Maria Eduarda Lopes
 -  (crédito: Verônica Porto/Divulgação)

Maria Eduarda Lopes

crédito: Verônica Porto/Divulgação

 

Diversidade, pensamento decolonial, sustentabilidade. Assuntos que aparecem em editoriais da última turma de formandos do curso de moda da Universidade Fumec, em Belo Horizonte. Segundo o coordenador, Antônio Fernandes Santos, este é um indicativo de que os alunos não querem só fazer roupa, estão interessados em pesquisar e discutir movimentos captados em todo o mundo.


Os 30 formandos começaram o curso em 2020, no auge da pandemia. “Elsa Schiaparelli (estilista italiana) diz que nos momentos mais difíceis fazemos as coisas mais sensacionais. Passamos por muitas dificuldades, a adaptação às aulas remotas, mas é impressionante como isso teve um resultado positivo. Parece que os alunos estavam com tanta vontade de voltar ao presencial que participaram mais das aulas e surgiram trabalhos muito interessantes”, observa o coordenador.


Quando olha para as coleções finais, Santos exalta a experimentação, impulsionada pelo olhar para o novo, o interesse em atender um público mais amplo possível e a busca por referências brasileiras. “Estamos voltando ao que era discutido nos anos 1920 com o modernismo: o decolonial e a valorização da nossa cultura. Os alunos estão muito antenados com isso, querem falar de Brasil. Acho muito legal.”


Essa turma chega ao mercado num momento celebrado pela universidade. O curso de moda é o mais procurado atualmente – no semestre passado, foi o que mais recebeu matrículas. “As pessoas estão percebendo que moda não é só fazer roupa. Se você não tiver algo além do material, se não contar histórias, não vai despertar interesse”, pontua o professor. Por outro lado, mais confecções estão percebendo que precisam de alguém que entende de moda e estão contratando recém-formados.