Criar com alma e paixão. O olhar que transforma, um fazer que significa. Trabalho que molda identidade. Particularidades que alcançam o universal. Quando há no atual algo que encontra raízes, nasce o laço da sutileza, do encanto que fala de todos, e de um por um. Unidos na mesma aldeia, emaranhados em cada beleza, o sentido é construir.

 

É com o impulso de celebrar a brasilidade e os saberes manuais, expressos no elo entre o design e o artesanato, que hoje forma leituras elaboradas e sofisticadas, que Mary Arantes convida para a próxima edição da Quermesse da Mary. O evento no showroom na Serra, em Belo Horizonte, recebe um grupo de produtores locais, e de fora do estado, com concepções que, no casamento entre as perspectivas do designer e do artesão, tornam esse campo maior.

 

"São meses de pesquisa, conversas e construções para trazer para esse momento o que eu sempre apostei: um time local, design nacional, brasilidade, artesanalidade, saberes e fazeres manuais, tão em moda no mundo todo. Não mais o artesanal com finalizações que deixavam a desejar", diz a designer.

 

Estúdio Arado e Marcelo Bittencourt

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Mary conta que a Quermesse foi criada para enaltecer o repertório autoral, os valores do povo brasileiro e o país, com toda sua efervescência criativa. "É  por acreditar que nosso saber fazer faz toda a diferença, pois é o que nos identifica e diferencia. Comprar de quem faz é ter a certeza de levar um bom-causo-pra casa, um produto com história".

 

A Quermesse acontece entre a próxima sexta-feira (8/11) e domingo (10/11). O evento, com 40 expositores - 24 de design e 16 de gastronomia - reúne produtores que prezam, preferencialmente, pelo feito à mão, com pequena produção, consumo consciente e itens exclusivos, garimpados por aí afora por Mary Arantes.

 

Alcimar Moreira e Chão do Cerrado

Quermesse da Mary/Divulgação

 

E não é o último evento do ano. "A Quermesse de novembro oficialmente seria o evento de Natal, pois sempre acreditei que quem sai na frente bebe água limpa. Até entender que em dezembro ainda existe espaço pra mais um evento. Portanto, vai ter Quermesse em dezembro", antecipa.

 

Da madeira

 

Na Fazenda Tabocal, a 100 quilômetros de Diamantina, nasceu Alcimar Moreira. Da infância na família numerosa - tem dez irmãos - ele  lembra de recolher os bezerros para o curral no fim da tarde, de capinar milho, arroz e feijão. Mas o que de fato o marca é a união entre todos. O trabalho esculpindo madeira surgiu na pandemia, depois da aposentadoria. Foi a oficinas de marcenaria, recolhia tocos de madeira, começou a fazer casinhas, foi à internet e à Bahia pesquisar objetos. Lembrou da fazenda, e aí tinha tudo ao alcance.

 

As primeiras obras que levou para o Mercado Municipal de Diamantina hoje se ampliam em jarras ejaculatórias, bandejas que dobram sobre si mesmas, fruteiras, tábuas desiguais - peças que faz com reaproveitamento de resíduos de madeira, principalmente raízes, muitas em estados de decomposição. Ele jamais corta uma árvore. Com a etiqueta Raízes do Vale, cria um conjunto de itens decorativos e utilitários.

 

De Montes Claros, descem os catrumanos Larissa e Tauan, com o Estúdio Cerrado. Com um delicado trabalho de marcenaria, a madeira faz as vezes de tecido, com furos mínimos, por onde agulhas bordam flores, pássaros e palavras. Memória e afeto são contados por objetos.

 

A dupla forma um estúdio criativo que concebe presentes, itens decorativos e utilitários, em madeira. A marca que nasceu na crise do coronavírus ganhou amplitude e consistência. O trabalho diz muito sobre a escolha e o respeito pela matéria-prima, a produção artesanal em escala menor, em peças que carregam heranças ancestrais. Árvores que tampam caixas, caixas que guardam segredos, frases gravadas em retalhos, rimam poemas de vida.


De BH, o mestre em escultura em madeira, Marcelo Bittencourt, comparece na Quermesse. Sua arte vem da infância. Menino, passava horas criando seus próprios brinquedos. Caixas vazias, sucatas de relógios, restos de eletrônicos, carretéis de linha de madeira - tudo em suas mãos virava outra coisa.

 

Marcelo não sabia que o que fazia era sustentável, economia circular, ressignificação de coisas, reutilização, reciclagem, e tantos outros conceitos que hoje formam o dicionário de quem nada descarta. O que faz hoje nada mais é do que fez a vida toda.

 

Além dos renomados pássaros, lança no evento uma coleção de carros inspirados nos modelos antigos, todos exclusivos. O lúdico e o brinquedo de adulto sempre estiveram presente nas criações do artista. Também não fica de fora a divertida série dos robôs feitos por ele. Para os pequenos e os mais grandinhos.

 

Do papel

 

Multiartista nascida em Buenos Aires, radicada em São Paulo, Juliana Bollini cria esculturas e objetos com técnicas mistas. Do trabalho peculiar com o papel machê, exibe bonecos delicados e expressivos, saídos de um livro de contos, que não existe, inventado por ela mesma.

 

Já com uma turma de admiradores que encontra sempre que participa da Quermesse, dessa vez a novidade são as bonecas e outros mimos em tecido que Ju acaba de lançar. O têxtil entrou em sua vida há pouco tempo, e com a mesma potência das conhecidas obras em papel machê. Com inspirações nos universos onírico e feminino, cada peça conta uma história, e se traduz em poesia para o olhar.

 

Com o Estúdio Arado, os artistas e designers Bruno Brito e Luis Matuto mostram um trabalho fundamentado em um estudo e divulgação do imaginário rural brasileiro. Foram eleitos o Destaque do Ano no Brasil Design Award 2022.

 

A dupla forma um estúdio criativo. Trabalham basicamente com papel, produzindo cartazes e figuras, folhinhas, impressos diversos, camisetas e capangas, em um resgate simples, mais alicerçado em uma pesquisa séria e profunda. Entre um galo que deseja bom dia ou a tabela que marca os dias, a produção mostra elementos que ajudam a compreender a formação cultural do Brasil.

 

Da terra

 

Layane Vilar é fruto daquele quadradinho bem lá no meio do cerrado, Brasília. Adotou o mar de montanhas mineiras como lar em 2009. Sete anos depois, se encontrou com a cerâmica. E, com as mãos imersas no barro, reconectou-se com seu lado artístico. Mãos que, do esboço à modelagem, do esmalte à queima, dão vida a cada peça.

 

Ela participa do evento de Mary pela primeira vez, com sua estética limpa, a cartela de cores sóbrias, em tons que vão do natural à natureza. Bege, cru, verde malva e verde escuro, e uma pitada de preto ou terra, cobrem produtos de uso decorativo e utilitário. Hoje, a Chão do Cerrado Cerâmica é o amor em todo detalhe.

 

Das roupas

 

Tirar o extraordinário do invisível. Crianças, adolescentes e adultos com transtorno do espectro autista, síndrome de Down, ou que enfrentaram o AVC, entre outras condições de saúde, formam com suas pinceladas a essência da novíssima Almacor. No projeto coordenado por Cynthia Jaber e Cecília Freire, seus desenhos se transformam nas estampas da etiqueta. A Almacor é mais que uma marca - é galeria de vestir. Mais que inclusão, mais que vender roupas, propaga uma causa, cria símbolos de comunicação e liberdade.

 

Almacor e Miêtta

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Casual, básica, mas fora de clichês, a Miêtta, de Fábio Resende, exibe peças em macramê, com inserções de bordados e tie die, técnica artesanal de tingimento que virou a identidade da marca. Uma modelagem confortável, sempre ampla, que privilegia todos os corpos, em composições em malha. Esse o tecido base, recebe misturas de cores e texturas diferenciadas, que conferem à roupa leveza, para vestir e se sentir bem.

 

Camila Romero e Zsolt

Quermesse da Mary/Divulgação

 

O total apreço às manualidades faz de cada peça única - o bordado à mão nunca é o mesmo, nem é a mesma a pessoa que o bordou. Já conhecida em edições da Quermesse da Mary, a Miêtta propõe uma roupa básica, mas que não é comum, é prática com detalhes relevantes, feita para estar em casa e ao mesmo tempo se sentir arrumada, pronta para sair.

 

A produção em escala pequena traduz um luxo que ultrapassa o fast fashion. É uma conversa sobre corpos imperfeitos, idades indefinidas, gêneros não determinados, moda para todos os tempos.

 

Dos sócios Thatiana e Bruno Schott, a Zsolt valoriza o manual, prioriza matérias-primas locais e pensa a produção de forma integral. Adepta do movimento slow fashion sustentável, pratica a moda consciente com design urbano e confortável. Investe em modelagens atemporais e no processo artesanal e local. A estamparia é feita à mão, em tecidos naturais como linho e algodão produzidos no Brasil - de origem certificada. As roupas levam tingimento natural feito por Thatiana.

 

Do design ao corte do tecido, da tintura ao toque de quem leva cada peça para a casa, a etiqueta exalta o poder da transformação da matéria-prima através das mãos. A dupla fala muito sobre o Rio de Janeiro, de onde vem, e seu jeito de ser.

 

Para a participação na Quermesse, apresenta a coleção Atelier, com estampas que capturam a essência do estúdio e as técnicas que exploram, desde composições abstratas inspiradas no gestualismo, até padrões geométricos meticulosamente desenhados. Com pegada autoral, a Zsolt  fideliza pessoas que querem vestir roupas que respeitam espaço entre corpo e tecido.

 

Da criançada

 

De Igarapé, a Arte Afeto, da arte educadora Patrícia Poubel, vem com suas girafas, ursos, bonecos e capivaras. O trabalho primoroso da criadora ao construir o mundo lúdico destes brinquedos fala de um produto em que cada detalhe tem uma intenção.

 

São bonecas de pano, bichinhos afetivos e peças que celebram momentos especiais, como os kits de maternidade. Um destaque da marca, que também preza pela sustentabilidade, é a boneca Odinea, que simboliza coragem e amor, celebrando a individualidade e a força das mulheres.

 

Arte Afeto e Piccola

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Com o lema “resgaste da afetividade”, a Arte Afeto é muito mais do que os itens infantis – é uma experiência afetiva, que toca o coração de crianças e adultos, relembrando que o verdadeiro valor está nos momentos e nas memórias construídos ao longo da vida.

 

Em uma retomada do lúdico e o feito à mão para durar por gerações, Piccola cria roupas atemporais, concebidas para crianças, bordadas a mão e acompanhadas de bonecas de pano, detalhe que acentua o desejo da designer Carol Kurowsky, formada em moda em Florença, de expandir a infância.

 

Carol vive e trabalha em Itatiaia, cidadezinha do interior de Minas, e depois de ser mãe veio o desejo de fazer indumentárias que gostaria de ver sua filha usando. Criança com cara de criança. A fofoca, a touca e a boneca que veste a roupa como a da mãe, levam para um tempo retrô, porém em um conceito moderno.

 

Das joias e acessórios

 

A ARQVO exibe joiais que lembram um objeto fossilizado da época dos gabinetes de curiosidade. A paulista Camila Alves é a designer por trás da marca, que busca em pequenos fragmentos da natureza sua singularidade e beleza. Peças atemporais e sofisticadas que ao mesmo tempo são divertidas e podem misturar-se. A designer tem como referência estudos biológicos e naturais, lembra do universo vintage, artístico e do cotidiano simples.

 

A nova coleção "A Fantástica Expedição Naturalista d'Arqvo" é um estudo sobre as grandes descobertas da fauna e flora de cientistas como Charles Darwin e Alexander Von Rumboldt em viagens para a América do Sul.

 

O brinco Brasão, inspirado em brasões antigos de confederações de ciência, animais como libélulas, desenvolvidos em tamanho real do inseto, além das garrinhas de pássaros delicadamente reproduzidas em 3D e a tartaruga modelada à mão, estão entre os elementos que constroem a aventura chamada Arqvo.

ARQVO e Carlos Penna

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Carlos Penna, um designer de joias que se joga, sem receio de extrapolar, explora técnicas de produção muito próprias, traduzidas em metais amassados, queimados, recortados e vazados, trabalhados sempre de forma manual, um a um. Tamanhos avantajados são ícones de joias que têm a sua personalidade.

 

Expositor no evento de Mary Arantes de longa data, Carlos Penna é mineiro, é do mundo. E não cansa de se reinventar. Participa em diversos desfiles dentro e fora do Brasil. Inquieto e criativo, ousa passar por todos os limites e dimensões convencionais. Convencional, inclusive, não faz parte de seu dicionário.

 

Liberdade, presença e simplicidade são algumas palavras que definem o estilo Camila Romero. São acessórios em acrílico para que diversos tipos de mulheres e looks se façam notar, carregando exclusividade. O processo criativo acontece a partir de inspirações provocadas por emoções, desejo, leveza e a ousadia de mostrar sua identidade através de designs icônicos, que brincam com volumes e combinações de cores de maneira intuitiva e fluida.

 

Oficina Umi e Adriana Fiche

Quermesse da Mary/Divulgação
 

 

No DNA da marca de Sara Martins Ywahashi, joias mínimas que contam histórias e guardam poesias. Com a Oficina Umi, a autora fala de delicadeza, do preciosismo de objetos feitos em prata, em pequena escala e grande zelo. Faz querer cada peça por conter a imagem do que é essencial e especial, como um símbolo, um talismã afetivo.

 

São joias feitas a mão da fundição da prata até as criações e cravações das pedras. O ateliê fica em uma pequena oficina no bairro da Penha, em São Paulo. A marca, que preza pela diversidade e prioriza o local, faz seu batismo na Quermesse.

 

Das bolsas e sapatos

 

A Garzon Bags, de Anna Garzon, estreia no evento com bolsas de design inovador. Aposta na originalidade de cada item para explorar um universo onde o efêmero é lei. Para a etiqueta da estilista e proprietária, o tempo da moda não passa - renova. Serve para narrar histórias em cada bolsa.

 

A busca é pelo artesanal além do extraordinário. O entendimento é pela responsabilidade quanto a cada processo, da cadeia produtiva ao arremate, com a paixão de quem sabe que cria uma peça única. Ser Garzon é acreditar que a moda deve ser consciente, elegante e revolucionária. Não é uma marca. É um movimento que propõe uma estética contemporânea, ao mesmo tempo que produz pensando no meio ambiente e nas pessoas.

 

Garzon Bags e Velv Shoes

Quermesse da Mary/Divulgação

 

As sandálias de Vanessa Santana,  da Velv Shoes,  dão vontade de sair por aí e ser feliz usando uma papete. Vanessa cria sandálias em que o casual e a liberdade falam do design da marca, que valoriza o protagonismo feminino e toda sua força. A crença é de que a mulher moderna pode se sentir linda, confortável e autêntica por onde for.

 

As sandálias são feitas em couro legítimo e metais de alta qualidade, com durabilidade, conforto, sofisticação e um toque de informação de moda, para um público que tem estilo casual, arrojado, e que gosta de praticidade. É para quem acredita que brilhar começa por dentro e que esse brilho pode chegar aos pés.

 

 

Da decoração

 

Adriana Fiche, de BH, traz almofadas feitas com tecidos vintage de fibras nobres, design moderno, confortáveis ao toque e de beleza atemporal. A manualidade e o preciosismo dos acabamentos arrematam finamente este objeto de uso íntimo, não apenas decorativo. No ateliê, o tecido é o protagonista. Cada peça têxtil é garimpada a dedo.

 

A identidade do trabalho vem de pequenas coleções que conversam entre si, inspiradas na estética vintage e em  elementos da natureza, e que se distinguem através de pequenas interferências. São costuras, botões,  cordões, tasseis, tudo feito manualmente, sempre com o objetivo de valorizar as características essenciais de cada tecido. Os modelos são em número limitado de peças. Os tecidos encontrados em pequenas quantidades conferem o caráter exclusivo à marca.

Avosidade e Pandiprato

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Avosidade, da jornalista Natália Dornelas, vem dizer sobre envelhecimento. Os produtos, como bandeiras e cartazes, têm o intuito de chamar atenção para a velhice, e a boa velhice. Panos de pratos falantes, com frases como "velho é o jovem que deu certo" ou "sou velha desde criancinha", ímãs de geladeira cheios de conteúdo, assim como lambes criativos e placas esmaltadas com tantos outros dizeres, enfeitam a casa para conversar com quem se ama e falar do quão grande é esse amor.

 

Criados pela diretora de arte Tetê Carneiro, os itens ajudam a gerar renda para as ações da organização da sociedade civil, que foi concebida em 2022 por Natália, para promover o letramento em envelhecimento e jogar luz sobre os nossos velhos. Em 2024, a marca fura a bolha, vai além das redes e ganha o grande público.

Dila Vaz Bordados traz para o evento seu precioso trabalho em linho e atoalhado, em almofadas, bastidores, panos de prato, caminhos de mesa, porta-copos, tolhas de rosto e de lavado e nécessaires. Todos os produtos levam a assinatura do bordado manual. Amarrando tudo isso, o ipê, árvore ícone da marca, símbolo de BH, em suas variações de cores.

 

Fundada pelas irmãs Rita e Marília Vaz, a etiqueta surgiu de uma tradição familiar de bordadeiras, herdada da mãe, Dila, que transmitiu a elas o amor pelo bordado. A intenção é manter viva essa arte com criatividade. As criações refletem o carinho e a dedicação passados por gerações, combinando tradição e contemporaneidade, com personalidade e encanto, em uma ode ao feito à mão.

Dila Vaz Bordados e Rua das Mônicas

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Pandiprato é marca mineira raiz. Sandrinha Vieira é a cara das divertidas frases e dizeres do mineirês. A proposta é assumir o jeitinho de falar com muito orgulho. Tem "pandiprato", "pandipia" e outros produtos que fazem parte da linha da marca, surgida em 2020, no auge da pandemia, para tirar o tédio como a criadora via os panos de prato convencionais.

 

Ela conta que resolveu inventar moda. Usou e abusou da licença poética do mineirês para mostrar Minas Gerais para o mundo, e a partir da cozinha, a melhor parte da casa para os mineiros. E para estar na cozinha de todos, falando dos mineiros. São 32 modelos de panos de prato espalhados por aí.

 

Em uma união entre história e arquitetura, a Rua das Mônicas, de Andréa Assunção, traz colares para decoração de ambientes. Colares com contas, a maioria de madeira, em volumes e comprimentos avantajados. Na cartela de cores, as prediletas são o natural, o castanho, o vermelho e o preto.

 

Os colares exploram influências históricas, valorizando a brasilidade e o design, para falar da paixão de Andréa pelo encontro entre arte, memória e artesanal. O trabalho é voltado para quem busca autenticidade e um toque tupiniquim nos detalhes que compõem o espaço.

 

Feitas manualmente com materiais do cerrado e biomas brasileiros, suas criações transformam a decoração, trazendo uma combinação entre elegância e identidade cultural. Para Andréa, as peças não são apenas uma expressão estética, mas também uma forma de reconectar o presente com o passado por meio do design.

 

Do corpo e alma

 

Com cosméticos criados pela farmacêutica Anna Rampazzo, a Hélli Skin vem de Vitória. Com repaginação em toda linha de produtos e embalagens, o perfume de Anna embalará os dias de Quermesse. A marca surgiu de sua experiência pessoal e profissional, e tem como carro chefe produtos hipoalergênicos e livres de toxinas, desenvolvidos para peles sensíveis e alérgicas. Com foco no gerenciamento do envelhecimento da pele, as fórmulas foram desenvolvidas com ingredientes naturais e biotecnológicos.

 

Inspirada no girassol, que simboliza luz e renovação, a Hélli busca empoderar as pessoas a se sentirem confiantes e confortáveis em sua própria pele, proporcionando um ritual de autocuidado com resultados reais e duradouros.

 

Hélli Home e Querê Home

Quermesse da Mary/Divulgação

 

A estreante Querê Home é uma marca mineira de home decor e home care que cria velas aromatizadas e bandejas organizadoras em cimento colorido, fragrâncias para ambientes, produtos de cuidado pessoal, com as cores das montanhas de Minas, entre outros trabalhos. A intenção da Querê Home é levar luz e energia e transmitir afeto em todo produto.

 

Além da decoração, cada peça carrega uma presença especial, transformando o espaço e o astral de quem a recebe. Fundada por Fabiana MetzKer, com a linha de home care desenvolvida por sua mãe, Rigleia Metzker, a marca reflete o amor, dedicação e a energia das tradições mineiras.

 

Dos comes e bebes

 

No Jardim da Quermesse, a área verde convoca a passar o dia entre plantas, arte, comes e bebes. É a gastronomia representada por marcas de diferentes produtos, tudo escolhido com esmero - Mary Arantes prova antes cada receita, e convida toda a família, inclusive os bichinhos de estimação, para desfrutar o espaço de encontro.

 

Balas delícia, biscoitos de goiabada, quindim, massas, empadas, cerveja, sucos naturais, comida árabe, pães artesanais, mel, geleias e temperos, antepastos. Claro, não ficam de fora café, queijo, doce de leite e, agora, o bolo de pão de queijo.

 

A Pães Du Kanto, de Monica Baptista, participa com seus pães artesanais, 100% naturais, saudáveis e criativos. Com sabores salgados, adocicados e neutros, massas macias, aeradas e úmidas, cascas fininhas e crocantes, e recheios marcantes, o propósito é oferecer produtos nutritivos e deliciosos.

 

Pães Du Kanto e Dedé Pães Artesanais

Quermesse da Mary/Divulgação

 

André Gabrich é o padeiro por trás dos pães e folhados de fermentação natural produzidos semanalmente para a Dédé Pães Artesanais. Há sempre opções de pães clássicos e versáteis para qualquer tipo de acompanhamento, como o pão 100% integral ou a baguete e pães rústicos, enriquecidos com farinhas de centeio ou fubá de milho crioulo e harmonizados com recheios como castanhas, frutas secas, queijos e ervas frescas. Para os amantes de pão doce fofinho e amanteigado, tem o clássico brioche. Os folhados também estão entre as fornadas da semana. Do croissant e pain au chocolat ou folhados recheados, como o pain suisse e o croissant aux amandes, são muitas delícias.

 

O premiado doce de leite da Vitoriano Doces, de Jessé Duarte, vem de Bichinho, povoado perto de Tiradentes, com seu companheiro tentador, o licor também feito de doce de leite. Cada doce é cuidadosamente preparado em fogão a lenha, por mãos que preservam a nobre arte da cozinha da roça, e leite de qualidade de pequenos produtores do vilarejo mineiro, com manejo responsável. Com 13% de açúcar, criatividade, esmero e dedicação, a Vitoriano oferece diferentes receitas de doce de leite, incluindo a consagrada combinação com pistache.


Vitoriano Doces e Amassa

Quermesse da Mary/Divulgação

 

Etiqueta de Miguel e Pedro Valente, a Amassa é a escolha certa para o almoço. A paixão dos irmãos pela cozinha é herança da mãe, mestra em preparações para o dia a dia e momentos especiais. Desde pequenos são identificados com o dote de trazer alegria pelo paladar. O encantamento se transformou em gosto e habilidades para cozinhar, especialmente a culinária italiana, ideal para atender a necessidade calórica dos dois atletas profissionais de natação. Depois da aposentadoria das piscinas, nasce a Amassa, primeiro com as lasanhas, e mais tarde ao lado de massas recheadas e outros pratos de fabricação artesanal e sabores únicos.

 

A Julieta Biscoitos, de Ana Laura Costa Faria, comparece com seus biscoitos artesanais, produzidos com carinho e afeto, um abraço para se reunir em torno da mesa e, a cada mordida, degustar bons momentos. Designer de formação e confeiteira por paixão, curiosa e inquieta, Ana Laura vai fundo nas receitas de família, aquelas que abraçam e provocam suspiros. Encontrou no biscoito o sabor de infância. Os quitutes resgatam origens, trazem lembranças, são pedacinhos de Minas, um despertar da simplicidade em agradar.

Julieta Biscoitos e Bala de Coco

Quermesse da Mary/Divulgação
 

 

A Bala de Coco, de Mariana Mussi, de pequena cresceu e ganhou o mundo quando ela aprendeu a fazer as balinhas que a mãe tanto adorava. De hobby a propósito de vida, não são apenas doces, mas sim memórias afetivas que aquecem o coração.

 

De Graziela e Flávia Ferreira, a Dama de Empadas traz para a Quermesse empadas artesanais, preparadas com ingredientes frescos e selecionados. Com os clássicos sabores com frango, camarão, carne seca, até combinações da mesa mineira, como a empada de queijo com goiabada, agrada todos os paladares. Também oferece quibes, para fritar e assados, entre opções vegetarianas e veganas.

