ 44,8 bilhões. Essa elevação afeta diretamente aposentadorias, pensões, abono salarial e outros benefícios vinculados ao piso nacional.
INPC segue como base para cálculo, mas com novas limitações
O valor do salário mínimo continuará sendo reajustado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para famílias com até cinco salários mínimos. No entanto, uma nova regra foi aprovada pelo Congresso no fim de 2024, limitando o ganho real a, no máximo, 2,5% acima da inflação.
A mudança foi oficializada pela Lei 15.077, sancionada por Lula em 27 de dezembro de 2024. Com isso, o aumento deixa de considerar o crescimento do PIB, como ocorria em governos anteriores, tornando o cálculo mais previsível e restrito.

Reajuste limitado pode afetar o poder de compra da população
A nova fórmula de reajuste do salário mínimo valerá entre 2025 e 2030. Embora ajude a controlar os gastos públicos, especialistas alertam para o possível impacto negativo na renda de trabalhadores e aposentados. Em períodos de forte crescimento econômico, a limitação de 2,5% acima da inflação pode não refletir o aumento real do custo de vida.
O governo defende a medida como parte de uma estratégia para manter o equilíbrio fiscal, mas críticos temem que o salário mínimo perca força de compra ao longo do tempo.
Projeções indicam salário de R$ 1.925 até 2029
De acordo com o governo, a tendência é que o salário mínimo siga em trajetória de alta nos próximos anos, podendo alcançar R$ 1.925 em 2029. No entanto, o valor final poderá ser ajustado conforme as variações da inflação medidas pelo INPC.
As mudanças fazem parte de um pacote fiscal mais amplo voltado para garantir a sustentabilidade das contas públicas sem abrir mão de avanços sociais.
O que esperar do salário mínimo nos próximos anos?
O futuro do salário mínimo dependerá da inflação, do desempenho da economia e das diretrizes fiscais adotadas pelo governo. A limitação no reajuste real impõe uma nova lógica para a valorização do piso nacional, exigindo atenção contínua aos impactos sociais dessa política.
Mesmo com os ajustes previstos, o debate sobre o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e justiça social deve continuar no centro das discussões até o fim da década.