Estilo pic nic da precoce -  (crédito: túlio sANtos/em/da press)

Estilo pic nic da precoce

crédito: túlio sANtos/em/da press

 

A trajetória da Raquel de Queiroz começou no Minas Trend. A estilista homônima, menina simples do interior, que, aos sete anos, já desenhava e, aos 12, sabia costurar, construiu a história da sua marca no evento.


Em novo endereço, no BH Shopping, a 32ª edição chegou com o tema “Reflexos da Moda: Revelando Horizontes” e com a intenção de conectar o atacado com o comércio, reunindo duas pontas da cadeia produtiva, conforme raciocínio de Flávio Roscoe, presidente da instituição.


Para Raquel de Queiroz, o salão de negócios continua um vetor importante de vendas, daí sua participação efetiva nele há 10 anos. “Nós praticamente nascemos aqui e temos uma clientela que aprecia os nossos produtos”, afirma a estilista, cujas coleções têm uma fórmula segmentada infalível: os vestidos-joias com bordados pesados feitos à mão, os meios bordados e os bordados pontualmente, além da alfaiataria precisa e das construções em moulage.


Com a decisão de marcas relevantes da área do vestuário de BH de atenderem em seus showrooms – o que originou o Minas Trend Showroom –, aquelas presentes no evento aproveitaram o gap para expandir seus negócios. Como Letícia Manzan, estilista e dona da Manzan Brand, que, após um rebranding, retornou à feira com destaque: apresentou um desfile para celebrar os 10 anos, apresentou o frescor de uma coleção autoral marcada por highlights, como um streetstyle pontuado por jeans mixado a bordados e babados de seda.


Assim como a Rachel de Queiroz e a Manzan, Uberlândia, forte polo de bordados, foi representada também pela Pauzzi, que, há oito anos, estreava como novo talento no Minas Trend, com suas jaquetas bordadas. A ideia evoluiu, segundo Jéssica Pauzzi, para linhas de festa voltadas para mães de noivas, madrinhas e debutantes. A atual coleção é marcada por zibelines, tule, tule de brilho, além dos bordados à mão e as flores tridimensionais ornando as peças.


A Deep veio do Ceará pela primeira vez. Conhecida como uma das maiores empresas do Nordeste, mostrou seu trabalho eclético, que vai desde vestidos elegantes pontuados por pérolas até a linha casual. Além dos tecidos em algodão bordado e da alfaiataria, a Deep investe em linho puro e seda pura, além de opções plus size.


Ganhando espaço cada vez maior no mercado por flertar com a sustentabilidade e colocar em evidência o empreendedorismo de grupos de mulheres, a autoralidade ganhou destaque no coletivo Almenara Têxtil, fruto do projeto Mãos à moda, capitaneado pelo Sebrae Minas. Trata-se de um resgate de técnicas de teares e bordados com elementos de identidade e história do patrimônio material e imaterial da região do Vale do Jequitinhonha.


Retorno

Estreantes na edição passada em estande coletivo, algumas marcas autorais retornaram ao Minas Trend também chanceladas pelo Sebrae Minas. Entre elas, a Realiser, cujo carro-chefe são os casacos tecidos com a mesma técnica dos tapetes arraiolos, e a Yaskara, com suas roupas confeccionadas a partir de uma pasta de cimento e desenhos manuais aplicados sobre bases de tule. “Além das saias e dos vestidos, agora evoluímos para capas e quimonos, com tingimentos manuais, usando colorações de cochonilha, pau ferro, café e casca de cebola”, explica Yascara Oliveira.


A Malume explorou novos formatos em 3D e novos prints e a Refeito manteve ícones do seu trabalho de upclycling no jeans, como os casacos e jaquetas. Já a Savre, além das peças tingidas com ervas, cresceu e apresentou uma linha de alfaiataria em jacquard de algodão.


Macramês e crochês continuam sendo a base da Guri Handmade. Embora não esteja ligada às tendências de moda, está up to date com o momento das franjas e dos fios tecidos artesanalmente. Novidade no estande coletivo foi a presença da infantil Contos de Gaya, que conta histórias para meninas e meninos de seis meses a seis anos. A estreia vem com a coleção Ceará em linho, brincando com ícones do Cordel Encantado.


Infantojuvenil

A inclusão do segmento infantojuvenil no salão de negócios se tornou uma ideia de sucesso. Da edição passada para a atual, ela evoluiu muito, colocando em destaque as empresas mais importantes do Brasil nas faixas etárias de zero a 16 anos. O Minas Trend Kids - Baby e Teens recebeu 42 marcas das áreas de vestuário, acessórios, enxovais, incluindo, agora, a puericultura.


“O setor ocupa 8% do mercado nacional e Minas Gerais está em terceiro lugar em vendas no Brasil”, explica Taciana Teodoro, da Top Agency, responsável pela produção executiva do projeto.


José Luis Poli, diretor comercial da HAF Sports, levou ícones da moda, como Nike, Converse, Hurley, Huggies, Levi’s e Jordan, para participar do Baby e Teens pela segunda vez e comemorava a estreia da Lacoste no pool de marcas que representa.


Em 18 desfiles, foram destacadas as principais coleções para o público específico: o estilo romântico prevalece, como na proposta da Petit Cherie, contrapondo com o street style masculino da Serafine Júnior e com o estilo “mocinha” da Luluzinha. Já na Precoce, o tom era de picnic.