O desfile, fruto de parcerias relevantes, revela a força do coletivo em torno de uma proposta -  (crédito: Amestia Produções/Tábata Vellasquez e Brenno Medeiros/divulgação)

O desfile, fruto de parcerias relevantes, revela a força do coletivo em torno de uma proposta

crédito: Amestia Produções/Tábata Vellasquez e Brenno Medeiros/divulgação

 

Uma instalação imponente, uma trilha sonora com direito a Caetano Veloso e Gal Costa, um poente especial. Ao conjunto se junta o estilo inconfundível da B. Bouclé na passarela, reinventado a cada estação.


O desfile, fruto de parcerias relevantes, revela a força do coletivo em torno de uma proposta. Quem bancou a ideia, de imediato, foi Rodrigo Simões Pinto, dono de A Estilosa, que está completando três anos no mercado e cujo carro-chefe de vendas é a B.Bouclé. A Marrie Josefine complementou com as sandálias puffer confeccionadas especialmente para a ocasião.


“Sempre fui admirador da CasaCor e tive vontade de participar da mostra com alguma ação. Interessante é que, dias anteriores ao convite, eu sonhei que isso acontecia. Daí que, quando ele veio, considerei que era um sonho sendo realizado, o universo conspirando para que o desfile se concretizasse”, explica o empresário, que abriu um segundo ponto de vendas no Espaço 356 – a loja já está instalada no shopping e permanecerá depois que o evento terminar.


Se para Rodrigo o local sintetiza a moda e a arquitetura, duas atividades alvos da sua admiração, para Bárbara Maciel significa a oportunidade de visibilidade para a B.Bouclé. “É uma parceria que faz a marca transbordar para ambos os lados. É muito importante contar com pessoas que depositam essa energia no nosso trabalho, que acreditam em nossas coleções e desejam ser vistos e conhecidos por meio delas”.
O cenário escolhido para a apresentação do desfile não poderia ser mais emblemático: a instalação O Bloco, localizada no exterior da CasaCor, transformou andaimes de cimbramento em um edifício sensorial, com quatro torres altas e imponentes, visíveis de diversos ângulos. As cadeiras dispostas em círculos contribuíram para criar um vazio espacial, permitindo que os looks se tornassem protagonistas e interagissem com o jogo de luz e sombras do monumento.


Para completar, Mariana Sucupira, que está à frente das campanhas da B.Bouclé há algum tempo, deu novo status aos modelos da coleção com truques de styling, como as capas plissadas acopladas a vestidos, ressaltando a essência autoral da B.Bouclé.


Os calçados da Marrie Josefine fecharam as parcerias realizadas em torno do evento. A marca de Kênia Josefine está sempre aberta às colaborações. “O Rodrigo, por meio de A Estilosa, é meu cliente, admiro o trabalho da Bárbara e trabalho sempre com a Mariana. Vejo isto como um conjunto, acredito que, dando as mãos, o alcance é maior. É assim que se constrói”, garante Kênia.


Transformação

No verão da marca, a palavra-chave é transformação. A abordagem poética e delicada no design convida a uma jornada de descobrimento e inovação. As roupas se desdobram em função e estilo em um exercício de modelagem, que envolve o conhecimento profundo da moulage: há um convite para experimentar, recriar, surpreender. Nesse enfoque, zíperes e elásticos reguladores transformam as peças, golas e decotes ganham novas versões, amarrações inusitadas mudam a cara dos looks.


Matéria-prima queridinha da B.Bouclé, o jacquard com motivos florais, remetendo ao padrão Liberty, abriu o desfile. O mesmo tecido mistura off white com azul jeans e ambos oferecem a opção de serem usados pelo lado direito ou avesso. Estavam lá, ainda, a volumetria, as sobreposições de comprimentos e peças – vestidos sobre calças –, os drapeados, as dobraduras.


Os amassados, por sua vez, explicitam bem a vocação da marca para a complexidade. Os desenhos são feitos do lado avesso do tecido e, depois, costurados com lastex, criando formas de flores. O ferro prensado por cima completa a execução. Em peças individuais ou em detalhes, eles tiveram ênfase na apresentação.


No jogo de versatilidade e de alternativas, regras convencionais são quebradas com relação aos materiais: tecidos sofisticados, como o jacquard e a laise, surgem com pegada esportiva, e tecidos urbanos, como a tricoline, revelam criações apuradas.


Construindo e desconstruindo sempre, o desfile sintetizou a cartela de cores escolhida para a temporada, com predominância de azuis, rosáceos, tons de castanhos, off whites, beges, brancos, uma pitada de preto & branco e de listrado, tons que se destacaram em consonância com o cair da tarde.