No Dia de Cristo Rei, a obra da catedral de Belo Horizonte, no Bairro Juliana, Região Norte da capital, completa 10 anos do seu início, com avanços que animam o arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, sua equipe e fiéis. Neste domingo (26/11), houve missa, de manhã, no templo, para celebrar o Dia de Cristo Rei e comemorar a primeira década da edificação projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).
"Estamos satisfeitos com o andamento do trabalho na Catedral Cristo Rei, que será uma escola de evangelização. Já temos prontos 65% da estrutura. É um milagre chegarmos até aqui," disse o arcebispo. O projeto é custeado com campanhas, incluindo a do cimento.
Dom Walmor presidiu a missa das 10h30, a segunda celebração eucarística da qual participa após a cirurgia na coluna lombar para descompressão das vértebras, em 8 de outubro. No sábado (25), também na catedral, ele presidiu missa na qual houve ordenação de 15 diáconos permanentes.
Sobre o dia de Cristo Rei, o arcebispo explicou que se trata de uma data importante na Igreja especialmente "para prestar serviço aos pobres, aos necessitados".
Visita à cúpula
Na companhia do diretor de Infraestrutura da Arquidiocese de Belo Horizonte, engenheiro Rômulo Albertini Rigueira, o Estado de Minas conheceu áreas recém-concluídas da catedral, entre elas a que tem a cúpula do templo, o domo, com 1,8 mil metros quadrados. Fica no ponto mais alto da edificação, podendo abrigar cerca de 1,5 mil pessoas.
O piso desse espaço será ligado à Praça das Famílias, onde haverá o altar externo e um rosário, no piso, em cujas contas estarão gravados os nomes dos colaboradores da construção.
"Fizemos algumas alterações no projeto de Niemeyer, a exemplo de aberturas para melhorar iluminação e aventilação dos ambientes", contou Rômulo, ao mostrar a laje recém-concretada da Praça das Famílias. A expectativa é de que, em fevereiro, as celebrações religiosas possam ocorrer nessa parte da catedral.
Nos últimos sete anos, os serviços na construção da Cristo Rei são administrados diretamente pela Arquidiocese de BH. Atualmente, segundo o diretor, trabalham no local 150 operários. Ele explicou que foram concluídos a parte estrutural do templo, o altar externo, as dependências da Rede Catedral de Comunicação, os escritórios da Mitra Arquidiocesana e da Sociedade Mineira de Cultura. As missas são celebradas na parte, onde, futuramente, será o auditório.
Iluminação
De acordo com a Arquidiocese de BH, um detalhe especial chama a atenção no templo: a abertura projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Com mudanças previstas para o próximo semestre, a catedral vai receber cerca de 200 servidores e uma infraestrutura dedicada a aproximadamente 300 paróquias na capital e em outros 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
História
A obra da Catedral Cristo Rei começou há exatamente 10 anos. Em novembro de 2013, o arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo abençoou as máquinas que iniciariam o trabalho de terraplanagem no terreno, localizado na Avenida Cristiano Machado, Região Norte da capital, epicentro geográfico da Arquidiocese de Horizonte.
Em 10 anos de trabalho ininterrupto, foram edificados 65% de todo conjunto arquitetônico da Cristo Rei, um trabalho que acompanha o ritmo das doações – a obra é possível graças também aos gestos de solidariedade.
A Catedral Cristo Rei foi planejada há mais de um século pelo primeiro arcebispo de Belo Horizonte, dom Antônio dos Santos Cabral (1884-1967). Mas o sonho começou a se tornar realidade em 2005, quando dom Walmor Oliveira de Azevedo solicitou ao arquiteto Oscar Niemeyer a concepção arquitetônica de uma catedral capaz de sediar iniciativas de amparo aos pobres, promover a cultura e a educação.
Segundo a Arquidiocese de BH, à medida que a obra avança, a Catedral Cristo Rei se torna sede de importantes celebrações e iniciativas da Igreja, a exemplo do programa “Dai-lhes vós mesmos de comer”, que partilha refeições com famílias pobres.