As peças em Gilda são instrumentos de individuação, inéditas e originais, que não podem ser repetidas -  (crédito: Gilda/Divulgação)

As peças em Gilda são instrumentos de individuação, inéditas e originais, que não podem ser repetidas

crédito: Gilda/Divulgação

Uma mulher livre, exuberante, independente, divertida, colorida. Uma mulher solar, culta, sem medo de ser feliz. Sem idade, um manifesto à liberdade, forte, à frente de seu tempo. Contemporânea e atemporal, é musa eterna, tem vontade insaciável de viver. Assim é Gilda, a persona que empresta a identidade para a mais nova marca de moda criada pelas artistas plásticas Eula Teixeira e Érica Lorentz.

 

Eula e Érica unem talentos para criar uma linha de vestíveis e acessórios, sem tempo, desvinculada a tendências, conjugando moda e arte: a proposta é ter o corpo como suporte (ou tela), para a obra.  Alicerçadas no modo slow fashion, elas passaram o ano em encontros semanais, literalmente pintando e bordando, construindo a marca, sem a menor pressa, somente com dedicação a cada etapa. Enquanto costuravam, gestavam o perfil dessa mulher, Gilda.

 

 

Juntas, durante todo o processo de concepção, elas não sabiam que estavam ressignificando o conceito de arte vestível. Gilda é arte para vestir, é rouparte, como denomina a precursora do movimento wearable art no Brasil, Liane Bloise.

 

No país, esse começo remonta à década de 1980, mas a tendência surgiu um pouco antes, nos Estados Unidos dos anos 1960. Também  faziam parte deste grupo de criadores os joalheiros mineiros, Maria Lúcia Barbosa e Cláudio Brandão, e a artista plástica israelense Hedva Megged, dentre outros.

 

As peças em Gilda são instrumentos de individuação, inéditas e originais, que não podem ser repetidas - cada uma é única e exclusiva. Além de roupas, como os quimonos, estão no cardápio da recém chegada etiqueta bolsas, colares, bonecas, sacoches (bolsas pequenas),  pins,  nécessaires, telas e quadros.

 

Todos constroem uma brincadeira entre formas, enfeites e sentimentos. Itens que são verdadeiras declarações de quem se atreve a viver sem regras, sem padrões, apenas com a autenticidade de ser.

 

Gilda é arte para se vestir

Gilda é arte para se vestir

Gilda/Divulgação

 

O chamado pin, criado pela dupla, é na verdade um mini quadro ambulante. Um broche em nova dimensão, com alfinetes nas cantoneiras, o que permite deslocamento e liberdade de uso - ora na frente de uma camiseta, ora nas costas de uma jaqueta ou camisa. Os produtos estão intimamente associados à livre expressão  - o que Gilda mais faz é descombinar harmoniosamente.

 

O embrião

 

Eula e Érica se conheceram em 2022, durante uma exposição de Eula. O primeiro contato não demorou para se tornar uma sólida amizade. E duas artistas, quando se encontram, não param mais. A ideia de fazer um trabalho em conjunto foi natural.

 

 

Gilda nasceu com a produção dos pins, mas elas inventaram mais, e logo todas as outras coisas foram surgindo. As criações de Érica com suas características "carinhas" e os bordados e paninhos de Eula se casam em novas leituras.

 

Érica e Eula cumprem a missão de provar a força da interseção entre moda e artes plásticas, mostrando que a estética não se limita à moldura ou à parede: pode ocupar outros formatos e ganhar movimento ao ser uma peça de roupa.

 

"O que se veste pode estar na casa. Chego em casa, e coloco a roupa na parede. Pego o pin pendurado na parede, coloco na bola, e saio. A intenção é mesmo sair do lugar comum", diz Eula. Aí surge o conceito do "arte-à-porter", brinca Érica. "O que está na parede pode ir para o corpo, sai do corpo e volta para a parede. Peças versáteis, que podem ser usadas no corpo e na casa. Você sai usando um adorno", acrescenta.

 

Elas falam que todo o processo é manual - cada produto é um.  "Fomos construindo, e tudo foi evoluindo. Gilda mostra que não tem medo de ser feliz, que é importante assumir o que se gosta, a maneira de se vestir. Mostra que não é preciso fazer tudo correndo. Há um tempo para assimilar, o tempo da costura, da pintura. Não é rápido como o fast fashion. É um tempo precioso", reforça Eula.

 

A missão é provar a força da interseção entre moda e artes plásticas: a estética não se limita à moldura ou à parede

A missão é provar a força da interseção entre moda e artes plásticas: a estética não se limita à moldura ou à parede

Gilda/Divulgação

 

O lançamento da marca acontece nessa sexta-feira (13/12) e sábado (14/12), no antigo showroom, em Belo Horizonte, da designer Mary Arantes, que assina a curadoria do projeto. "Gilda é um projeto diferente de tudo o que já vi e fiz. Duas artistas que se encontraram para fazer o inusitado", diz.

 

Todo o caminho criativo decorreu em 2024. Um fazer calmo, tranquilo, sem pressa ou correria, como as duas caracterizam a gestação de Gilda. "Fomos cuidando sem estresse, com carinho. Foi um ano construindo essa história. Agora parimos a marca com a bênção de Mary, que dá a chancela de coisa boa. Estamos super animadas para o lançamento", conta Érica.

 

Gilda

Lançamento dias 13 e 14 de dezembro

De 10h às 19 h

Rua Ivaí 25, Serra, BH

@gilda.atelie.bh

 

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