Medicamentos para controle de asma e outras doenças respiratórias estão em falta na Farmácia de Minas. Quem compareceu nesta segunda-feira (13/11) à unidade, na Av. Nossa Senhora de Fátima, bairro Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte, não encontrou os remédios de que precisa.
É o caso do Marcelo Lasmar, que foi buscar para sua esposa, Karen Almeida, o medicamento Mepolizumabe, indicado para tratamento complementar de manutenção da asma. Entretanto, ao chegar no local, o remédio não estava disponível. “Está em falta e não tem previsão. Pediram para consultar o aplicativo todo dia para ver se algum dia aparece”, afirma.
O remédio custa R$ 9 mil e o único meio de conseguir é através do programa de assistência farmacêutica. Karen tem asma crônica alérgica grave e começou a tomar o remédio no mês passado, assim apresentando uma melhora.
“Qualquer quadro gripal que tinha, ela ia parar dentro de um hospital. Com esse medicamento, ela teve uma gripe que não evoluiu. Então, quer dizer que o medicamento está funcionando”, diz.
Karen precisa tomar o medicamento todo mês para não ter piora no quadro de saúde. “Pode trazer outras consequências para a saúde dela como problemas de perda de osso, nessa parte óssea, de o fêmur dela fragilizar, pressão alta, entre outras complicações”, aponta.
Como não tem condições de custear o medicamento, Marcelo diz que caso em 15 dias não consiga o remédio, vai procurar meios judiciais para isso.
Elizabete Matos teve o mesmo problema. Ela foi à Farmácia de Minas pegar Anoro ellipta para sua mãe, medicamento utilizado para aliviar os sintomas em pacientes com doença pulmonar, mas não encontrou. “Eles não sabem informar nem quando vai estar disponível. Esse remédio é caro. Mas, como minha mãe recebe só um salário mínimo, não tem condição de comprar”, informa.
Elizabete conta que há um ano busca esse medicamento na unidade para sua mãe, que tem enfisema pulmonar. Porém, de um tempo pra cá, está recorrente a falta do remédio, conta ela. “Está faltando demais. Desde 23 de outubro eu estou vindo, e ele está em falta, são mais de 20 dias. Essa situação aconteceu outras vezes, mas dessa vez tá demorando mais”, afirma.
O medicamento em casa acabou e Elizabete diz que pretende continuar indo à Farmácia de Minas até conseguir. A reportagem do Estado de Minas perguntou aos funcionários do local se há um prazo para a chegada desses medicamentos, mas não quiseram informar.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio de nota, afirmou que os medicamentos Mepolizumabe e Budesonida + Formoterol 400 + 12 MCG pó inalatório e Budesonida + Formoterol 200 + 6 MCG pó para inalação estão em processo de aquisição pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e, tão logo estarão disponíveis para população, mas sem data específica.
A SES-MG informa que o produto Anoro Ellipta® possui como princípio ativo o umeclidínio associado a vilanterol. Esse medicamento é padronizado no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica para pessoas em tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), não para pacientes com asma. Atualmente o item está desabastecido. A expectativa é que o estoque seja reestabelecido no próximo mês.
A SES-MG destaca que diferentes fatores podem interferir no abastecimento de medicamentos na Farmácia de Minas para distribuição no estado. Estão relacionados ao processo de aquisição, procedimento logístico, disponibilidade de insumos farmacêuticos, desvios de qualidade, atrasos na entrega pelos fornecedores e pelo Ministério da Saúde, dentre outros fatores, que podem acarretar escassez de sua disponibilidade ao usuário final.
A Secretaria de Estado de Saúde salienta seu compromisso com os usuários e envida todos os esforços necessários para o fornecimento regular dos medicamentos que, tão logo sejam recebidos, serão disponibilizados aos pacientes.
A SES-MG destaca ainda que, antes de se dirigir até a Farmácia de Minas, o usuário habilitado deve verificar a disponibilidade do medicamento pelo LigMinas 155, Portal Cidadão ou pelo aplicativo MGApp.
*Estagiário sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa