Mais de 300 peixes foram encontrados mortos na Lagoa da Pampulha, em BH -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

Mais de 300 peixes foram encontrados mortos na Lagoa da Pampulha, em BH

crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press

O intenso calor em Belo Horizonte e a falta de chuvas foram responsáveis pela morte de mais de 300 peixes na Lagoa da Pampulha, cartão postal da cidade, nos últimos dois dias. Nesta terça-feira (14/11), quando a capital mineira registrou recorde de temperatura, que ficou na casa dos 37,9°C, a prefeitura contabilizou 292 peixes encontrados mortos.

 

 

A mortandade dos animais é atribuída ao calor extremo aliado ao baixo volume de chuvas, que reduziu o nível do reservatório da Lagoa e a diluição de poluentes. Na segunda-feira (13/11), outros 10 peixes foram retirados sem vida no local, totalizam 302 mortos em um intervalo de apenas dois dias.

 

“O oxigênio dissolvido na coluna d'água está menor, potencializando a morte dos peixes e agravando o quadro de eutrofização (fenômeno de acúmulo excessivo de matéria orgânica provinda dos esgotos, que induz o crescimento desmoderado de algas e plantas aquáticas)”, informou a Prefeitura de Belo Horizonte por meio de nota.

 

 

As mortes dos animais acende o alerta para o risco ambiental das ondas de calor, que, segundo antecipam especialistas, serão cada vez mais intensas e duradouras. O calor extremo, característico da atuação do El Niño, fenômeno natural de aquecimento das águas do oceano Pacífico que impede a chegada de frentes frias ao Brasil, vem sendo intensificado pelas mudanças climáticas.

 

O efeito disso é que novembro, historicamente um mês de clima úmido e chuvoso, será atípico em 2023 e marcado por dois extremos: de um lado, a primeira quinzena será de calor intenso; do outro, a previsão para o restante do mês é de chuvas acima da média, alertam especialistas. “O que está acontecendo agora com essa onda de calor é a perspectiva de um início de mês abafado, muito calor, seguido de chuvas intensas na segunda quinzena”, prevê Daniela Cunha, professora do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).

 

Onda de calor não dá trégua

 

A onda de calor segue intensa, com mínima prevista de 23°C e máxima de 38°C no feriado (15/11), superando os 37,9°C registrados nesta terça-feira.

 

Além das altas temperaturas, a onda de calor vem acompanhada de clima seco, que mantém os índices de umidade do ar abaixo dos 20% no período da tarde. Nesta terça-feira, o índice foi de 23%, bem abaixo do ideal, estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que varia entre 50% e 60%.

 

Os termômetros ainda ficarão na casa de 37°C e 36°C até o domingo (19), quando a previsão é que a temperatura volte a cair, chegando aos 28ºC.