O Queijo Minas Artesanal é um símbolo da tradição e cultura de Minas Gerais, e o governo estadual tem trabalhado ativamente para garantir o reconhecimento mundial dessa iguaria. Com uma candidatura formalizada à Unesco, o Queijo Minas Artesanal pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão final será tomada em dezembro, durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Unesco, em Assunção, no Paraguai.
A valorização do queijo artesanal mineiro tem sido um esforço conjunto entre a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a Emater-MG, a Epamig e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva, preservar os métodos tradicionais e aumentar a visibilidade da iguaria no cenário global.
Fortalecimento da Cadeia Produtiva e Valorização Cultural
O trabalho do governo para garantir o reconhecimento do queijo artesanal envolve diversas frentes. O governo estadual, por meio da Seapa, tem trabalhado para caracterizar e regulamentar as regiões produtoras de queijo, com a colaboração de várias entidades estaduais. A Emater-MG é responsável por orientar os produtores sobre boas práticas de fabricação e pela regularização das queijarias, além de realizar estudos sobre os aspectos econômicos, históricos, ambientais e culturais do processo de produção.
O IMA, por sua vez, publica os atos normativos que reconhecem oficialmente as regiões produtoras e promove a regulamentação dos queijos artesanais, além de ampliar o número de municípios reconhecidos. Já a Epamig realiza pesquisas para melhorar a qualidade e a segurança dos queijos, além de fornecer apoio científico para modernizar a legislação que rege a produção.
O queijo Minas artesanal é caracterizado por seu processo de produção manual e artesanal, utilizando leite cru de vaca, fermento natural (pingo) e um processo de maturação que dá ao produto uma casca lisa e amarelada. Essa produção ocorre em pequenas propriedades, e o leite utilizado é exclusivamente de cada propriedade de origem.
Reconhecimento como Patrimônio Cultural
A valorização do Queijo Minas Artesanal começou em 2002, quando o “Modo de Fazer o Queijo Artesanal da região do Serro” foi registrado como patrimônio imaterial de Minas Gerais pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Esse foi o primeiro reconhecimento de um bem cultural imaterial no estado. Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ampliou esse reconhecimento, incluindo as regiões da Serra da Canastra e Serra do Salitre.
Em 2021, o reconhecimento foi revalidado e ampliado, passando a abranger mais regiões produtoras de queijo no estado. Esse reconhecimento é fundamental para a preservação das técnicas de produção que são transmitidas de geração para geração. O governo estadual acredita que esse título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pode também fortalecer a economia local, abrir novos mercados e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Queijo Minas Artesanal no Cenário Mundial
Em 2019, a candidatura para que o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal fosse incluído na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade da Unesco foi oficializada. Desde então, o Governo de Minas tem se empenhado para garantir que as práticas de produção do queijo sejam reconhecidas mundialmente, o que também traz benefícios para as comunidades locais que dependem dessa tradição para sua subsistência.
O processo de candidatura envolveu um levantamento detalhado das características do queijo, incluindo a análise das diversas regiões produtoras no estado. Ao todo, dez regiões foram caracterizadas pelo governo de Minas como produtoras de Queijo Minas Artesanal: Diamantina, Serras de Ibitipoca, Entre Serras de Piedade ao Caraça, Triângulo, Cerrado, Serra do Salitre, Araxá, Canastra, Campo das Vertentes e Serro. Cada uma dessas regiões tem particularidades que influenciam o sabor e a textura do queijo, mas todas compartilham os métodos tradicionais de produção.
Atualmente, mais de 3.100 agroindústrias mineiras produzem o Queijo Minas Artesanal, garantindo que a produção continue a crescer e a atrair novos consumidores, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Esse reconhecimento como patrimônio imaterial pode ser um marco para o queijo de Minas, não só preservando a tradição, mas também promovendo o desenvolvimento econômico local.
O Impacto da Valorização
O reconhecimento do Queijo Minas Artesanal pela Unesco representa um grande avanço para o estado de Minas Gerais. Além de valorizar a produção artesanal, esse título ajudará a garantir a proteção das técnicas de fabricação que, em muitos casos, são passadas de geração em geração, com grande respeito à história e à cultura local.
Além disso, esse título pode resultar em benefícios econômicos significativos. Com a visibilidade internacional, os produtores terão acesso a novos mercados, o que pode impulsionar as vendas do queijo artesanal e contribuir para o crescimento sustentável das regiões produtoras. O impacto do reconhecimento será sentido principalmente nas áreas rurais, onde a produção do queijo é uma das principais fontes de renda para os pequenos produtores.
O Caminho para o Reconhecimento Global
Em dezembro, a decisão final da Unesco será tomada, e o Queijo Minas Artesanal pode ser reconhecido oficialmente como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Esse é um momento crucial para os produtores de queijo de Minas Gerais e para toda a cadeia produtiva que sustenta essa tradição. O trabalho contínuo do Governo de Minas e das entidades parceiras tem sido fundamental para garantir que a riqueza cultural representada pelo queijo artesanal seja preservada e valorizada, tanto no Brasil quanto no mundo.
O Queijo Minas Artesanal é, sem dúvida, uma das maiores riquezas culturais de Minas Gerais, e seu reconhecimento pela Unesco é um reflexo do compromisso do estado com a preservação da cultura local e com a promoção da sua sustentabilidade econômica.