Pacientes em tratamento no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, e aqueles que venceram a doença se reuniram no início da tarde desta quinta-feira (30/11) na recepção da unidade hospitalar, na Avenida do Contorno, no Barro Preto, para um abraço solidário.
A iniciativa encerra o Novembro Azul, campanha de conscientização que percorre o Brasil para alertar os homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, entre outras doenças que afetam os homens.
Da portaria do Felício Rocho, os abraços formaram, a partir das 14h, uma corrente humana que contornou o prédio ao 'abraçar' todo o quarteirão, contemplado pelas ruas Timbiras, Uberaba e Aimorés. Além dos pacientes, participaram da iniciativa médicos, enfermeiros, colaboradores e pedestres que passavam pelo local.
A necessidade do ato simbólico em busca de conscientização é justificada devido ao fato da doença estar classificada como a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, segundo revela o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Nesse sentido, homens a partir dos 60 anos se enquadram no grupo de risco. Apesar disso, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda a procura por um urologista já a partir dos 50 anos.
Vale dizer que histórico familiar de câncer de próstata antes dos 60 anos e obesidade para tipos histológicos avançados também são fatores que ampliam as chances de ter a doença. Logo, a investigação diagnóstica deve ser feita por meio de PSA e do toque retal. No Brasil, o Inca estima 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025.
“O PSA tem a finalidade de medir no sangue o antígeno prostático específico, que é uma proteína produzida pela próstata e está disponível na corrente sanguínea e no sêmen. Níveis alterados dessa proteína podem indicar alterações na próstata. O toque retal possui a finalidade de avaliar o tamanho, o volume, a textura e a forma da próstata. Destaca-se que esses exames são recomendados para a investigação, mediante suspeita de câncer de próstata”, explica o Inca.
Leia também: Apenas 18% dos homens com mais de 50 anos já foram ao urologista, diz estudo
Como mostrou o EM, levantamento realizado entre janeiro e outubro pela Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, apontou, em 2023, o aumento de 7% do número de homens que realizaram exames PSA. O dado considera todas as mais de mil unidades de diagnóstico da Dasa, no país, em relação ao mesmo período do ano passado.
Novembro Azul
No Brasil, o Novembro Azul foi criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o intuito de promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao serviço de saúde. Apesar da campanha ter começado no Brasil com uma abordagem muito centrada na questão do câncer de próstata, ela foi ampliada para chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde masculina em todos os aspectos, ou seja, dentro da perspectiva de saúde integral.
Dados levantados pela SBU junto ao Ministério da Saúde mostram que mulheres vão ao médico mais do que homens. No primeiro semestre de 2022, foram 1,2 milhão de consultas de pacientes mulheres por ginecologistas e apenas 200 mil de pacientes homens por urologistas.