Em 2024, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) enfrentou dificuldades para atingir sua meta de economia estabelecida no início do ano. A expectativa inicial era economizar cerca de R$ 10 bilhões por meio do processo de revisão de benefícios, conhecido como ‘pente-fino’. No entanto, conforme informado pelo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, diversas iniciativas implementadas foram capazes de gerar uma economia de apenas metade do valor previsto.
O ano de 2024 foi marcado por dificuldades operacionais que impactaram o desempenho do pente-fino, segundo Stefanutto. A revisão dos benefícios procurou atender às exigências fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que projetava um déficit zero, com uma margem de variação definida. Apesar dos esforços, fatores externos contribuíram para a economia abaixo do esperado.
Como o Pente-Fino Contribuiu para a Economia
Entre as medidas que fizeram parte do pente-fino, a revisão de benefícios por incapacidade se destacou, resultando em economias significativas nos primeiros meses. De acordo com Stefanutto, essa revisão possibilitou uma economia de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Além disso, o sistema Atestmed, que visa simplificar a validação do auxílio-doença, também foi implementado e ajudou a reduzir custos, ainda que não tenha alcançado a totalidade da meta prevista inicialmente.
O Atestmed substitui a perícia médica presencial por uma análise documental digital, agilizando o processo de concessão de benefícios. No entanto, a economia foi limitada pelo uso crescente do serviço por beneficiários em períodos curtos de afastamento do trabalho, como explicou o presidente do INSS.
Quais Desafios Impactaram o Desempenho do Pente-Fino?
Um dos principais desafios enfrentados pelo INSS foi o atraso nos investimentos em tecnologia, fundamentais para a eficiência do pente-fino. A aquisição de sistemas baseados em Inteligência Artificial para o Dataprev ocorreu apenas no final do ano, comprometendo o potencial de economia desejado. Stefanutto destacou que uma implementação prévia dessas tecnologias poderia ter contribuído significativamente para aumentar os valores economizados.
Além dos desafios técnicos, fatores administrativos e a complexidade dos processos também influenciaram o desempenho do pente-fino. A necessidade de revisar benefícios antigos, que não fizeram parte das inspeções anteriores, é um dos pontos que podem melhorar os resultados nos próximos anos.
O Que Esperar do INSS em 2025?
Para o ano de 2025, o INSS projeta uma economia próxima à meta inicial de R$ 10 bilhões. Com a expectativa de revisão de benefícios acumulados há mais de dois anos e a otimização de processos, o órgão espera atingir um desempenho financeiro mais alinhado com as metas fiscais do governo.
Além disso, o lançamento do cartão Meu INSS Vale+, que permite que segurados adiantem parte de seus benefícios para situações emergenciais, pode se tornar uma política permanente, dependendo da adesão e do impacto percebido ao longo do tempo. Esta medida pretende oferecer maior segurança financeira aos beneficiários em momentos imprevistos, sem incorrer em juros para os valores adiantados.
Em suma, o INSS está ajustando suas estratégias para garantir uma gestão mais eficaz em um cenário fiscal desafiador para os próximos anos. Com a atualização dos sistemas e a revisão contínua dos benefícios, o órgão busca consolidar uma política financeira sustentável, capaz de atender tanto às expectativas governamentais quanto às necessidades dos segurados.