A delegada Monah Zein, que se envolveu em uma confusão com policiais civis no Bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no fim da tarde desta quarta-feira (22/11), ao Hospital Unimed, situado na Avenida do Contorno, no Bairro Santa Efigênia.
Ela deixou a residência medicada em uma maca e com auxílio de oxigênio. Segundo informa o porta-voz da Polícia Civil, Saulo Castro, ela se entregou espontaneamente. A Polícia Civil montou uma sala de operações no salão de festas do prédio onde mora a delegada para, assim, retirá-la do apartamento. Assista:
Na manhã de ontem, por volta de 9h, o prédio da servidora foi cercado depois que ela publicou mensagens em um grupo de delegados sobre o suicídio de um investigador do CORE. Em transmissão ao vivo em suas redes sociais, Monah afirmou que tem sido perseguida por pessoas de dentro da corporação em decorrência de denúncias de assédio que registrou.
“Todas as vidas foram preservadas. Então, o trabalho da Polícia Civil foi encerrando com êxito, respeitando todos os protocolos. O gerenciamento de crise demorou mais de um dia, mas, graças a Deus, foi finalizado profissionalmente. Sem dúvida, o trabalho de qualquer força de segurança no estado democrático de direito é a preservação de direitos e o maior deles é o direito à vida”, comentou o porta-voz da instituição, acrescentando que havia duas armas de fogo no imóvel, sendo que uma delas foi devolvida, e a outra está sendo procurada.
“Não há situação de violência”, diz porta-voz da Polícia Civil
Ele diz ainda que “não há uma situação de violência”, embora uma fonte da Polícia Civil ter confirmado ao Estado de Minas que, antes de disparar contra os agentes da CORE, a delegada foi atingida por uma arma de choque. Em sua live, Monah mostra um dardo que dispararam contra ela. Em seguida, a servidora começa a questionar se realmente os policiais queriam ajudá-la, como haviam afirmado.
“O que houve foi a preservação por parte dos agentes de segurança. Ela estava com duas armas de fogo e bastante exaltada. A gente não pode chegar numa situação dessa sem pensar na segurança dos policiais. Não podemos, diante de uma pessoa armada, ainda que uma colega, chegarmos sem, por exemplo, um escudo balístico, uma vez que era uma situação que houve o acionamento do grupo tático”, disse Saulo Castro.
“Eu não tenho a informação sobre a quantidade de tiros, mas houve, sim, disparos de arma de fogo por parte da colega em direção aos policiais do grupo tático. Porém, em nenhum momento, houve revide por parte da Polícia Civil com armamento letal”, completou.
Denúncias de assédio
Em relação às denúncias de assédio na corporação, o porta-voz afirma que a instituição atuará “de forma transparente” e seguindo e “respeitando o devido processo legal”. Por outro lado, Saulo diz que a colega de profissão “responde a alguns procedimentos junto à corregedoria”. “Mas é algo que eu prefiro não falar agora por não ter conhecimento da matéria”, afirma.
Em relação à acusação de Monah sobre corte de energia, Saulo diz não ter “essa informação”. “Até poucos instantes, ela estava ouvindo música dentro de casa”, pontuou.