O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), assinou a autorização para início das obras de revitalização da Avenida Afonso Pena nesta segunda-feira (13/11). A reforma começará nesta terça (14/11) e vai durar um ano.
A empresa responsável pelas obras começará a montagem do canteiro do primeiro trecho, na Praça da Bandeira. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), será reformado um local por vez, entre segundas e sextas-feiras, para permitir a continuidade da tradicional Feira Hippie, que acontece aos domingos.
A PBH deve gastar R$ 24,8 milhões com o projeto, que prevê 4,94 km de reforma.
Entre as intervenções previstas estão:
- Implantação de faixa exclusiva para ônibus durante todo o dia, entre a Rua dos Caetés e a Avenida Getúlio Vargas, no sentido Centro – Bairro; e entre as Ruas Professor Moraes e dos Caetés, no sentido Bairro – Centro;
- Faixa preferencial para ônibus durante todo o dia, para o restante do trecho, até a Praça da Bandeira;
- Traçado de ciclovia em toda a extensão da Afonso Pena, no canteiro central, alargando-o e redistribuindo as faixas de rolamento;
- Fresagem e recapeamento do asfalto;
- Nova sinalização vertical e horizontal;
- Mobiliário Urbano e paisagismo, com sistema de irrigação.
Os serviços serão executados na Afonso Pena entre Rua Curitiba e Avenida Bandeirantes; Avenida Getúlio Vargas entre Rua Gonçalves Dias e Avenida Afonso Pena; Rua Curitiba entre Afonso Pena e Santos Dumont; Rua Cláudio Manoel entre Rua Piauí e Afonso Pena; e Rua Piauí entre Av. Getúlio Vargas e Rua Cláudio Manoel. Não será necessária qualquer ação de desapropriação de terreno.
A revitalização foi anunciada em agosto do ano passado. A proposta inicial esbarrava na preservação do patrimônio histórico e da vegetação urbana, com previsão de retirar diversas árvores, diminuir áreas de praça e fazer recortes em quarteirões para receber mais asfalto.
Há um ano, o Conselho de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte enviou uma carta à Superintendência de Mobilidade da PBH solicitando uma apresentação pública do projeto de revitalização da avenida. Entre reivindicações e conversas entre poder público e população, o projeto foi aprovado em maio deste ano, com alterações.
Na época, em entrevista ao Estado de Minas, o professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais Roberto Andrés explicou que, desde que o projeto “veio à tona”, a prefeitura deu ouvidos aos movimentos sociais que tratam da mobilidade urbana. O saldo foi a alteração do texto e a exclusão da quantidade de árvores e calçadas a serem retiradas.
“A gente teve a oportunidade de debater com a BHTrans, com técnicos, e a notícia boa é que o projeto foi ajustado, melhorado, reduzido corte de árvores e calçadas, e focado no que é mais importante, que é a construção de ciclovias e faixas exclusivas para ônibus”, disse Andrés.
Opinião da Câmara dos Dirigentes Lojistas
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) ficou satisfeita com a dinamicidade das obras e com o fornecimento de informações à medida que as obras evoluírem. Inicialmente, quando o projeto foi anunciado, a entidade manifestou sua preocupação em relação à alteração do fluxo de clientes no comércio, principalmente na época do Natal.
Marcos Innecco, vice-presidente de Relações Institucionais da CDL/BH, conta que “o receio diminuiu, porque a prefeitura fez um trabalho de comunicação eficiente”. A PBH ouviu o pedido dos dirigentes lojistas de manter um horário flexível para as obras, que deixe os horários de pico do comércio de fora.
Além disso, como as obras começam nesta terça, daqui a um ano, quando a obra deve estar próxima de acabar, o cronograma de reparos pode coincidir com a época em que as pessoas vão ao centro para as compras de Natal. Como solução, Marcos disse que a PBH prometeu retomar a obra em janeiro, para não atrapalhar o fluxo de vendas no fim do ano.
Quanto ao fluxo de informações e às intervenções no trânsito, por exemplo, Innecco diz que “nos foi prometido ser liberadas informações para que o comércio possa se programar”. Começar a obra pela Praça da Bandeira também foi um pedido da CDL, devido à proximidade das festas de fim de ano.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata