Nos últimos anos, as boas práticas corporativas de meio ambiente e sociais foram agregadas à governança, dando origem ao que se conhece hoje como ESG (na sigla em inglês, environmental, social and governance). Desde então, as ações ligadas ao ESG vêm se tornando uma prioridade cada vez mais urgente para as organizações.
Não basta apenas cumprir o enquadramento legal e regulatório exigido, por exemplo, nos licenciamentos ambientais de empreendimentos de impacto. Atualmente, as empresas necessitam ir além, gerando impacto positivo para todos os envolvidos.
Essa transformação ocorre em vista de uma demanda crescente das economias globais, do mercado e das partes interessadas, por empresas responsáveis, que avaliam o impacto de suas operações e que estabelecem metas ambiciosas de mitigação dos impactos negativos e de potencialização dos impactos positivos, atuando sempre de forma ética e transparente.
Clam: a empresa que contribui para a gestão ambiental e a sustentabilidade
Empresas que possuem uma abordagem sustentável revelam oportunidades, criam efeitos positivos em cadeia e, ainda, minimizam riscos potenciais ao negócio. Consequentemente, todos saem ganhando. Nesse sentido, José Cláudio Nogueira Vieira, Presidente do Conselho de Sócios e Diretor de Relações Institucionais da Clam, empresa que atua na área de Gestão Ambiental Integrada e Sustentabilidade, traz um panorama e uma breve análise sobre o avanço do tema da sustentabilidade dentro das organizações.
Entrevista: José Cláudio fala sobre os desafios e vantagens de contribuir para um mundo mais sustentável
O presidente do conselho de Sócios e Diretor de Relações Institucionais da Clam responde algumas perguntas sobre os desafios e vantagens de contribuir para um mundo mais sustentável. Confira!
Quanto à temática de meio ambiente, o que mais mudou no processo de licenciamento ambiental para as organizações desde o início da sua atuação na área com a empresa Clam, há cerca de 30 anos, para os dias atuais?
O licenciamento ambiental, quando começou, lá atrás, era estritamente um processo legal de aprovação ambiental da empresa e de seus projetos e negócios.
A organização se preocupava apenas em ter a autorização para operar (Licença de Operação - LO) e depois, algumas vezes, deixava aquele documento de lado. Com o passar do tempo, entretanto, todo o processo relacionado à sustentabilidade, incluindo o licenciamento ambiental, se tornou uma importante estratégia empresarial, que é parte do que o conceito ESG traz.
Atualmente, não é suficiente que a organização tenha apenas uma licença, autorizando ou não o seu funcionamento. É necessário ter a “licença social”, que trata-se de um consenso da comunidade impactada afirmando que o negócio é positivo e que pode e deve funcionar naquele local.
É preciso colocá-lo em prática, executando o que o órgão ambiental determina e superando essas exigências, buscando agir da forma mais adequada e responsável, gerando benefícios para todos os envolvidos, inclusive, por que não, para a própria empresa.
No passado, a corporação que desejasse empreender, crescer e ter um bom resultado econômico de suas operações, podia não ser bem percebida devido à ausência de uma governança adequada, adicionada a uma visão distorcida do tema existente à época.
Profissionais do mercado, como os consultores, fiscais e demais agentes públicos, representam uma barreira para os objetivos das empresas. Essa situação mudou, em um cenário em que todo o contexto ligado à sustentabilidade passou a ser visto pela ótica do ESG, em que o cuidado com as questões ambientais, sociais e de governança não é somente importante para a sociedade onde a empresa se encontra inserida, mas também é fundamental para sua própria sobrevivência. Dessa forma, passou a ser desejável que todos caminhassem de mãos dadas, evoluindo em conjunto. O pensamento passou a ser bem mais convergente.
Como as ações relacionadas ao meio ambiente estão integradas às iniciativas ESG?
