Mística japonesa
Brasileira se muda para o Japão para criar amuletos a pedido de monges, que, após consagrá-los, enviam para seguidores
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Siga noA mineira Ana Pessoa – atualmente radicada em Tóquio –, em colaboração com monges do Monte Fuji, lançou a primeira coleção de Omamoris (amuletos), feita em edição limitada e concebida em formato de joia. Além de um design inovador, ela usou matéria-prima brasileira. Os amuletos têm vida útil limitada (um ano ou até que arrebentem) e, então, devem ser queimados.
Os Omamoris são amuletos tradicionais japoneses, frequentemente encontrados em santuários shintoístas e templos budistas. Sua versão clássica é feita de pequenos pedaços de papel ou madeira, que contém orações ou escrituras envoltas em pequenos sacos de seda jacquard. Cada Omamori tem um propósito específico, indicado pelo tipo de oração ou inscrição acondicionada dentro do amuleto, como, por exemplo, saúde, dinheiro, amor etc.

A primeira coleção é composta por três braceletes abençoados que invocam o Amor, a Saúde e o Dinheiro. As joias foram produzidas artesanalmente na Tailândia, utilizando prata, pedras preciosas brasileiras lapidadas em Jaipur (Índia) e capim dourado, trançado por artesãs da comunidade quilombola Mumbuca, no Jalapão, Tocantins.
A marca Kami No Michi, expressão que significa Caminho dos “Kamis” ou Caminho do Sagrado em japonês, nasceu para fazer uma releitura da versão tradicional dos Omamoris, que foram concebidos pelos monges Takeda e idealizados por Ana Pessoa.

DO JAPÃO AO JALAPÃO
Ana Pessoa é jornalista de mão cheia, atuou por muitos anos na área e decidiu mudar radicalmente de profissão. Nascida em Belo Horizonte, recebeu a orientação de monges do templo Takeda (Yamanashi, Japão) para utilizar metais nobres, pedras e fibras naturais. Para isso, ela realizou uma peregrinação em busca de parceiros e fornecedores ideais para a feitura das joias, respeitando todas as recomendações dos monges, que, ao fim do processo, abençoaram a coleção e escreveram mantras, um a um, para cada peça. Ana partiu para o Jalapão em busca de uma das matérias-primas que compõem os Braceletes da sorte que evocam o Amor e a Saúde. Ao se deparar com o trabalho e história das mulheres artesãs da comunidade quilombola Mumbuca, decidiu produzir o vídeo “Capim Dourado – O Ouro do Jalapão” (Andaluz Filmes) para documentar o que é vivido por muitas gerações naquele que também é considerado um santuário do Tocantins, criando peças que encantam o mundo e que, ao mesmo tempo, têm o valor da preservação desse habitat tão extraordinário.
Os braceletes Omamoris podem ser usados por homens, mulheres e crianças. Para incentivar a conexão com o sagrado em um ritual, cada bracelete da Kami No Michi vem acompanhado de um kit: uma vela de aroma especial em pote de cerâmica para kimchi, produzido na Coreia do Sul e um manuscrito em papel de arroz com lindos mantras de poder sobre Saúde, Amor ou Dinheiro, cuja intenção é de realizar os desejos relacionados à energia contida na pulseira escolhida.
Os Omamoris fazem parte da cultura japonesa, refletindo a profunda conexão entre as práticas religiosas e a vida cotidiana no Japão. Eles são símbolos de fé e esperança e proporcionam conforto espiritual e um sentimento de proteção aos que os carregam. A popularidade dos amuletos transcende as fronteiras religiosas, sendo usados por seguidores do shintoísmo e apreciados por muitas pessoas, independentemente de suas crenças religiosas.

BRACELETE RYU: O DRAGÃO JAPONÊS
O bracelete Ryu é uma linha especial da Kami No Michi produzida ano passado, que foi o ano do dragão de fogo, um ano desafiador, em que as chamas do dragão iluminaram todas as sombras para revelar verdades que estavam escondidas. A peça só tem a cabeça e o rabo em prata e o corpo é feito de palha de buriti trançada em formato de infinito (8). O material escolhido foi para dar maior maleabilidade ao corpo da pulseira, que forma uma espinha dorsal. Diferentemente dos amuletos com intenções específicas, esse é um amuleto de proteção e iluminação. No caso deste amuleto, sua vida útil termina quando arrebenta a parte que une o corpo à cabeça ou rabo. Esta parte é queimada ou jogada fora e a cabeça e rabo pode ser reutilizados com um novo “corpo”.
Serviço
Onde encontrar:
e-commerce: www.kaminomichi.com