A Polícia Civil abriu investigação sobre um fato ocorrido na noite de terça-feira (7/11), na cidade de Paracatu, no noroeste do estado, onde uma oferta feita por um influenciador digital, César Rincón, causou um alvoroço na cidade e colocou em risco o patrimônio histórico. Uma igreja, Santana, e três praças, foram depredadas. Ele anunciou, por meio de uma publicação, que daria R$ 5 mil para cada pessoa que encontrasse uma das três chaves que tinha escondido em praças da cidade.
A Polícia Militar foi acionada por uma promotora de Justiça e pelo vice-diretor da Escola Estadual Antônio Carlos, que denunciaram um acúmulo grande de pessoas em frente à escola.
Paralelamente, chegaram, para a PM, denúncias semelhantes, em dois outros pontos da cidade: Praça de Santana - nesta a situação mais grave, pois várias pessoas escalaram as paredes da igreja, na ânsia de encontrar o objeto premiado -, e Praça Mário Campos.
No balanço feito pela PM, os três locais, mais a igreja, sofreram danos. A Polícia Civil tenta, agora, identificar os responsáveis. Eles serão indiciados, tão logo sejam identificados.
O prefeito de Paracatu, Igor Santos, lamentou o ocorrido e anunciou que o influencer será multado. Nas redes sociais, publicou “Absurdo o que aconteceu nas praças de Paracatu. Eu entendo, é legal demais ganhar carro, ganhar prêmio, realizar o sonho das pessoas, mas tem limite, claro. É muito fácil depois falar que a prefeitura tem que investir em praça, mas é claro, pessoal destrói tudo em uma noite só. Já pedi ao Conselho do Patrimônio Histórico que delibere e aplique multa sobre isso. Também vamos acionar o Ministério Público. Passou de todos os limites. Não podemos aceitar, é o patrimônio do povo do Paracatu, temos que respeitar e zelar pelo que é nosso.”
A situação acabou virando um bate-boca entre o prefeito e o influencer que respondeu: “Se ele, o prefeito, não fosse polícia, também estaria lá, caçando os R$ 5 mil”.
O influencer escreveu, também, que não vê problema algum em arcar com qualquer responsabilidade. “Pago as multas e reformo as praças do meu bolso”.
Ele também discorda que as pessoas tivessem escalado a igreja. “Pô gurizada, aí não pô”
E admitiu o erro no final do texto. “Eu fui o errado, assumo total erro, não quero parecer certo, mas já tinha deixado claro que pagaria qualquer custo. O povo de Paracatu me abraçou e, se precisar, tiro do meu bolso para não atrapalhar em nada.” E alegou que pode ser denunciado, mas que suas ações são 100% legais.
Ninguém ainda foi preso.