Parte do elenco do filme

Parte do elenco do filme "Ainda estou aqui", que vive a expectativa de sucesso no Oscar

crédito: Divulgação

 

A atriz Fernanda Torres fez história na noite do último domingo (5/1) ao conquistar o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama por sua atuação no filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles. Para cinéfilos e o povo brasileiro em geral, a vitória foi recebida como a conquista de uma Copa do Mundo. Mas, para que o assunto inundasse as redes sociais e estivesse na boca do povo tão rapidamente, inclusive daqueles que nem gostam tanto de cinema, o prêmio se tornou também uma vitória do marketing, uma aula prática de como elaborar e executar uma campanha 360º com sucesso.


A campanha utilizou uma variedade de mídias para alcançar um público amplo e promover engajamento. Nas redes sociais, plataformas como Instagram, Facebook, Twitter e TikTok foram usadas para compartilhar trailers, teasers, bastidores e entrevistas com os principais atores e equipe de produção. Em jornais e revistas de grande circulação, foram publicadas entrevistas para destacar a história do filme e celebrar cada prêmio conquistado. A visibilidade do filme também foi aumentada através de entrevistas em programas de TV e rádio, além de eventos de lançamento com sessões de cinema, coletivas de imprensa e encontros com o público em diversas cidades.


A parceria com influenciadores e personalidades públicas foi fundamental na promoção do filme, pois aumentou o engajamento e a visibilidade nas redes sociais. Essas estratégias combinadas garantiram o sucesso do filme tanto nacional quanto internacionalmente.


Mas se esse é o roteiro do sucesso na promoção de um filme, por que não é sempre usado? A resposta está no custo elevado de uma campanha desse porte. Segundo estimativas de veículos americanos, como Variety e New Yorker, ações desse tipo podem custar a partir de US$ 3 milhões (R$ 17 milhões).


Para aumentar ainda mais a visibilidade do filme, a equipe utilizou a campanha “For Your Consideration” (Para sua consideração), que sugere aos votantes as categorias em que o filme se destaca, como Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Por isso, é essencial a presença do filme em quase todos os festivais. E “Ainda estou aqui” foi exibido nos mais prestigiados, como o Festival de Veneza, onde recebeu o prêmio de Melhor Roteiro e o Green Drop Award, aumentando a exposição e gerando buzz positivo.


Essas exibições funcionam como um impulso para que o longa se torne assunto entre os votantes e crie expectativa para assisti-lo. No entanto, essa estratégia pode elevar os investimentos em até US$ 15 milhões (R$ 86 milhões), incluindo gastos com aluguel de cinemas, anúncios, viagens internacionais dos astros e outros eventos promocionais.


A distribuição internacional, que também precisa ser impecável, ficou a cargo da Sony Classics, reconhecida por levar filmes independentes a grandes premiações, facilitando o acesso a mercados internacionais e ampliando a visibilidade da obra.


A vitória é um ponto crucial na campanha pelo Oscar, aumentando a visibilidade do filme e suas chances de sucesso. A campanha foi estratégica e multifacetada, com o filme sendo selecionado para mais de 50 festivais ao redor do mundo, o que aumentou o alcance e a credibilidade da trama. O ápice foi a conquista do Globo de Ouro de Melhor Atriz para Fernanda Torres, que transformou a vitória em uma conquista nacional. Nas entrevistas, a atriz utilizou expressões como “dia de jogador de futebol” para induzir o público a ver sua vitória como um feito esportivo.


Marcas pegam carona

As marcas também aproveitaram o momento para se manifestar. As que mantêm relação direta com o longa ou com seus personagens foram às redes sociais para exaltar Fernanda Torres. O Itaú, por exemplo, escreveu: “Sonho é um delírio maravilhoso. É quando uma alma conta uma história”. A Duolingo registrou a frase “A vida presta” em diferentes idiomas e o Corinthians pegou uma baita carona usando o nome de seu zagueiro Félix Torres. Em seu post, o time paulista exibiu uma camisa do jogador (número 3) pendurada no vestiário, com a seguinte colocação: “Acho que nosso zagueiro não vai importar com o uso da camisa dele para fazermos uma homenagem à vencedora do Globo de Ouro”. Detalhe: a grafia do nome do equatoriano na camisa é F. Torres.


Porém, nenhum esforço de marketing seria eficaz se o produto não fosse bom. A história inspiradora de “Ainda estou aqui” foi fundamental para o sucesso da campanha. A forte narrativa emocional do filme resgata um período sombrio do passado político brasileiro, contando a história real de Eunice Paiva, que buscou a verdade sobre o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar. As atuações icônicas de Fernanda Torres e Selton Mello também contribuíram para atrair a atenção do público. E, finalmente, a decisão de disponibilizar o filme nas plataformas de streaming após sua temporada nos cinemas foi acertada, ampliando o alcance ao público e perpetuando a mensagem do filme.


E nem mesmo ataques depreciativos diminuíram a projeção do filme. O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o governo federal pelos recursos destinados à Lei Rouanet, um dia após a conquista de Fernanda Torres. No entanto, desde 2007, a Lei Rouanet proíbe o financiamento de longas-metragens de ficção e “Ainda estou aqui”, com 2h19 minutos de duração, não recebeu nenhum incentivo da lei. Agora é torcer – e muito – para que o filme faça também um golaço de placa na disputa final do Oscar. 

Briefing

“Força, Fuad!”
O Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior de Minas Gerais (Sepex-MG) lançou campanha de “corrente positiva” para o restabelecimento da saúde do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que segue hospitalizado no Hospital Mater Dei.

Corrente do bem
Alex Sandro dos Santos, presidente do Sepex-MG, diz se tratar de uma ação da presidência da entidade em conjunto com empresários de publicidade de mídia exterior de Minas associados. A campanha está veiculada em pontos de ônibus, bancas, painéis de LED, empenas e outdoors em toda a capital mineira, “para uma grande corrente do bem”.

Mudança
A publicitária Andrea Loureiro é a nova secretária-adjunta de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte. O cargo é subordinado à Secretaria Municipal de Assuntos Institucionais e Comunicação, que começa a funcionar na nova estrutura administrativa da PBH em fevereiro. Assim, Andrea passará a integrar o Grupo Técnico de Comunicação, colegiado criado pelo prefeito Fuad Noman para traçar as diretrizes e definir a política de comunicação da prefeitura.

Experiência
Andrea Loureiro é uma profissional experiente e reconhecida no mercado por sua trajetória de sucesso em muitas campanhas publicitárias. Ela trabalhou em importantes agências, adquirindo experiência e se especializando em planejamento e no atendimento a empresas de diferentes segmentos dos setores privado e público. Nos últimos anos, atuou na comunicação da Fundação Renova e também foi professora universitária.

Leifert no SBT/Alterosa
O ex-apresentador da Globo, Tiago Leifert, é o novo contratado do SBT/Alterosa. Leifert será narrador dos jogos da UEFA Champions League e da Copa Sul-Americana. A estreia está programada para o próximo dia 21, com a narração do jogo entre Benfica e Barcelona, válido pela competição de clubes da Europa.

Legado
Em seu perfil no Instagram, o apresentador celebrou a contratação e lembrou Silvio Santos, fundador da emissora: “Estou muito honrado e empolgado com essa oportunidade no SBT. Cresci na TV aberta e tenho um carinho enorme pelo legado de Silvio Santos”.