Mãe é ninho. Não importa quando, como, onde. É no seu afago que some o medo do mundo. Quando se aproxima o dia dedicado a homenageá-la, ainda que o amor constante ultrapasse a formalidade de datas, a vontade de traduzir tamanha gratidão parece que nunca cabe em um presente, qualquer que seja. Então, os filhos se aprontam em procurar a melhor maneira de retribuir o carinho a alguém tão importante.

A 27ª edição da Quermesse da Mary, coordenada pela designer Mary Arantes em seu antigo showroom na Serra, em BH, reúne itens cheios de personalidade e significado, antes de tudo uma forma de reverenciar todas as mães. O espaço abre as portas para o evento especial de Dia das Mães, a partir desta sexta-feira (12/4) até domingo (14/4), antecipando a data especial.

Celebrando o design independente, o artesanato contemporâneo, a arte brasileira, a rica diversidade cultural de Minas Gerais e do país como um todo, suas tradições e expressões artísticas, desta vez são 36 expositores, além da própria fábrica de bijus Mary Design, encerrada há alguns anos, sem deixar de ser desejada pela clientela fiel, que está na Quermesse com novidades.



Com diversos eventos do tipo já realizados, mostrando que entrou de vez para o calendário da cidade, Mary exalta diferentes produtores, afirmando como o fazer artístico em Minas Gerais e no Brasil, e todas as suas ramificações, é potente. E não é hora de concorrer. Todos se unem para, assim, abraçar uma causa maior. É propósito do evento fortalecer as conexões entre as comunidades criativas de todo o país. "O mundo hoje pede que todos estejam de mãos dadas", diz.

Com a participação de talentos locais e de outros estados, entre arte, artesanato, design, decoração, moda, bem-estar e culinária, a lista tem cerâmicas, joias autorais e bijuterias, acessórios em couro, vestuário, tricô e crochê, bolsas, gravuras, pinturas e aquarelas, papelaria, tapetes, saboaria e produtos de gastronomia, tudo cuidadosamente selecionado.

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Mary conta que, quando começa a montar a Quermesse, é como montar um quebra-cabeça, em que tudo precisa fazer sentido e se encaixar. "Acho que fiz um mix bem interessante para o Dias das Mães, com produtores de Minas Gerais e vários lugares do Brasil. Essa é uma data super forte, de venda muito boa, é o Natal de maio. Tem que ter um capricho maior", diz.

Entre andanças e descobertas, a designer coroa a visão de que o coletivo é um caminho fortalecedor. "É uma comunidade que compartilha a mesma linguagem. Comprar de quem cria, adquirir produtos com histórias que fazem a diferença no cenário nacional", diz Mary, dona de um olhar aguçado para encontrar o que é único, belo e dono de identidade.

Cátia Magalhães e Carlos Penna

Quermesse da Mary/Divulgação

Tudo isso enaltecendo as cores em toda sua profusão. "É uma das edições mais coloridas que já fiz. Cerâmicas coloridas, bijus divertidas, roupas estampadas, produtos que parecem carregar paisagens nacionais imaginárias. Estamos redescobrindo nosso país, suas cores, solaridade e brasilidade", conta Mary.

A designer também fala sobre como mudou o conceito de artesanato ao longo dos anos. A tecnologia evoluiu, mudou o próprio jeito de fazer, os produtores têm, inclusive, mais entendimento sobre o que é o design e que papel ele exerce nesse novo contexto. O profissionalismo torna cada vez mais tênue o limite entre o objeto de arte, o artesanato e o design - e assim nasce a artes plásticas popular.

Claudia Savelli e Copella

Quermesse da Mary/Divulgação

Por mais que exista por aí uma enxurrada de itens importados pela grande indústria, não há produtos que, de tão engessados, resistam à identidade do que é feito um a um, a partir do gesto artesanal. Em processos que, exatamente ao contrário, agradam mesmo é pela menor escala, a personalidade, a exclusividade, características do que é singular e original, as cópias não têm vez. Na Quermesse, os pequenos artesãos são adeptos do slow fashion e do consumo consciente.

