Mineira NotEqual  -  (crédito: Lázaro Deusdedith/divulgação)

Mineira NotEqual

crédito: Lázaro Deusdedith/divulgação

 

Depois de se especializar em Nova York, Fábio Costa, estilista mineiro que questiona estruturas estéticas e culturais, co-fundador da NotEqual, destaca-se por sua abordagem autoral e inovadora na moda, desafiando normas e padrões. Fundou sua marca em 2013 e foi convidado para desfilar este ano na F/Row, evento que faz parte da programação de desfiles da New York Fashion Week.


O convite é a prova de como a marca mineira, uma das integrantes da Casa de Criadores, projeto que lança talentos, representa de forma excepcional a moda brasileira, sendo uma das poucas marcas a conquistarem espaço internacional, reforçando seu compromisso com a autenticidade e inovação na moda global.


Expandir percepções estéticas e políticas a partir de uma identidade própria e transpor barreiras são ações que sempre estiveram na perspectiva do estilista mineiro Fábio Costa, cofundador e diretor-criativo da NotEqual, e se consolidou na Casa de Criadores (CdC), onde sua marca ganhou notoriedade. Belo-horizontino, foi entre as montanhas que a experimentação com silhuetas e materiais começou a tomar corpo, durante a formação em design de moda, e rapidamente ganhou o mundo, já que, em seguida, ele se mudou para a Nova York e se especializou em alfaiataria e técnicas de construção de vestuário.


Em 2013, Fábio fundou a NotEqual. A marca começou como um projeto de coleção baseado em um estudo ergonômico de construção da roupa, tornando o corpo de quem veste o protagonista, e desde então também é conduzida pelo designer como manifestação política e de estilo que busca romper não só com questões de gênero, mas questionar estruturas estéticas e modelos culturais, para além de perspectivas de matriz eurocêntrica. Tudo isso é alicerçado pelas pesquisas de ergometria e aprimoramento nas técnicas de moulage feitas nos 12 anos morando e trabalhando em Nova York, o que lhe rendeu participações no talent show de moda Project Runway e oportunidades de ter criações desfiladas sob seu nome em eventos da New York Fashion Week (NYFW).


Fábio retornou ao Brasil em 2018 e logo recebeu convites para participar dos encontros mais relevantes do circuito da moda brasileira, como a São Paulo Fashion Week (SPFW) e o Minas Trend. Mas foi na Casa de Criadores, onde a NotEqual fez seu desfile de estreia, 10 anos atrás, onde Fábio encontrou o espaço certo para sua moda autoral tão única e hoje se mantém como um dos nomes mais esperados nas edições recentes.


A afirmação do estilo autoral não está apenas na opção de Fábio em projetar a marca num evento de moda independente, mas também em conduzir a criação e a produção da marca com uma visão própria de moda e negócios, que não absorve todas as pressões do mercado. Exemplo disso é a escolha por manter o ateliê-sede da marca em Belo Horizonte, onde vive e trabalha com seu sócio, Pedro Couto, que se formou em moda na Espanha e também assina o estilo da grife.


É com a força de um DNA criativo único, lapidado por percepções estéticas e políticas sintonizadas com a contemporaneidade traduzido em produtos apurados, que a NotEqual constrói seu caminho próprio, rompendo barreiras e vícios do mercado de moda no Brasil e no exterior. Prova disso é o convite da F/ROW e da Los Angeles Fashion Week (LAFW).


Fábio levou a última coleção pontuada por intervenções manuais com detalhes artesanais estratégicos, que remetem às tribos africanas ancestrais, cuja vestimenta Fábio revisita com diferentes volumes e formas. A estrutura estética se mantém, mas ocupa outros territórios com expressões variadas que reforçam sua identidade e tem participação importante da estilista mineira Maria Cândida, responsável pela imagem de moda do desfile.