Vegetação seca contribui para queimadas  -  (crédito: Divulgação/ CBMMG)

Vegetação seca contribui para queimadas

crédito: Divulgação/ CBMMG

Somente na primeira quinzena de novembro, Minas Gerais registrou, 133% de aumento na quantidade de incêndios florestais atendidos pelo Corpo de Bombeiros. O número, comparado com os últimos dois anos, é inesperado para a época, que geralmente é marcada por chuvas.

Até 15 de novembro, foram contabilizados 389 atendimentos de incêndio, o dobro do ano passado. Em 2022, no mês inteiro, foram 179. Já em novembro de 2021, os registros eram de 154.

Conforme a corporação, o cálculo foi feito com a média dos meses de novembro em 2021 e 2022, que registraram cerca de 166,5 ocorrências. Há muitas razões para tal situação, a onda de calor, somada à estiagem fora de época e altas temperaturas, são as principais causas. Porém, o “fator humano” é que determina o incêndio.

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Warley de Paula Vieira Barbosa, as questões climáticas tornam a vegetação mais seca e propícia a pegar fogo.

“A parcela da sociedade que não tem consciência ambiental é que faz com que os números se tornem elevados nesta época. Em Minas, o único incêndio natural é a descarga atmosférica, o raio. Isso não tende a nos preocupar muito, porque assim que ocorre o fenômeno, temos a chuva. Normalmente, esse tipo de incêndio não vai para frente, com raríssimas exceções”, explica.

Ele ressalta que o fator humano não é sinônimo de incêndio criminoso ou intencional, para essa conclusão, as causas precisam ser analisadas.


Monitoramento


Para acompanhar os possíveis focos de incêndio, uma das ferramentas utilizadas pelos militares é o Painel do Fogo. 

A ferramenta é monitorada em tempo real por satélites, que identificam focos de altas temperaturas e emitem um alerta para a região. Apesar de eficiente, ele pode indicar um falso incêndio, por isso, precisa da análise de um profissional da corporação.

“Isso pode se confirmar ou não. Um dos exemplos são telhados de zinco, que aquecem bastante e podem aparecer como foco de calor. Para saber se é mesmo um incêndio, o responsável compara com os mapas e imagens aéreas do local. Se confirmado, encaminhamos equipes para o combate”, diz o capitão.
Soluções

Para o momento, não há solução diferente da educação ambiental da população. “O investimento precisa ser na prevenção e preparação da população. Contamos com o apoio da sociedade, para evitar atitudes de risco”, afirma o bombeiro.

Veja algumas atitudes de risco:


- Colocar fogo em lixo
- Limpeza de lote vago com fogo
- Queimada de pasto


Caso alguém presencie atitudes como essas ou veja um incêndio florestal, a orientação é ligar para o Corpo de Bombeiros no número 193. Também há possibilidade de fazer uma denúncia anônima, pelo 181.

O incêndio também arrisca a vida dos bombeiros que estão no combate às chamas. Para evitar que os militares se desgastem, há uma preparação especial, com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) com proteção antichamas. As vestimentas básicas são: capacete com lanterna, óculos, balaclava, gandola — blusa e calça alaranjadas, que facilitam a visualização dos combatentes, luvas, botas e lanternas para as mãos.

“Faz muito calor com o equipamento, mas as equipes se preparam para isso. O condicionamento físico é o primeiro EPI dos bombeiros”, diz Barbosa.

Atear fogo em mata e florestas é crime ambiental, pela Lei 9.605, com pena de multa e prisão.