Outra tônica é o movimento de descolonização, de não achar que só as referências externas são bonitas, e valorizar o que é próprio. "Para muitos curadores, o que foi o modernismo, hoje é o artesanal, a pátria e a cultura sendo valorizadas. É como se estivéssemos fazendo uma redescoberta do ser brasileiro. Vivendo processos de descolonização e auto aceitação. É muito legal ver as pessoas se apropriando daquilo que é nosso, da nossa identidade", constata.

E Minas Gerais é mesmo celeiro de nomes importantes, com trabalhos que, de tão bonitos, ecoam pelo Brasil e fora do país. Brasil que também emana uma presença criativa em especial, um movimento de autenticidade que convida à apreciação. Cada um dos que participam da Quermesse exibe um trabalho esmerado e, mais que suas produções, contam experiências de vida. É ainda um momento para o encontro, para viver e conviver.

A Quermesse também estimula a troca de ideias e práticas relacionadas a reutilização, reciclagem e ao uso eficiente de recursos, incentivando a criação de produtos e solucões inovadoras que minimizem o desperdício e o impacto ambiental. A designer se mostra satisfeita em perceber que toda sua luta de uma vida inteira, pela sustentabilidade, a ecologia, pelos temas nacionais, continua a tônica de muitos trabalhos, em uma corrente cada vez mais fortalecida. "Essas sempre foram defesas minhas com Mary Design. Vejo muito essa busca pela conexão com a natureza, principalmente em relação às marcas menores, em que isso é mais fácil de controlar se comparamos com a cadeia de uma marca gigantesca", declara.

Pensando nos expositores, Mary conta que fica feliz em saber que muitas marcas já dão passos em volta de assuntos relevantes, gritantes para o ser humano e para o planeta. "Tenho notado, desde quando comecei a fazer eventos, o quanto o perfil dos expositores mudou. O artesanato genuíno, como era feito antigamente, ganhou nova dimensão."

Joias, bijus e acessórios

Com joias que se encontram no cruzamento entre moda e arte, a joalheira Cátia Magalhães faz peças que transitam entre casualidade e refinamento, entre a leveza do acaso e a necessária beleza. Produz joias artesanais, cuidando de cada escultura, de cada detalhe. Seu modo de criação passa por suas mãos até se fixar na prata, seu material de base, que conversa com pedras, sementes, tecido, madeira e outros elementos, como penas, presentes em sua coleção atual. São anéis, brincos, colares e broches, que surgem entre os achados diários de seu gabinete de curiosidades.

Carlos Penna, um designer de joias que se joga, sem receio de extrapolar, participa com a coleção Balbúrdia, segunda parte de uma trilogia temática. O novo drop diminui o tom dos tamanhos das peças, mas segue refinando as técnicas de produção muito próprias do autor, traduzidas nos metais amassados, queimados, recortados e vazados, trabalhados sempre de forma manual, um a um.

Flavia Amadeu e Le Tolentino

Quermesse da Mary/Divulgação

A festa de cores em forma de contas é a marca registrada da etiqueta de acessórios da arquiteta e designer carioca Claudia Savelli, que não tem medo de misturas. Apaixonada por tonalidades vivas, texturas, materiais e mestre no diálogo inusitado entre todos esses elementos, exibe acessórios conceituais, entre pulseiras, colares e bolsas super coloridos, criativos e divertidos. Claudia explora seu lado criança e sua veia matemática, que entram em ação enquanto investiga, trama, inventa mecanismos, e descobre novas formas de relacionamento entre matérias-primas.

A mineira Bárbara Teles é psicóloga de formação, mas encontrou no design sua verdadeira paixão. Babi desenvolve acessórios atemporais, versáteis e de qualidade - assim é a Copella, marca que tem como foco a produção de joias em prata 925, algumas em banho de ouro, que vão do clássico ao contemporâneo, das formas geométricas às orgânicas. Além da prata, são utilizados outros materiais como pedras naturais, pérolas e cristais austríacos. Produzidos em Minas, com mão de obra de ourivesaria, os itens transcendem tendências - primam pela elegância e design duradouros.

Adriana Navarro e Ana Queiróz

Quermesse da Mary/Divulgação

Com a marca Le Tolentino, Letícia Tolentino sente-se à vontade para explorar e produzir seu trabalho de maneira mais intuitiva - as joias muitas vezes são infringidas diretamente no metal, sem nem mesmo serem desenhadas antes, com a essência do impulso criativo. Entre peças versáteis e atemporais, também promovendo o consumo consciente e incentivando o upcycling de metais e outros materiais, são anéis assimétricos que assumem movimento e novas dimensões quando vestidos em grupo, e formas que podem amplamente cintilar na textura de um brinco.

Saber ancestral

Não mais o caminho de mesa ou o paninho que se coloca sob o bibelô. O design entra em cena para transformar os saberes e fazeres ancestrais do crochê e do tricô em algo moderno, atual, sintonizado com a moda, ao mesmo tempo em um movimento de luta para que esse aprendizado não se perca, perpetue, ainda beneficiando a comunidade que mantém o trabalho vivo.

Com roupas em tricô e crochê, a Doisélles parte de técnicas milenares do feito à mão que viram obras de design, e porque não dizer de arte, com DNA mineiro e alcance universal. Raquell Guimarães, Ana Brant e Juliana Faillace estão à frente da marca, pioneira com um trabalho em penitenciárias de Minas em um importante projeto de ressocialização. Hoje a produção conta com egressos do sistema prisional e reeducandos da Apac Itabira. A etiqueta dá uma nova guinada e vem agora para o varejo com sua primeira loja conceitual, que terá ateliê aberto e produção à vista. Uma coleção pocket desse projeto está pela primeira vez na Quermesse da Mary.

Alle Doux e Doisellés

Quermesse da Mary/Divulgação

Adriana Navarro sempre foi amante das artes manuais, e fez do hobby uma profissão. Após se especializar em crochê, como foco em bolsas e acessórios, começou a dar aulas na Casa Ateliê O Fio da Trama e nunca mais parou. A criação de uma marca própria autoral foi natural, e assim surgiu a Adriana Navarro Handmade, agora saindo do forno.

A marca prima pela produção de bolsas em crochê. Tudo feito à mão, é o artesanal trabalhado em um acabamento minucioso e sofisticado, entre fechamentos e os tecidos que forram as peças. Adriana utiliza fios sintéticos e ráfia, fibra têxtil de palmeiras, para produzir diversos modelos de bolsas, entre leituras mais clássicas, clutches de uso versátil, com a alça interna, além de carteiras, porta celular, cintos e outros acessórios cheios de bossa, que apresenta em sua estreia na Quermesse.

Vestir o corpo

Na seleção dos adornos para o corpo, vem do Rio de Janeiro a conhecida e mais que querida das mineiras antenadas, a Obra Ipanema, do estilista Fellipe Chaves Caetano e o designer de joias Ivo Minoni, com suas roupas ancoradas na arquitetura, na arte e no charme carioca de ser. As peças se fazem em dobras, formas não usuais e volumetrias especiais, generosas na amplitude. Com tecidos que se comunicam em linguagem própria, associados a conforto, entre saias, blusas, vestidos e camisões, lembram a roupa feita no Japão - há sempre um espaço entre a roupa e o corpo.

Imanto e Na Superfície

Quermesse da Mary/Divulgação

Com roupas de usos múltiplos, a Na Superfície carrega no estilo o jeito de ser brasileiro. No universo colorido e criativo do estúdio de Bárbara e Édipo Furtado, a estampa está no sangue e o poder de encantar se encontra em cada traço. Com a personalidade artística dos criadores, são estampas que vão além do tecido - ganham vida quando aplicadas em diversas superfícies. De vestuário a acessórios, de objetos de decoração a itens para casa, têm o poder de transformar o cotidiano em uma experiência de beleza e autenticidade.

Obra Ipanema e Regina Ortman

Quermesse da Mary/Divulgação

Com atuação em estamparia têxtil, Regina Ortman trabalha com as mãos, pinta cada um dos tecidos, detalhe por detalhe, e assim se conecta com um tempo absolutamente humano, certa de que o fazer manual é a antítese do que se vive hoje. Com poesia no olhar, tenta transformar o tecido em arte para que ele encante e fale de beleza. A intenção é desenvolver peças que emocionem pela delicadeza, pelo colorido, para que depois possam seguir suas trajetórias contando histórias de alegrias. Ela participa da Quermesse com artigos para a casa, toalhas e cerâmicas pintadas à mão, tecidos estampados e kimonos.

Sustentabilidade em pauta

Com a Imanto, a produtora de moda e artista Thais Mol faz seu batismo na Quermesse. São vestíveis que reverberam como verdadeiros mantos, confeccionados com retalhos de tecido que seriam descartados pela indústria têxtil ou incinerados. O manto é um objeto tradicionalmente usado como forma de proteção, de retorno ao lar, ao universo interno e subjetivo.

A artista propõe o uso dessas peças como uma sobreposição. Não há look pronto - a individualidade é o que se manifesta. O Imanto também é atração, o magnetismo que a roupa e as aparências podem gerar. Na Quermesse, Thais lança os vestíveis, uma série de acessórios e mantos unissex e sem numeração. Entram em cena também técnicas tradicionais como o macramê e o crochê, além de flores feitas com resíduos assinadas por Carol Andreazzi.

Outro exemplo dentro do contexto das práticas sustentáveis, a carioca Vaique participa com suas bolsas, cujo material de base é todo feito de reciclagem, originando um tecido plástico resistente e maleável. A Vaique é o laboratório de materiais de Guiga e Leonardo Jarlicht. O intuito é desenvolver materiais de baixo impacto, que sejam fruto de um olhar atento aos problemas e questões atuais. O primeiro lançamento foi feito com o tecido Vaique, reutilizando material plástico descartado que não é reaproveitado pela indústria. Baseada no centro da cidade do Rio de Janeiro, a Vaique opera em parceria com catadores, cooperativas e costureiras.

De Sabará, a ourives Ana Querióz traz joias criadas a partir da reutilização de mínimos recortes de madeiras nobres, usados pelo pai, que é luthier. Ana Queiroz é ourives autodidata e mestre em marchetaria. Inspirada pela história da exploração do ouro que a rodeia, surgiu a coleção que faz uma releitura das joias de crioula, usadas por mulheres negras e mestiças libertas dos séculos 18 e 19, a primeira joalheria autêntica brasileira. Concebe joias que simbolizam o sincretismo religioso. Com beleza, leveza, cor, brasilidade, história e alma, entre figas e amuletos, cada peça é colecionável e feita individualmente de forma manual.

Já Flavia Amadeu, do Distrito Federal, é pioneira no uso da borracha nativa da floresta Amazônica na moda e no design, e brinda o público da Quermesse com uma linha de acessórios contemporâneos, feitos em borracha. Com a pegada do design responsável, o trabalho, 100% sustentável, tem como missão promover impacto social e preservação ambiental a partir do desenvolvimento de projetos e produtos de design. Ela explora um material exclusivo, e diz que o que a faz ser apaixonada pela borracha colorida é a transformação que ela gera nas pessoas, pessoas que cuidam da floresta Amazônica - Flavia também se dedica a ensinar mulheres de comunidades da região a fazer esse trabalho e gerar renda.

Na moda

De Três Corações, a Uai Soul, dos irmãos Felipe, Camila e Paula Ferreira, contribui para a preservação e evolução da identidade cultural de Minas Gerais. A marca faz isso com elegância, enaltecendo o jeito mineiro de falar, quase uma cantoria. Criadas pelos sócios e por artistas mineiros, as estampas são inspiradas em histórias vividas, culturas, arquiteturas e riquezas. Em roupas que são um estado de espírito, a Uai Soul tem a alma em inglês com mineirês, para que Minas e o mundo compreendam a mineiridade. Entre camisetas, ecobags e necessaires, citando apenas alguns exemplos, os produtos são a materialização do afeto, têm cara de casa de vó, o aroma de aconchego do café passado na hora, o retrato da simpatia e da hospitalidade do interior.

Uai Soul e Vaique

Quermesse da Mary/Divulgação

Casa Madre Tereza e Calcutá e Estúdio Arado

Quermesse da Mary/Divulgação

Carolina Aratanha e suas duas sócias aparecem com a carioca Alle Doux, marca de acessórios feitos à mão em couro personalizado e com certificação ambiental. O evento recebe a linha de produtos para o dia a dia, para a casa, para o escritório, para a viagem, para o vinho, para ele, para ela e para o pet, em peças atemporais e exclusivas. São marcadores de livros e de bebidas, carteiras, tags para malas, porta celular, necessaire, porta-óculos e outros itens, em uma busca pelo estilo único de cada um.

Bem-estar

Carla Polese é uma advogada que virou saboeira. Em um certo momento da vida, sentiu a necessidade de trabalhar com algo que a reconectasse com sua essência e, em uma simples pesquisa sobre profissões prazerosas na internet, lhe chamou atenção o ofício de fazer sabão. Tudo fluiu para construir a Le Saboniére Ateliê. Hoje ela produz o que chama "pequenos lotes de amor", produtos carregados de memórias afetivas, com aroma de infância, intuitivos. São sabonetes, perfumes de ambiente, cremes, óleos, esfoliantes, papéis artesanais e flores, que recebem um texto afetuoso, uma frase, uma palavra ou um poema - o toque especial da saboeira que é uma alquimista da alma.

Woody e Le Saboniére Ateliê

Quermesse da Mary/Divulgação

Falando do barro

A ceramista Luciana Radicchi já ensinou raku, técnica de queima japonesa feita a gás, e modelagem. Já participou de exposições individuais, coletivas e feiras, e também ingressou na joalheria (ourivesaria e modelagem em cera). Aprendeu keum boo, técnica coreana de impressão em ouro na prata, e modela suas joias manualmente usando pedras naturais, brutas ou lapidadas. Entre as peças especiais que leva para a Quermesse, está a taça Umbria, nome da região da Itália onde nasceu sua família. Seus antepassados eram ceramistas e agricultores, pessoas simples que trabalhavam com as mãos. Ela faz uma homenagem a eles no evento de Mary Arantes.

Zsolt e Luciana Radicchi

Quermesse da Mary/Divulgação

Para a casa

Com o Estúdio Arado, Bruno Brito, em parceria com o artista Luis Matuto, mostra um trabalho fundamentado em um estudo e divulgação do imaginário rural brasileiro. Foram eleitos o Destaque do Ano no Brasil Design Award 2022. A dupla forma um estúdio criativo. Trabalham basicamente com papel, produzindo cartazes e figuras, em um resgate simples, mais alicerçado em uma pesquisa séria e profunda. Entre um galo que deseja bom dia ou a folhinha que marca os dias, a produção mostra elementos que ajudam a compreender a formação cultural do Brasil.

Madame Frufru e Pé de Pavão

Quermesse da Mary/Divulgação

Com olhar apurado, a Madame Frufru imprime em seus tapetes leituras da arte, da moda e das cores do mundo, em peças que podem passear entre as paredes e o chão, deixando questionar se são tapetes ou painéis. Para essa edição da Quermesse, a coleção traz combinações de cores ousadas e traços geométricos, que são característicos da marca.

A aposta da Zsolt, dos irmãos Bruno e Thatiana Schott, é que, além da roupa, é possível ter peças únicas que vistam a casa, com conforto e desenho exclusivo. A marca valoriza processos manuais, prioriza matérias-primas locais e pensa a produção de forma integral. Adepta do movimento slow fashion sustentável, pratica a moda consciente com design urbano e confortável. Investe em modelagens atemporais e no processo artesanal e local. A estamparia é feita à mão, em tecidos naturais como linho e algodão produzidos no Brasil - de origem certificada, assim como os tingimentos. São itens de vestuário e para a casa, como lençóis, duvets, fronhas, além de capas de almofada e rolos, entre outros. Os irmãos chegam a BH, e em muito isso se deve à Quermesse, em que participam pela quarta oportunidade. Para o evento, trazem a estampa Rios, inspirada no encontro dos Rios Solimões e Amazonas.

Arte e design

Natural do Vale do Mucuri, Pé de Pavão encarna as subjetividades do artista catrumano Gustavo Brito, que cria telas e aquarelas repletas de cores, texturas, objetos e sensações. No pincel do artista, uma busca incessante coexiste com plenitude, turgidez e saciedade, em uma fusão simbiótica dos símbolos que coroam a cabeça do Pé de Pavão. Entre formas livres e muita cor, o retrato do universo do criador, transformado em uma representação não óbvia de si e de sua compreensão da vida.

A Woody, de Bernardo Almeida, entrega móveis e acessórios em madeira nobre maciça sem iguais no mercado. Entendendo o trabalho da oficina como reflexo de toda uma história de vida daquela árvore por dezenas, talvez centenas de anos, percebe como uma obrigação respeitar essa jornada, e só assim retirar de cada peça de madeira um item singular, com design orgânico e contemporâneo. Imprime em cada etapa do processo - desde o garimpo da madeira, projeto, execução e experiência de entrega - o maior cuidado, apreço e atenção possíveis.

Pegada solidária

A Quermesse também não esquece da solidariedade. Sempre um projeto social recebe o apoio do evento. Dessa vez, a agraciada é a Casa Madre Tereza de Calcutá, entidade beneficente, sem fins lucrativos, que acolhe mulheres que estiveram em situação de rua, incentivando famílias a construir um projeto de vida com dignidade e autonomia.

O projeto nasceu da experiência de Tio Maurício, místico e profeta das ruas que se faz pobre para viver entre os pobres. A associação, que se mantém com a ajuda de doações de colaboradores e voluntários, apresenta panos de prato, bate mãos, almofadas, panos de bandeja, jogos americanos, vestidos infantis, toalhas de rosto e banho, sacolas e bastidores, tudo feito à mão pelas mulheres acompanhadas pela entidade - toda a renda da venda é destinada a elas.

Para degustar

No Jardim da Quermesse, a área verde convoca a passar o dia entre plantas, arte, comes e bebes. É a gastronomia representada por marcas de diferentes tipos de produtos, tudo escolhido com esmero - Mary Arantes prova antes cada receita, e convida toda a família, inclusive os bichinhos de estimação, para desfrutar o espaço de encontro.

A Pães Du Kanto, de Monica Baptista, participa com seus pães artesanais, 100% naturais, saudáveis e criativos. Com sabores salgados, adocicados e neutros, massas macias, aeradas e úmidas, cascas fininhas e crocantes, e recheios marcantes, o propósito é oferecer produtos nutritivos e deliciosos.

O premiado doce de leite da Vitoriano Doces, de Jessé Duarte, vem de Bichinho, povoado perto de Tiradentes, com seu companheiro tentador, o licor também feito de doce de leite. Cada doce é cuidadosamente preparado em fogão a lenha, por mãos que preservam a nobre arte da cozinha da roça, e leite de qualidade de pequenos produtores do vilarejo mineiro, com manejo responsável. Com 13% de açúcar, criatividade, esmero e dedicação, a Vitoriano oferece sete diferentes receitas de doce de leite, incluindo a consagrada combinação com pistache.

Pães Du Kanto e Pandora

Quermesse da Mary/Divulgação

O ateliê de confeitaria artesanal Pandora, de Leca Rocha e Michelle Luice, com a produção de macarons, mini pâtisseries, chocolates finos, tortas, pavlovas, presentes e cestas, entre iguarias de deixar água na boca, marca presença. Para elas, degustar um doce, um chocolate, é mais do que o ato de comer - é uma pausa, um presente para si, um momento a ser vivido. Para o Dia das Mães, mostram a coleção Coração de Mãe, com poesia e sabores para celebrar a data.

Etiqueta de Miguel e Pedro Valente, a Amassa é a escolha certa para o almoço. A paixão dos irmãos pela cozinha é herança da mãe, mestra em preparações para o dia a dia e momentos especiais. Desde pequenos são identificados com o dote de trazer alegria pelo paladar. O encantamento se transformou em gosto e habilidades para cozinhar, especialmente a culinária italiana, ideal para atender a necessidade calórica dos dois atletas profissionais de natação. Depois da aposentadoria das piscinas, nasce a Amassa, primeiro com as lasanhas, e mais tarde ao lado de massas recheadas e outros pratos de fabricação artesanal e sabores únicos.

A Julieta Biscoitos, de Ana Laura Costa Faria, comparece com seus biscoitos artesanais, produzidos com carinho e afeto, um abraço para se reunir em torno da mesa e, a cada mordida, degustar bons momentos. Designer de formação e confeiteira por paixão, curiosa e inquieta, Ana Laura vai fundo nas receitas de família, aquelas que abraçam e provocam suspiros. Encontrou no biscoito o sabor de infância. Os quitutes resgatam origens, trazem lembranças, são pedacinhos de Minas, um despertar da simplicidade em agradar.

Amassa e Bala de Coco

Quermesse da Mary/Divulgação

A Bala de Coco, de Mariana Mussi, de pequena cresceu e ganhou o mundo quando ela aprendeu a fazer as balinhas que a mãe tanto adorava. De hobby a propósito de vida, não são apenas doces, mas sim memórias afetivas que aquecem o coração.

De Graziela e Flávia Ferreira, a Dama de Empadas traz para a Quermesse empadas artesanais, preparadas com ingredientes frescos e selecionados. Com os clássicos sabores com frango, camarão, carne seca, até combinações da mesa mineira, como a empada de queijo com goiabada, agrada todos os paladares. Também oferece quibes, para fritar e assados, entre opções vegetarianas e veganas.

Dama de Empadas e Dona Torta

Quermesse da Mary/Divulgação

A cada mordida, a Dona Torta, uma doninha atrevida e simpática que surgiu em meio ao caos para dar doçura à vida, com receitas simples, muitas de família, traz lembranças e sorrisos, conta histórias e celebra momentos, sempre em boa companhia. Entre preparações apetitosas, como versão crocante com pistache e caramelo e o pudim de leite condensado digno de cinema, as tortas de Dudu Pônzio são mais que sabor - são experiências.

Julieta Biscoito e Queijo Juá

Quermesse da Mary/Divulgação

O premiado queijo artesanal da Queijo Juá é um tesouro mantido pela quinta geração da família dos produtores, os irmãos Cássio Fonseca e Paulo Henrique, feito na fazenda Frutuoso Limoeiro, em Alvorada de Minas. Uma delícia com história. São diferentes maturações com o mesmo queijo feito a partir de leite cru, coalho, pingo e sal, seguindo o processo de fabricação e maturação tradicional do local de onde a receita foi trazida pelos colonizadores portugueses, a Serra da Estrela, em Portugal, mantida há 300 anos na região.

Alta confeitaria francesa com o borogodó tupiniquim - eis a alma do Sá Marina. O tempo vivido em Toulouse, na França, é o início da inspiração para as criações de Marina Mendes, o coração por trás das maravilhosas bijoux gourmandes. Nordestina sonhadora, costuma ver um quê de poesia-dançante nas texturas, aromas e cores de cada doce, uma herança do chamego baiano, um gosto de sua terra natal, em honra da avó e da mãe, suas meninas quituteiras que vieram antes. Ela inventa os doces, que são mesmo difíceis de definir - não se encaixam em receitas prontas.