Dama de Empadas e Dona Torta

Quermesse da Mary/Divulgação
 

 

A cada mordida, a Dona Torta, uma doninha atrevida e simpática que surgiu em meio ao caos para dar doçura à vida, com receitas simples, muitas de família, traz lembranças e sorrisos, conta histórias e celebra momentos, sempre em boa companhia. Entre preparações apetitosas, como versão crocante com pistache e caramelo e o pudim de leite condensado digno de cinema, as tortas de Dudu Pônzio são mais que sabor - são experiências.

 

O premiado queijo artesanal da Queijo Juá é um tesouro mantido pela quinta geração da família dos produtores, os irmãos Cássio Fonseca e Paulo Henrique, feito na fazenda Frutuoso Limoeiro, em Alvorada de Minas. Uma delícia com história. São diferentes maturações com o mesmo queijo feito a partir de leite cru, coalho, pingo e sal, seguindo o processo de fabricação e maturação tradicional do local de onde a receita foi trazida pelos colonizadores portugueses, a Serra da Estrela, em Portugal, mantida há 300 anos na região.

Queijo Juá e Polvilha

Quermesse da Mary/Divulgação

 

A Polvilha é sobre alimentar as fomes - real e simbólica. Leva a assinatura de Fabiana da Costa, que busca Minas Gerais em um novo formato, em uma receita que mistura um tanto de ousadia e outro tanto de delírio, subvertendo um dos maiores ícones da gastronomia mineira: o pão de queijo. O bolo de pão de queijo - formato de bolo e receita de pão de queijo, casquinha crocante e fofinho por dentro -, tem quatro versões: tradicional, linguiça, goiabada e doce de leite.

 

Outra iguaria é o molhinho de tomate picante, uma receita de vó guardada a sete chaves, que acompanha muito bem as versões tradicional e linguiça. Tudo embalado em textos e poesias, polvilhando delícias e delírios para aliviar a realidade de quem cruzar o caminho.

Sá Marina e Empórios Mantiqueira Bela

Quermesse da Mary/Divulgação
 

 

Alta confeitaria francesa com o borogodó tupiniquim - eis a alma do Sá Marina. O tempo que passou em Toulouse, na França, é o início da inspiração para as criações de Marina Mendes, o coração das maravilhosas bijoux gourmandes. Também carrega referências dos anos que viveu na Alemanha, o apreço pelas confeitarias grega e truca e pela alegria da cozinha italiana.

 

Nordestina sonhadora, Marina costuma ver um quê de poesia-dançante nas texturas, aromas e cores de cada doce, uma herança do chamego baiano, um gosto de sua terra natal, em honra da avó e da mãe, suas meninas quituteiras que vieram antes. Ela inventa os doces, que são mesmo difíceis de definir - não se encaixam em receitas prontas.

 

A Mantiqueira Bela, de Jeane Possato e Rildo Machado, nasceu da alegria de cozinhar em família. O preparo cuidadoso se reflete desde a seleção dos ingredientes até a finalização, com altos padrões de qualidade. Entre os produtos, mais de dez tipos de antepastos sem glúten e conservantes químicos.

 

O sabor único é garantido pelos insumos comprados diretamente de pequenos produtores, azeite extravirgem e outras especiarias. No cardápio, chutneys de tomate com cardamomo, manga, jaca, abacaxi, queijos, relish de pepino, jiló ou beterraba, abobrinha italiana, alho com ervas, entre outros, com opções de kits para presentear. Tudo com as delícias dos terroirs mineiros.

 

A Gelateria Gourmet é uma gelateria artesanal focada em produtos mais saudáveis e saborosos, feitos para quem se ama. Priscila Stuart apresenta deliciosos gelatos com opções à base de leite, sem gordura hidrogenada e adição de conservantes ou sem lactose e açúcar. A escolha é por ingredientes de qualidade, selecionados a dedo, com a menor quantidade de produtos industrializados possível. Tudo para uma experiência inesquecível, com sabor e sem consciência pesada.

 

A Provençal Gourmet, de Bárbara Campos, é uma jornada gastronômica pelos sabores mineiros. São diversos produtos, desde geleias artesanais a risotos e azeites aromatizados, que podem ser embalados para dar de presente.

 

Entre as geleias que acompanham bem queijos e vinhos, sobremesas ou para o café da manhã, sabores como mexerica, figo com laranja e canela, frutas silvestres e aceto balsâmico, limão siciliano, jabuticaba, framboesa e hibisco, entre outras diversas opções de chutneys e mel. Na lista dos pré-prontos, risoto de shitake, alho poró ou indiano, panqueca de lavanda ou chocolate. É rica ainda a seleção de temperos, e mineirices como cafés, queijos, doce de leite, licores e cervejas locais.

 

Gelateria Gourmet e Provençal Gourmet

Quermesse da Mary/Divulgação

 

A Sabor com Amor é uma empresa de alimentação focada em comida de verdade. Janaíma Araujo oferece refeições artesanais saudáveis congeladas, mel orgânico e favo de mel (certificados, direto da fazenda própria), extrato de própolis verde, alecrim do campo (também da fazenda), antepastos e kits para presentear. Um encanto que vem do viver gastronômico.

 

A Zoraida Cozinha Milenar, de Zoraida Ione Santos Monadjemi, surge na Quermesse com os gostos ancestrais unidos a sabores de ervas, especiarias, diferentes ingredientes e tudo que envolve o nutrir. Em uma relação de amor com a comida, Zoraida traz vivências do berço da civilização, com pratos persas, árabes e as raízes mineiras tribais e afrodescendentes. A riqueza da alquimia leva a uma experiência sensorial que alimenta corpo e alma.

Sabor com Amor e Zoraida Cozinha Milenar

Quermesse da Mary/Divulgação
 

 

Na veia

 

Para Mary, a inspiração e a criatividade não acabam. "Tem gente que me pergunta quando vou parar para descansar. Respondo em bom tom: quando morrer! Quero viver fazendo o que mais amo, trabalhando pelo que sempre acreditei. Pelos produtos carregados de brasilidade, que resgatam técnicas artesanais, pela transmissão geracional dos saberes e fazeres, pela originalidade, cor e alegria que nós brasileiros temos e que imprimimos no design e na arte popular", diz Mary.


Mary Arantes aposta em um time local, no design nacional, na brasilidade, nos saberes e fazeres manuais, tão em voga no mundo todo

Mary Arantes/Divulgação

 

Expositores

 

Adriana Fiche - @adrianafiche

Alcimar Moreira - @alcimardaassuncaomoreira

ALMACOR - @almacor.art

ARQVO - @arqvo_

Arte Afeto - @arte_afeto

Avosidade - @somos.avosidade

Camila Romero - @camilaromero

Carlos Penna - @carlospenna.design

Chão do Cerrado Cerâmica - @chaodocerrado

Dila Vaz Bordados - @dila.vazbordados

Estúdio Arado - @_arado

Estúdio Cerrado - @estudio.cerrado

Garzon Bags - @garzonbags

Hélli - @helliskin

Juliana Bollini - @julianabollinioficial

Marcelo Bittencourt - @marcelobittencourtb

Miêtta - @mietta_bh

Oficina Umi - @oficina.umi

Pandiprato - @pan.diprato

Piccola - @piccolaatelier

Querê Home - @quere.home

Rua das Mônicas - @ruadasmonicas

Velv Shoes - @velvshoes

Zsolt. - @zsolt_oficial



Gastronomia

 

AMASSA - @amassa.cozinha

Bala de Coco - @baladecocobh

Dama de Empadas - @damadeempadas

Dédé Pães Artesanais - @dede.paes.artesanais

Dona Torta - @donatortabh

Gelateria Gourmet - @gelateria_gourmet

Julieta Biscoito Artesanal - @julietabiscoito

Mantiqueira Bela - @mantiqueirabela

Marina Mendes - @samarina.br

Pães Artesanais Du Kanto - @paesdukanto

Polvilha - @polvilha.bh

Provençal Gourmet - @provencalgourmet

Queijo Juá - @serro.queijojua

Sabor com Amor - @saborcomamorbh

Vitoriano Doces - @vitorianodoces

Zoraida Cozinha Milenar - @zoraidacozinhamilenar

 


Quermesse da Mary

De 8 a 10 de novembro
Sexta e sábado, de 10h às 19h
Domingo, de 10h às 17h
Na Rua Ivaí, 25 - Serra
Entrada gratuita
Evento pet friendly

Curadoria:

Mary Figueiredo Arantes

@quermessedamary
@coisasdamary

compartilhe