Quem tentou acessar a parte baixa do poço da cachoeira do Tabuleiro no feriado do Dia da Proclamação da República (15/11), não conseguiu. De acordo com a prefeitura de Conceição do Mato Dentro, município localizado na Região Central de Minas Gerais, o local ficará interditado por tempo indeterminado por causa do risco de deslocamento de rochas.

A cachoeira, localizada na Unidade de Conservação Parque Natural Municipal do Tabuleiro, recebeu vistorias e levantamentos técnicos que constataram potencial deslocamento de rochas. A medida de interdição foi anunciada nessa segunda-feira (13/11), juntamente com a previsão de intervenções nas áreas de risco.



“Apesar da consciência do risco inerente em toda e qualquer atividade turística realizada em área natural, principalmente em áreas como cachoeiras e trilhas que percorrem encostas rochosas de alta declividade, medidas que ampliam a segurança do visitante devem ser tomadas e tal decisão, como o fechamento da cachoeira, se configura como uma das etapas de anulação de risco”, escreveu a prefeitura em nota.

A visitação na parte alta da cachoeira será mantida normalmente, respeitando as condições climáticas no local. Não há previsão de fechamento da área, a não ser que seja constatado risco ao visitante.

Leia a nota da prefeitura de Conceição do Mato Dentro na íntegra:

"A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro informa aos moradores e turistas que o poço da cachoeira do Tabuleiro – parte baixa - localizada na Unidade de Conservação Parque Natural Municipal do Tabuleiro, passa por uma interdição de emergência e estará fechado para visitação e banho por tempo indeterminado.

Comunicamos que, após vistorias e levantamentos técnicos realizados nos paredões da área da cachoeira do Tabuleiro e por meio de análises geotécnicas e pareceres emitidos por empresa especializada contratada pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, o poço da parte baixa da Cachoeira do Tabuleiro será fechado por tempo indeterminado para realização de intervenções em áreas de potencial deslocamento de rochas. Apesar da consciência do risco inerente em toda e qualquer atividade turística realizada em área natural, principalmente em áreas como cachoeiras e trilhas que percorrem encostas rochosas de alta declividade, medidas que ampliam a segurança do visitante devem ser tomadas e tal decisão, como o fechamento da cachoeira, se configura como uma das etapas de anulação do risco.

Vale destacar que o ambiente geológico natural da cachoeira do Tabuleiro tem processos de movimentos gravitacionais de massa complexos, intensos, dinâmicos e com evolução quase que diária.

Comunicamos também que a visitação na parte alta será mantida, respeitando a capacidade de carga e as condições climáticas. Por enquanto não há previsão de fechamento desta área, mas isso pode mudar caso haja risco ao visitante destacado pela empresa que nos assessora.

Assim que o atrativo for liberado será feita a comunicação por meio dos canais da prefeitura."

Histórico

A Cachoeira do Tabuleiro é a mais alta de Minas Gerais, com 273 metros de altura, e destino muito procurado por ecoturistas e aficionados por aventuras. Localizada a 175 km de distância de Belo Horizonte, se destaca de longe na formação rochosa dominante que marca a paisagem da Serra do Espinhaço e recebe 7 mil visitantes por ano.

Por mais antiga e consolidada que pareça, a queda d’água mais alta de Minas Gerais se mostra mutável aos olhos dos observadores. A incidência da luz solar nas rochas tem a curiosa capacidade de fazer com que a cachoeira adquira colorações diferentes, variando de um tom amarelado e brilhante para um vermelho opaco.

O local também faz parte de uma das travessias mais famosas do país: a trilha da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, também chamada de Lapinha X Tabuleiro. A trilha de 33 km é considerada de grau médio de dificuldade, já que, além de andar por caminhos leves, o visitante também vai encarar escaladas acidentadas, passando por picos, campos rupestres, cachoeiras e matas de galerias, com vista panorâmica para toda a Serra do Cipó.

Por se tratar de uma área de alta declividade, no entanto, sempre houve a consciência de riscos na Cachoeira do Tabuleiro. Em fevereiro deste ano, nove pessoas ficaram ilhadas na parte baixa da cachoeira por causa de uma tromba d’água. Todas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros com a ajuda de guias do parque, sem ferimentos.

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