Roberto Cavalli -  (crédito: Fnetwork/divulgação)

Roberto Cavalli

crédito: Fnetwork/divulgação

 

Estilos e modelos para todos os gostos, desde os clássicos, sóbrios e discretos até os arrojados, modernos e coloridos. Modelos ultrafemininos pisaram na passarela em contraponto a looks sem gênero, que entraram na moda e não sairão mais. Justos ou oversized, curtos, midi ou longos, decotados ou não, com ou sem fendas profundas. Tudo isso foi apresentado pelas melhores marcas italianas em Milão e a maioria delas usou de suas referências do passado, trazendo-as para a coleção atual em releitura.

Gucci trouxe a “Grandeza Casual”. Sabato De Sarno inicia um novo ciclo de moda, um ano após estrear sua primeira coleção Gucci, focando em algumas de suas obsessões: alfaiataria, lingerie, couro e uma silhueta dos anos 1960. Em sua forma mais simples, uma regata branca com debrum listrado Gucci era combinada com calças escuras com uma fenda na bainha sobre tênis, fazendo referência à moda masculina. Em sua forma mais elaborada, sobretudos com monograma Gucci arrastavam-se na passarela e a lingerie aparecia sutilmente sob o couro brilhante e texturizado. Vestidos de crepe eram ancorados com ferragens em formato de bambu.

Versace desfilou no pátio do castelo medieval Sforza. A coleção primavera-verão 2025 foi conservadora para os padrões de Donatella Versace, looks para boas meninas misturando e combinando saias lápis acetinadas, polos e cardigans recatados. O mood sugeriu inspiração das décadas de 1960 e 1970. Os conjuntos mais ousados incluíam shorts curtos com meia-calça e salto plataforma, ou um vestido de chiffon aberto do umbigo para revelar uma calcinha com padrão ondulado. Gigi Hadid modelou um vestido midi floral de ombros de fora, que era bonito sem ser de forma alguma provocativo. Um vestido com acabamento metálico e um capuz profundo projetava a maior sensualidade.

Prada apresentou uma coleção que foi uma revisão de seu passado, trazendo elementos atualizados e fazendo uma mistura do antigo e do novo. A reinterpretação teve um olhar surreal, às vezes quase de ficção científica. Prada, com seu codiretor criativo Raf Simons, disse que a coleção visa encontrar a humanidade em uma era em que a sobrecarga de informações é movida por algoritmos. Em vez de explorar temas na passarela, os designers criaram looks individuais, destacando os pontos fortes de cada personagem que criaram. A proposta humana da Prada se torna uma de “opções infinitas”, sem a ajuda de Inteligência Artificial, para criar seu próprio poder.


As saias eram suspensas com anéis de cintos que prendiam na cintura, dando vibrações Prada dos anos 1990. As saias de couro tratado em linha A tinham um toque futurista pós-moderno com recortes circulares. Uma bainha de couro tilintava com ferragens. As calças de cintura alta apresentavam um cinto trompe-l'oeil, as malhas tinham golas bidimensionais. Leggings caneladas substituíam as calças, com cinto ou em camadas, sob uma saia de tule transparente.

Emporio Armani brincou com códigos masculinos para sua nova coleção de roupas femininas, renovando a gravata ao longo do caminho, destacando seu simbolismo duradouro. Antes um sinal de igualdade de gênero, ela "se torna uma tendência lúdica", de acordo com as notas do desfile. Uma gravata de lantejoulas era usada de forma divertida como um top bandeau sob uma jaqueta para a noite. Gravatas elegantemente ancoravam ternos de negócios diurnos, uma túnica com cinto ou um paletó escuro de noite com calças transparentes. Masculinidade e feminilidade eram equilibradas em jaquetas macias e calças esvoaçantes, blusões e agasalhos soltos. Uma bota de tecido foi o calçado escolhido. A paleta de cores evoluiu de neutros suaves para tons brilhantes, junto com contas e lantejoulas. Intitulada Future Perfect, a coleção foi tanto uma retrospectiva quanto uma projeção para o futuro.

Max Mara ganhou forma na nova coleção por meio de dobras de origami, que o diretor-criativo Ian Griffiths transformou em um leitmotiv. O "humilde dardo", como ele o chamava, tornou-se um recurso de design, criando vestidos assimétricos e drapeados, ou volumes em saias, ou um renascimento de uma jaqueta dos anos 1980 amarrada na lateral. O resultado foi um guarda-roupa limpo, que desmente a complexidade do artesanato manual. A coleção nos monocromáticos de marca registrada tinha uma sensualidade subjacente, com tops de sutiã, fendas e recortes com sutileza no revelar, enquanto jaquetas longas e bainhas ofereciam ampla cobertura.

Moschino e o diretor-criativo Adrian Appiolaza abriram sua última coleção com uma série de vestidos brancos, torcidos, amarrados e drapeados em algodão fresco, elaborados com babados, costuras e recortes para um toque folclórico. A série foi inspirada em uma imagem que Appiolaza encontrou nos arquivos do falecido Franco Moschino cobrindo um lençol branco.


Em sua terceira coleção ele continuou com estampas gráficas e proporções exageradas. Os looks de encerramento pareciam estar presos entre um tubinho preto e inúmeros florais, um usado na frente, o outro atrás, colocando o eterno dilema: "Tubinho ou não Tubinho".

Missoni Margherita Maccapani deu à sua nova bebê fashion seu próprio nome de nascimento, menos famoso, Maccapani, aplicando sua filosofia de moda de misturar o antigo e o novo. Maccapani cria cerca de 45 peças por estação, a maioria em jersey versátil — não apenas a versão familiar de algodão, mas também jacquard e lurex. A marca visa responder às "necessidades de funcionalidade e versatilidade que o streetwear ou o athleisure respondem, mas sempre femininas, elegantes e combinadas", disse Maccapani Missoni.

ROBERTO CAVALLI O diretor-criativo Fausto Puglisi recriou versões têxteis do mármore italiano com todas as técnicas imagináveis para sua coleção Roberto Cavalli. A silhueta urbana rock 'n' roll incluiu longos vestidos de palco esvoaçantes, looks baby-doll sensuais, enquanto minissaias urbanas chiques e combinações de jaquetas e trench coats brilhantes falavam da vida na cidade. Uma série de lindos vestidos de veludo com fendas sensuais, recortes e capas embutidas encerrou o show. "Neste momento, precisamos de um pouco de elegância. Quero trazer algo forte, resistente, mas elegante ao mesmo tempo", disse Puglisi.