Celso Affonso destaca a preferência por estampas animal print -  (crédito: TÚLIO SANTOS/EM/DA.PRESS)

Celso Affonso destaca a preferência por estampas animal print

crédito: TÚLIO SANTOS/EM/DA.PRESS

 

Wagner Penna

A tendência histórica dos acessórios responderem pela maior parte do faturamento das grandes marcas de moda parece ter se refletido no mapa do Minas Trend – feira promovida pela FIEMG e realizada, semana passada, no BH Shopping. A ocupação dos estandes por sapatos, bolsas, joias e bijuterias chegou a 60% – quase o dobro do espaço que ocupava até há pouco tempo.


Um crescimento estimulado pelo mercado: a marca de varejo Constance instalou um truckbiz na feira em busca de parceiros multimarcas. Outro indicador foi a palestra sobre tendências inverno 2025 em acessórios, um sucesso.


VISIBILIDADE

Esse dinamismo atraiu a atenção de outras regiões do estado e do país. Nas duas últimas edições, por exemplo, houve a presença do coletivo Conceito Alagoas, que, dessa vez, reuniu 14 marcas de bijuterias, rendeiras e bolsas daquele estado. “O Minas Trend é muito importante para a visibilidade da nossa moda”, disse Chico Aciolli, presidente do Sindivest-AL. Um dos destaques foi a estilista Berta Vert, com bolsas em macramê, metalizados ou franjas de palha.


De Minas, a cidade de Perdigão trouxe os tênis criativos da marca BKP – revelando um centro emergente no assunto. A coleção inverno 2025 foi assinada pelo estilista Jotta Sybbalena, que buscou inspiração nas trends das marcas internacionais. Tênis adornados com bijus, os tipo chuteira e os feitos em tricô são os destaques. Vindo de Almenara, seis designers integrantes do projeto Mãos à Obra criaram a linha Correnteza, com bolsas, braceletes e colares feitos com taboa seca e cipós.


O segmento de calçados e bolsas levou 38 marcas nessa edição, sendo oito de Minas. Uma delas é a marca de bolsas Celso Affonso, do estilista homônimo, que salienta a importância dos materiais naturais e sustentáveis para o inverno 2025. Ele usou o couro genuíno com estampas de vaca e zebrada, além da linha com mix de cores contrastantes e detalhes utilitários e criativos.


Outra mineira de bolsas foi a Isla, que estendeu suas tradicionais clutches para bolsas amplas em palha e ráfia trançadas, crochê – sucesso absoluto – e mix de brilhos, preto e dourado, entre outros. Não podemos deixar de destacar a jovem estilista Camila Akemi, que estreia no MT. Belas as bolsas em contas handmade e as miniaturas para dar charme em collab com a Bricolage.


No quesito sapatos, o design das marcas Débora Germani e Paula Bahia foi o ponto alto. A primeira fez uma coleção com 94 modelos e 15 linhas diferenciadas, destacando o conforto em modelos maleáveis. Bacanas também os sapatos baixos, bicos de formas variadas, detalhes aplicados e botas estilizadas.


No caso da Paula Bahia, o sapato tipo Sabrina tem salto baixo e bico fino, a papete tem solado grosso e alcochoado, o tênis vem com gáspea telada, o verniz é amaciado e os detalhes têm brilhos e bordados. Nas cores, as duas grifes assinalam o bordô (muito forte no inverno 2025), o verde jatobá (acinzentado), caramelo e alguns modelos pretos.


BIJOUX

Nos estandes de joias e bijuterias, a marca Marisguia mostrou formas orgânicas e arquiteturais para sustentar a linha Onirica, seu lançamento para o próximo inverno. São colares, pulseiras e brincos em mix de pedras e pérolas, tonalidades candy e ouro e peças “com significado e alma para levar ao sonho e paisagens exóticas”, diz Nivia Marisguia, uma das sócias da grife. Outra marca mineira que fez um trabalho muito bacana com pedras e pérolas foi a Lázara, que criou composição de pérolas e pedras coloridas, trazendo um visual mais jovem para o look tradicionalmente clássico.


De São Paulo, a Sorelle (joias e semijoias) simbolizou a força da prata como novo brilho e sucesso nesse tipo de acessório fashion. A fabricante paulistana fez um mix da prataria e pedras brasileiras em colares, pulseiras, brincos e anéis. O acabamento cuidadoso resultou em efeito elegante e sedutor.


No total, o segmento participou com 47 marcas de bijuterias, sendo 15 de Minas, instaladas em 37 estandes.