Há uma dificuldade conceitual, porque o que alguns costumam chamar de meio ambiente, é o que muita gente chama de ESG. Entretanto, o meio ambiente, que é o termo utilizado normalmente como sinônimo de sustentabilidade, apesar de não ser a definição perfeitamente correta, normalmente, significa, no mínimo, os aspectos ambientais, envolvendo os cuidados com a fauna, flora, qualidade da água e do ar, solo, entre outras abordagens, além do aspecto social de relacionamento com a comunidade.”
Ao meu ver, acredito que um dos grandes avanços que o ESG trouxe, conceitualmente, foi ter agregado o pilar da governança. É importante ressaltar que é a governança que faz com que todos estes assuntos sejam transversalmente discutidos dentro das empresas.
No passado as corporações tinham uma gerência/setor destinado ao meio ambiente. As outras áreas não se envolviam com a sustentabilidade. Atualmente, com a adoção das práticas baseadas no conceito ESG, existe uma outra estrutura que inclui a sustentabilidade na estratégia e na gestão da empresa. É dessa forma que o assunto da sustentabilidade realmente é incorporado à vida das empresas, passando a fluir em todos os níveis da organização. A “virada de chave” que o ESG nos trouxe foi a integração da governança junto ao “E” e ao “S”, dando uma amplitude, consideravelmente, maior para essas temáticas.
Sustentabilidade e rentabilidade são incompatíveis? Como você considera que a sustentabilidade pode gerar, além de outros benefícios, lucro para os negócios?
No passado, ações atreladas ao tema da sustentabilidade eram tidas como apenas custos para os negócios. Com o passar dos anos e com a chegada do ESG, a sustentabilidade e os demais aspectos do ESG começaram a ser vistos como investimento.
Como exemplo, podemos partir de um aspecto “social”, que dentre diversos outros tópicos, engloba a saúde e bem-estar dos colaboradores. Quando se passa a existir essa preocupação e esse olhar genuíno realmente voltado para o bem-estar dos colaboradores, passa-se a ter pessoas mais felizes, pessoas mais produtivas e engajadas, que vão garantir um melhor resultado para a empresa e, claro, a perenidade para o negócio. É o que costumamos chamar de situação “ganha-ganha”.
Você é um dos fundadores da Clam, empresa que há quase trinta anos atua no segmento de gestão ambiental integrada e sustentabilidade. E cada vez mais, tem-se falado de como as ações de meio ambiente e ESG impactarão diretamente no futuro do planeta. Dessa forma, o que as empresas podem fazer para agirem com propósito e deixarem um legado para o futuro?
Recentemente, a Clam desenvolveu uma campanha de comunicação tanto interna, quanto externa, que trouxe o seguinte conceito: “O futuro é feito por pessoas que se preocupam agora”. Ao meu ver, essa é uma mensagem muito pertinente e apropriada para o momento atual, porque estamos chegando em 2030 e existem compromissos internacionais assumidos pelos países, inclusive pelo Brasil, com o objetivo de mitigação das mudanças climáticas.
Esses compromissos não vêm sendo cumpridos pelos governos na velocidade necessária para se alcançar as metas definidas para 2030. Os países estão trabalhando para cumprir os acordos firmados e precisam contar com as empresas para isso. Nós temos que fazer agora, porque o prazo, que é 2030, já está batendo na porta, e se não fizermos agora, não será possível cumprir as metas pactuadas.
De acordo com o IPCC (Intergovernmental Panel for Climate Change) da ONU, se tudo que está planejado para 2030 for concretizado, mesmo assim, ainda deverá ocorrer um aquecimento global significativo.
Notem que as consequências já estão sendo sentidas na nossa pele. Já se pode perceber as mudanças climáticas indicadas pelos eventos climáticos extremos noticiados pela mídia. Não há mais tempo! A hora é agora e a Clam pode ajudar as empresas a cumprirem com a legislação aplicável e dar a sua contribuição para um futuro mais sustentável do planeta.