Sá Marina e Sabor com Amor

Quermesse da Mary/Divulgação

A Sabor com Amor é uma empresa de alimentação focada em comida de verdade. Janaíma Araujo oferece refeições artesanais saudáveis congeladas, mel orgânico e favo de mel (certificados, direto da fazenda própria), extrato de própolis verde, alecrim do campo (também da fazenda), antepastos e kits para presentear. Um encanto que vem do viver gastronômico.

Vitoriano Doces e Zoraida Cozinha Milenar

Quermesse da Mary/Divulgação

A Zoraida Cozinha Milënar, de Zoraida Ione Santos Monadjemi, surge na Quermesse com os gostos ancestrais unidos a sabores de ervas, especiarias, alimentos e tudo que envolve o nutrir. Em uma relação de amor com o alimento, Zoraida traz vivências do berço da civilização, com pratos persas, árabes e as raízes mineiras tribais e afrodescendentes. A riqueza da alquimia leva a uma experiência sensorial que nutre corpo e alma.

Na veia

Para Mary, a inspiração e a criatividade não acabam. "Tem gente que me pergunta quando vou parar para descansar. Respondo em bom tom: quando morrer! Quero viver fazendo o que mais amo, trabalhando pelo que sempre acreditei. Pelos produtos carregados de brasilidade, que resgatam técnicas artesanais, pela transmissão geracional dos saberes e fazeres, pela originalidade, cor e alegria que nós brasileiros temos e que imprimimos no design e na arte popular", diz Mary.

Criativos

Joias e acessórios

Adriana Navarro (BH) - @adriananavarrooficial
Carlos Penna (SP-BH) - @carlospenna.design
Cátia Magalhães (BH) - @catiamagalhesjoalheira
Claudia Savelli (RJ) - @claudia_savelli
Copella (BH) - @copellaacessorios
Flavia Amadeu (DF) - @flaviaamadeudesign
Le Tolentino (SP) - @letolentino_jewels
Mary Design - @mary_design
Ourives Ana Queiróz (MG) - @ourives_ana_queiroz

Moda

Alle Doux (RJ) - @alledoux_
Doisellés (MG) - @doielles
Imanto (Brumadinho-MG) - @__imanto
Na Superfície (SP) - @nasuperficie_
Obra Ipanema (RJ) - @obraipanema
Regina Ortman (RJ) - @reginaortman
Uai Soul (MG) - @uaisoul
Vaique (RJ) - @vaique.vaique
Zsolt (RJ) - @zsolt_oficial

Cerâmica

Luciana Radicchi (BH) - @luciana_radicch_ol

Design e décor

Casa Madre Tereza de Calcutá (BH) - @bordadosmadretereza
Estúdio Arado(BH) - @_arado
Madame Frufru (BH) - @madame-frufru_
Pé de Pavão (BH) @pedepavao_
Woody (MG) - @woody.brasil

Bem-estar

Le Saboniére Ateliê (BH) - @lesaboniere

Gastronomia

Amassa - @amassa.cozinha
Bala de Coco - @baladecocobh
Dama de Empadas - @damadeempadas
Dona Torta - @donatortabh
Julieta Biscoito - @julietabiscoito
Queijo Juá - @serro.queijojua
Pães Du Kanto - @paesdukanto
Pandora - @pandorachocolatesemacarons
Sá Marina - @samarina.br
Sabor com Amor - @saborcomamorbh
Vitoriano Doces - @vitorianodoces
Zoraida Cozinha Milenar - @zoraidacozinhamilenar

Quermesse da Mary
Edição de Dia das Mães
12,13 e 14 de abril
Sexta e sábado de 10h às 19h
Domingo de 10h às 17h
Rua Ivaí, 25, Serra, Belo Horizonte
Entrada gratuita
Evento pet friendly
Contato:
Mary Arantes (31) 9.92130878
@quermessedamary
@coisasdamary

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