Entrevista com a modelo e ativista, Luiza Brunet. -  (crédito:  Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Entrevista com a modelo e ativista, Luiza Brunet.

crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press

Lisboa — A Justiça espanhola vai divulgar, nos próximos dias, o resultado do julgamento do jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de estupro de uma jovem imigrante na Espanha. Para a ex-modelo e ativista em defesa das mulheres Luiza Brunet, a sentença deve ser dura, servindo de exemplo a homens que se acham no direito de violentar quem quer que seja. A punição, acredita ela, mostrará, principalmente, aos jogadores de futebol, que ganham milhões, o quanto eles precisam se educar e ter limites. “Temos os casos do Daniel, do Robinho. Infelizmente, eles recebem cartão verde para fazer o que querem, inclusive, estuprar. Não podem continuar assim. Tudo na vida tem limite”, afirma.

Luiza se diz estarrecida com o aumento da violência contra mulheres e chama a atenção para e enorme desproteção das brasileiras que vivem no exterior. Ela ressalta como exemplo dos abusos aos quais elas vêm sendo submetidas o caso de Grazielle Tavares, que levou um soco na boca e um chute na barriga dentro da Universidade do Minho, em Portugal, simplesmente porque discordou de um português, João Bernardo Mendes, em um trabalho de classe. Até agora, o agressor não recebeu nenhum tipo de punição. “Fiquei horrorizada quando soube disso”, frisa.

Em Portugal e em toda a Europa, a legislação é frágil no combate à violência contra mulheres, sobretudo, as negras. A reação só acontece em caso de feminicídio. A situação é tão desfavorável a elas, que, muitas vezes, mesmo denunciando os agressores, perdem a guarda dos filhos, que ficam com os abusadores. Portanto, aconselha Luiza, as brasileiras não devem se deixar iludir por promessas mirabolantes de casamentos, de uma vida melhor fora do Brasil. “A violência não tem barreiras, está em todo lugar, independe de cor ou de condição social”, assinala. “Há, ainda, o risco dessas mulheres serem vítimas de tráfico humano”, acrescenta.

A ex-modelo, que foi vítima de violência ao longo da vida, alerta para o machismo entre as próprias mulheres, cobra mais agilidade da Justiça no andamento de processos e defende campanhas educativas diárias sobre respeito e contra abusos, que têm atingindo, inclusive, recém-nascidos, violentados pelos próprios pais. Ela afirma, ainda, ver com muito orgulho a participação da filha Yasmin em um dos programas de maior audiência da tevê, o BBB. “É uma batalhadora, vencedora, que tem muito a contribuir para o fortalecimento das mulheres”, diz. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Correio.

As mulheres brasileiras têm sido as principais vítimas de xenofobia em Portugal. Muitas são chamadas de putas, de prostitutas, de ladras de maridos. Como vê isso?
Estou impressionada com essa situação, não sabia que estava nesse nível, a ponto de uma brasileira ser agredida dentro de uma universidade com um soco da boca e um chute na barriga. Que coisa terrível.

Essa situação de xenofobia ocorre no dia a dia. É quase impossível, por exemplo, para uma mulher brasileira alugar um imóvel em Portugal.
Isso é inadmissível. E precisa ser combatido de todas as formas. Agora, não se trata de uma situação exclusiva de Portugal. Tenho viajado muito para falar com as mulheres brasileiras migrantes. Fico muito impressionada com a falta de justiça na Europa, nos Estados Unidos. Na Europa, mais ainda, porque os governos não reconhecem a violência contra as mulheres como um problema a ser enfrentado. Só reagem com mais veemência se houver um feminicídio. Mas é preciso um olhar mais apurado, mais amplo, para se agir com mais rapidez. Infelizmente, o que mais vejo são violações aos direitos humanos e falta de medidas cabíveis que deveriam ser tomadas.

O Brasil está mais avançado no combate à violência contra as mulheres?
Temos, no Brasil, a Lei Maria da Penha, que é recente e beneficia as mulheres. Mas que precisa ser ajustada, porque a violência aumentou demais. Todas as formas de violência. Mas o que eu vejo fora do Brasil seja, talvez, uma falta de conhecimento por parte das mulheres brasileiras. Elas vão para o exterior acreditando que terão uma vida muito melhor do que aqui, que os maridos estrangeiros são melhores. Todos nós sabemos que a violência é democrática, não escolhe raça, cor, ideologia. Ou seja, as mulheres são vítimas de violência no mundo inteiro. O Brasil é o quinto país onde mais se mata mulheres e se infringe a lei de direitos humanos e de respeito ao próximo. Também é o primeiro país que mata mulheres trans. Na Europa, as mulheres trans e travestis são massacradas e acabam caindo na marginalidade sem direito a absolutamente nada. Não têm direito à saúde, à educação, não tem nada.

Há muita ilusão nesse processo migratório?
Com certeza. As mulheres brasileiras, quando saem do Brasil, vão em busca do que elas não têm aqui, uma vida mais digna. Muitas se casam com homens agressores, que as transformam em empregadas domésticas, quase sem direitos, nem de cobrarem respeito. Há, ainda, as que trabalham para dar dinheiro aos maridos. Pior: acabam tendo filhos com esses maridos que, depois, querem tomar delas. Muitas não se atentam para os riscos, porque preferem viver num mundo de magia.

Essa visão de que tudo no chamado Primeiro Mundo é melhor é um erro, certo?
Sim. A violência está disseminada, não tem barreiras. Em todos os lugares do mundo há um longo caminho a ser percorrido para que as mulheres sejam respeitadas. Recebo muitas denúncias de mulheres aqui no Brasil e de fora. A percepção que eu tenho é de que a violência maior decorre do fanatismo e do radicalismo que estão tomando conta das pessoas. Mulheres estão sendo mortas na porta de casa. Há mulher sendo morta amamentando um bebê. É uma situação completamente fora de um contexto de normalidade. Os agressores apostam na impunidade.

Como vê a Justiça no Brasil?
Há, sim, um olhar mais sensível para o combate à violência contra mulheres. O Conselho Nacional do Ministério Público tem feito campanhas pontuais alertando a população para que combata essa violência, porque ninguém está livre dela. Mas eu acredito que essas campanhas precisam ser contínuas, feitas todos os dias. Não acredito muito em campanhas pontuais, pois a violência enfrentada pelas mulheres é diária e é cruel. Na minha opinião, as campanhas devem ser feitas com vítimas reais dessa violência, dando depoimentos das frustrações, das agressões, da falta de apoio. Se não for assim, as pessoas não vão se reconhecer.

Ou seja, é importante que as mulheres não tenham medo de se expor?
Exatamente. Há mulheres que são mais corajosas que as outras, o que é perfeitamente normal. Mas precisamos retratar a realidade. É isso que comove.

Há uma expectativa grande em relação ao resultado do julgamento do jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de estupro na Espanha. Como avalia esse caso?
Uma punição exemplar dele será um divisor de águas. O crime foi identificado. Inclusive, ele tentou driblar o estupro com várias versões. Não acompanhei todo o processo, mas posso dizer que todos os estupradores devem ser punidos com rigor, independentemente de quem seja. Não é porque é o Daniel, é porque são homens que cometem esse crime. Eles quase nunca são punidos como deveriam. Por isso, se sentem autorizados a fazer qualquer coisa. 

Há muitos jogadores de futebol que ultrapassam a linha vermelha se apegando à fama para não ser punidos.
É preciso parar com isso. Espero que o caso de Daniel Alves seja usado, inclusive, para educar os jogadores de futebol que não têm limite.

Temos o caso do Robinho, que foi condenado na Itália, mas está solto no Brasil.
Isso é inaceitável. Ele já deveria ter sido punido. Todos, sem exceção, precisam entender que são referências para os jovens, para as crianças, que se espelham neles. Esses jogadores devem passar o conceito de respeito, de pessoa gentil, de responsabilidade. Eles ganham milhões jogando futebol, e a gente aplaudindo. Mas onde está o respeito? É preciso ter limites.

Recentemente, a senhora fez uma palestra sobre violência contra mulheres no Museu da Fifa. Como foi a reação?
Infelizmente, não pude falar abertamente sobre violência. Esse assunto foi tratado de uma forma generalizada. Evidentemente, desde sempre, os jogadores tiveram um cartão verde para fazer o que eles quiserem. Mas vou insistir com a minha missão. Neste ano, a palestra será na sede da própria Fifa.

Nas viagens que tem feito pelo mundo, como vê o suporte do governo brasileiro às mulheres vítimas de violência?
Acredito que as pessoas que moram fora do Brasil têm um pouco de medo de buscar ajuda nos consulados, nas embaixadas. Contudo, para fazer uma denúncia de um fato grave, tem que constituir provas. O ideal é que as mulheres tenham uma carta na manga. Se elas vêm sofrendo algum tipo de violência dentro de casa, ou no trabalho, ou de algum conhecido, não importa a violência, devem gravar tudo, guardar provas para quando precisarem. Nunca acreditamos que vai acontecer com a gente. Mas temos de estar atentas, porque, infelizmente, a Justiça só atua se houver provas. As mulheres precisam ficar espertas. Em casos de violência, antes de buscar ajuda em um consulado, tem de fazer, primeiro, a denúncia em uma delegacia.

Muitas têm medo de ir a uma delegacia, seja no Brasil, seja no exterior.
Quando fui vítima de violência, fui a uma delegacia. E fui destratada. Não me deram a devida atenção. Mas não desisti.

No exterior, ainda há o peso de várias mulheres não terem a documentação adequada para permanecer nos países em que estão.
Ainda assim, é preciso denunciar a violência. Há casos em que, após a comprovação de que a pessoa está sendo vítima de um crime, a documentação dela sai mais rápido, como forma de proteção. Existe um protocolo a ser seguido. Há uma cartilha sobre isso nos sites dos consulados explicando como proceder. Mas, verdade seja dita, há muitas mulheres não se interessam em saber sobre isso, em se informar sobre seus direitos.

O maior medo das mulheres vítimas de violência no exterior é de deportação, de serem afastadas de seus filhos.
Esse é um medo terrível, mas não pode ser um impedimento para que busquem proteção. Essas mulheres têm direitos como todos os cidadãos, elas trabalham, pagam impostos, contribuem para a economia dos países. Não estão ali só passeando. Muito pelo contrário. Trabalham demais, são abusadas, muitas vezes estão na clandestinidade, limpando, nas madrugadas, hotéis, casas noturnas, barzinhos, restaurantes. São violadas de todas as formas. Essas mulheres precisam entender que são seres humanos.

A violência é muito maior em relação às mulheres negras. Em Portugal, muitas, quando denunciam ser vítimas de violência doméstica, perdem a guarda dos filhos para os abusadores.
As mulheres negras, infelizmente, são as maiores vítimas de violência, reflexo do racismo estrutural e da falta de oportunidades. Vemos isso na política, na economia, no jornalismo, onde quer que se olhe. As pessoas negras tendem a ser descredibilizadas pela cor. São destratadas, escravizadas e têm seus filhos tomados e deixado com agressores, uma violência também às crianças. Isso não pode continuar assim.

Muitos desses casos poderiam ser resolvidos pelo tratado internacional de Haia, assinado em 1980. Mas há muitas distorções em relação a esse tema.
Estamos falando das Mães de Haia, envolvidas em disputas internacionais sobre o direito de permanecerem com a guarda de seus filhos. Apesar desse tratado, de 1980 para cá, a violência contra mulheres só aumentou e elas têm sido preteridas nos processos. Esse tratado precisa ser atualizado, protegendo as mulheres, para que possam ter segurança, sair de relacionamentos abusivos, trabalhar, cuidar de seus filhos em paz.

Para as crianças retiradas de suas mães, o trauma é enorme.
A criança que assiste a casos de violência dentro de casa, os pais brigando, o pai batendo ou matando a mãe, acabam com traumas severos. As crianças que ficam órfãs são entregues a instituições, em muitos casos, sequer podem ficar com alguém da família.

Muitas mulheres não conseguem trabalhar porque não têm com quem deixar os filhos. E as que trabalham, em boa parte dos casos, sequer podem faltar um dia, mesmo estando doentes, temendo perder o emprego. Como vê essas situações?
Demos um passo importante no Brasil, com a adoção do selo de responsabilidade social por muitas empresas, que consiste em promover um ambiente saudável para as mulheres, inclusive, com creches para crianças pequenas. Muitas vezes, essas mulheres vivem em comunidades carentes e não têm com quem deixar as crianças, que ficam sujeitas ao aliciamento do tráfico. Isso mostra que todos, sociedade, empresas, governos podem contribuir para que uma mãe possa trabalhar, não ficar dependente financeiramente de alguém. Mais de 65% das mulheres no Brasil são mães solos, foram abandonadas pelos companheiros. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, dentro do Estado Democrático de Direito, devem assegurar os direitos sociais, a liberdade, a segurança, a igualdade de oportunidades a todos. Isso faz parte de um conceito que precisamos lembrar o tempo inteiro.

A percepção que se tem é de que os abusadores perderam a vergonha.
Perderam, porque a punição a eles é pequena ou mesmo inexistem. Assim, eles se sentem autorizados a fazer o que quiserem. Por isso, digo e repito, as penas aos agressores, de um modo geral, devem ser exemplares. Quando olhamos as estatísticas, vemos que a violência cresceu muito no Brasil. A violência sexual infantil, envolvendo crianças de zero a 13 anos de idade, disparou. Há casos de crianças recém-nascidas estupradas pelo pai. Um horror.

A punição passa por uma Justiça mais rápida?
Não tenho dúvidas disso. Hoje, os prazos para os processos são muito longos. Esses processos vão sendo empilhados. Recentemente, ouvi o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, dizendo que houve avanços na Justiça, que o número de processo pendentes caiu de 100 milhões para 80 milhões. Continua uma enormidade. Então, como uma vítima vai acreditar que o caso dela terá solução rápida? O que mais vemos são pessoas morrendo antes de os processos que as envolvem serem julgados. Isso, depois de terem se passado 20, 30 anos de espera. Creio que deveria haver um mutirão da Justiça, passar os casos mais graves para frente, assim como os processos em que as pessoas precisam ter uma resposta do Estado.

Como a senhora tem se posicionado da defesa dos direitos das mulheres?
Tenho aproveitado todas as oportunidades que posso para falar sobre a importância de se combater a violência contra as mulheres. Falo um pouco da minha história como vítima, como mulher, como mãe. Tenho viajado o Brasil de Norte a Sul. Estive na fronteira com a Venezuela para entender o que se passa por lá em relação às mulheres. Dormi com elas, fiz rodas de conversas. Quando viajo para fora do Brasil, vou sempre a abrigos de mulheres, a embaixadas, vou a tudo quanto é lugar que tem coisas de mulheres para poder aprender mais. Vou, inclusive, a julgamentos de agressores. Não sou advogada, mas, ao participar, consegue-se ponderar como é que as vítimas são sempre sufocadas pelos violentadores, inclusive pelos advogados dos agressores, que minimizam o problema e a vítima. Geralmente, ela está tão machucada, que não consegue se defender. Então, acho que as mulheres que trabalham com essa pauta precisam ver como tudo funciona realmente. Outro ponto importante: as políticas públicas devem ser feitas por vítimas de violência. Só elas sabem o que é o horror do sofrimento de agressões diversas, sejam sexuais e emocional, sejam psicológicas, patrimonial e física.

Como absorve esse aprendizado?
Posso dizer que, hoje, estou muito orgulhosa da mulher que me tornei. Sofri agressões na casa dos meus pais, fui vítima de violência sexual aos 12 anos, enfrentei violência em relações abusivas. Quando comecei a trabalhar como modelo, era completamente objetificada, uma coisa horrorosa. Tinha o teste do sofá, que a gente via. O movimento Me Too reforçou a percepção das mulheres de que elas precisam trabalhar e receber, que não precisam e não devem trocar nenhum trabalho por sexo. Movimentos como esse são transformadores.

Mas ainda há muito por ser feito em defesa das mulheres.
Pode crer, pois ainda há um preconceito, uma falta de sororidade, uma tentativa de desqualificar as mulheres. E muitas dessas mulheres violentadas têm medo de denunciar, têm vergonha, acham que não têm direitos. A desinformação é tanta que muitas acabam acreditando em promessas mirabolantes e acabam nas mãos de quadrilhas especializadas em tráfico humano.

As mulheres são machistas?
Claro que sim. Há mulheres que, em vez de alavancar outras mulheres, as questionam sobre a violência das quais foram vítimas. Perguntam: mas o que você fez para apanhar? Ou seja, jogam a culpa no colo da vítima que apanhou, foi esfaqueada, quase sofreu uma tentativa de feminicídio. É muito duro ver isso, mas é real. Esse machismo das mulheres, inclusive, é muito comum na Justiça. Vemos isso no andamento dos processos. Vamos deixar claro, as mulheres são vítimas e merecem respeito.

 

Sua filha, Yasmin, esta participando de um dos programas de maior audiência da tevê brasileira, o BBB. Como avalia essa decisão?
A voz de qualquer mulher que tenha visibilidade é importante. Isso vale para a Yasmin, e não por ser minha filha. Ela tem uma carreira, é uma influenciadora. Não basta só ser bonito, ficar postando foto, é fundamental ter um discurso que agregue valor, principalmente entre jovens que estão lhe seguindo. É muita responsabilidade. O mundo mudou, assim como mudou a forma de se levar mensagens. A Yasmin começou a trabalhar muito cedo, saiu de casa, estudou, fala idiomas, mora fora do Brasil. É empresária, atriz, modelo. Está num processo de crescimento grande. É um exemplo de mulher. E onde ela pode ir, ela vai e fala sobre esse crescimento da mulher, da capacidade feminina. E quer ocupar esse espaço, de fortalecer as mulheres. O discurso dela é muito bom, ela é maravilhosa. O fato de ela estar no programa resultou em ataques. Fui obrigada a recorrer a advogados diante da misoginia contra ela, inclusive por parte de participantes do BBB, falando sobre o corpo, sobre a aparência dela. Mas ela é forte e está fechada com os preceitos dela. Isso é muito importante.

A mais recente vítima de misoginia foi a atriz Paolla Oliveira. Foram muitos os ataques a ela durante o carnaval.
O bom da Paola é que ela não dá muita importância para o que falam dela. É uma mulher maravilhosa, muito bem casada e feliz. Lida muito bem com o corpo dela, livre dos padrões de uma sociedade que ainda é muito masculina e exige muito das mulheres. A Paolla é um exemplo de mulher que se respeita. As pessoas que a atacam deveriam procurar o que fazer, estudar, aprender a trabalhar em prol da sociedade.