Obras da Praça da Estação faz parte do Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte 
       -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Obras da Praça da Estação faz parte do Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press

Que Belo Horizonte tem o título de capital dos botecos, todos já sabem. Mas, além da cultura da boemia em um sem-número de bares, a cidade se destaca por suas exuberantes e acolhedoras praças. Conforme levantamento da prefeitura, são nada menos que 790, que juntas somam cerca de 3 milhões de metros quadrados. Até o fim de 2024, o Executivo municipal planeja entregar uma série de obras de reforma, manutenção e revitalização de parte desses espaços no Centro de BH, o que inclui intervenções em três dos mais emblemáticos: as praças da Estação, do Papa e da Rodoviária.


Erguida sete anos depois da fundação de Belo Horizonte, a Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação, foi a primeira a entrar na lista de revitalizações da prefeitura, e ficará fechada para obras até meados de setembro de 2024 – embora os acessos ao metrô e ao Museu de Artes e Ofícios sigam abertos.


Aos poucos, a população poderá ver novos contornos ganhando forma no paisagismo do patrimônio cultural, em ações como a inclusão de palmeiras nos contornos – homenagem direta ao movimento Praia da Estação. Nesta primeira etapa de obras, iniciada no fim de outubro, equipes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) executam a remoçãoo dos pisos para troca do pavimento.


Desligadas há anos, as fontes luminosas também devem voltar a fluir, com novos equipamentos e ligações. Estão previstas ainda obras nas canaletas e troca de grelhas danificadas, além da recuperação de bancos e lixeiras. Palco de manifestações culturais e políticas, a praça terá delimitadores de tráfego, especialmente devido aos veículos pesados que estacionam dentro do largo. O total de investimentos ultrapassa R$ 8 milhões, custeados pelo próprio município como parte das ações do programa de requalificação da área central da cidade, batizado de “Centro de Todo Mundo”.


Obras no cartão de boas-vindas

Uma das portas de entrada para Belo Horizonte, a Praça Rio Branco, mais conhecida como Praça da Rodoviária, é outro espaço prestes a passar por processo de revitalização. A licitação para as obras ainda está em andamento, e a prefeitura projeta o início da reforma para dezembro. Com 21 metros de altura e responsável por marcar o início da Avenida Afonso Pena, o monumento “Liberdade em Equilíbrio”, da artista plástica Mary Vieira, é o ponto central da recuperação do projeto arquitetônico, originário dos anos 1920. A intervenção inclui ainda restauração de pisos, bancos, canteiros e calçadas, com previsão de durar um ano.


Na outra extremidade do eixo da Avenida Afonso Pena e aos pés da Serra do Curral, a Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, também integra o cronograma de intervenções do projeto “Cento de Todo Mundo”. A prefeitura de BH informa que já publicou o edital para obras do cartão-postal, e prevê divulgar, em breve, a data de início das reformas. O que já se estima é que até o fim de 2024 o espaço esteja de cara nova: estão previstos um anexo de área verde e novo playground, com brinquedos mais acessíveis.


O piso da praça também deve ser substituído, mas o município garante que as cerâmicas serão idênticas e com a mesma disposição existente. Toda a reforma deve custar cerca de R$ 11 milhões.

 

Movimento cultural inspira revitalização

O conjunto de obras para reforço do caráter de lazer e cultura de algumas das principais praças de BH integra o programa de requalificação da área central batizado pela prefeitura de “Centro de Todo Mundo”. Fundamentada em 10 eixos, a iniciativa busca despertar o sentimento de pertencimento da população e trazer novos olhares para áreas estigmatizadas da região, como o “baixo Centro”, que tem como principal referência a Praça da Estação.


O movimento de ocupação e revitalização da área acompanha o crescimento do Carnaval de rua de BH, que tem no entorno alguns de seus mais badalados blocos, e o duelo de MCs, que ocorre na parte de baixo do vizinho Viaduto Santa Tereza – iniciativa que fortaleceu o cenário hip hop mineiro e a cultura de resistência nos espaços públicos.


“O programa extrapola os limites do Centro para compor uma região central mais bonita, arborizada, acessível e atrativa para a toda população”, afirma Beatriz Góes, subsecretária de Relações Intragovernamentais da Secretaria de Governo da prefeitura e coordenadora do “Centro de Todo Mundo”.


Dentro do projeto, há, ainda, uma vertente social com previsão de investimentos em moradia, saúde e geração de renda para a população de rua. Entre as iniciativas estão a implantação de três residências inclusivas para acolhimento de pessoas com deficiência e o programa “Estamos Juntos”, que promete auxiliar famílias que não têm condições de arcar com um aluguel. O total de investimentos da iniciativa, lançada em março, chega à casa dos R$ 100 milhões.


Modernização no 1º eixo da capital

Da Praça da Rodoviária até a Praça da Bandeira, os quase 5 quilômetros da Avenida Afonso Pena se transformarão em um canteiro de obras com proposta de melhorar o tráfego e a acessibilidade na região central. Estimada em quase R$ 25 milhões, a reforma da primeira avenida traçada da capital, iniciada na última terça-feira (14/11), tem previsão de término em outubro de 2024. As obras serão feitas em etapas, um local por vez, começando pelo trecho na altura da Praça da Bandeira, onde a empresa responsável já começou a montagem das estruturas e mobilização de maquinário para a intervenção.


No momento, não há interdições na via. No entanto, a prefeitura já adianta que, durante a execução dos serviços – de segunda a sexta-feira, para permitir a continuidade da tradicional feira de artesanato aos domingos –, a faixa de trânsito mais próxima ao canteiro central no trecho em obras será interditada. O percurso será sinalizado, sendo garantido o acesso a moradias e a estabelecimentos comerciais.


O novo desenho da Afonso Pena prevê ciclovia em todo o percurso, conectando-se com outras rotas cicloviárias existentes na Avenida Olegário Maciel e a rota Leste/Oeste (Avenida do Contorno). O projeto prevê ainda intervenções paisagísticas em praças e áreas verdes nos cruzamentos com as avenidas Brasil, Getúlio Vargas e Contorno, além de melhorias na travessia de pedestres e faixas exclusivas e preferenciais para ônibus.


Mercado das Flores reabre com mudança

Outro marco da história da capital no eixo da Afonso Pena, o Mercado das Flores está em obras e será reaberto até o início de 2024, segundo a Prefeitura de BH. Fechado há sete anos, o icônico imóvel, na esquina com a Rua da Bahia, já foi ponto de referência na capital, principalmente pela floricultura Flora Rosa, que funcionou diariamente lá durante 42 anos e nunca fechava.


O novo Centro de Atendimento ao Turista Mercado das Flores será transformado em um ponto de promoção da cultura, turismo social e apoio ao empreendedorismo, em parceria da prefeitura com o Sistema Fecomércio, que vai operacionalizar a venda de viagens, excursões, passeios e ingressos para espetáculos do Sesc, além de fornecer informações turísticas para a população e visitantes. 

 

Calendário: As estimativas para algumas das principais intervenções do “Centro de Todo Mundo”


Praça da Estação
Início das obras: Outubro de 2023
Previsão de conclusão: Setembro de 2024
Fase atual: Remoção do piso


Praça da Rodoviária
Previsão de início: Dezembro de 2023
Fase atual: Licitação em andamento


Praça do Papa
Previsão de início: A definir
Fase atual: Licitação em andamento


AVENIDA AFONSO PENA
Início das obras: Novembro de 2023
Previsão de conclusão: Outubro de 2024
Fase atual: Canteiro de obras na Praça da Bandeira