Ele nasceu em Lisboa, Portugal, viveu em Pádua, na Itália, seguiu São Francisco de Assis, ganhou fama como “casamenteiro” e figura entre os ícones das festas juninas.

Com uma legião de devotos em Minas Gerais, batizando, com seu nome, rios, lugarejos e cidades, Santo Antônio é verdadeiramente “pop”, e até domingo (19), está no centro de uma exposição em Belo Horizonte, onde os destaques são altares de tamanhos variados pertencentes ao Museu de Lisboa – Santo Antônio.

Inédita no país, a “Exposição Tronos de Santo Antônio”, aberta na noite de ontem (16) para convidados no Grand Hotel Ronaldo Fraga, apresenta sete altares feitos pela população da capital portuguesa, incluindo comunidades, escolas, hospitais e outras localidades.



Há peças de mais 1 metro de altura e outros menores, pesando 3 quilos. Promovida pela Associação Turismo de Lisboa (ATL), a mostra conta a história da tradição centenária dos altares, com destaque para o acervo do Museu de Lisboa – Santo Antônio.

VISITAS

Com visitas guiadas em tempo integral, é possível, segundo os organizadores, conhecer e contemplar uma seleção de peças legítimas evocando símbolos populares típicos e costumes regionais. Entre eles, bairros, ruas, calçadas, azulejos, sardinhas, pães, louças de barro, o “tostãozinho”, as festas e casamentos.

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Em nota, os organizadores informam que “a combinação de uma Lisboa bairrista e pura com uma versão mais contemporânea, metropolitana e cosmopolita, refletindo preocupações ambientais e sustentáveis, é também retratada na mostra”.

HISTÓRIA

A tradição dos Tronos de Santo Antônio remete à resposta da população portuguesa ao terremoto, ocorrido em 1755, que abalou Lisboa e danificou a igreja dedicada ao santo, provocando grande mobilização em torno de sua reconstrução.

Enquanto os decretos reais ampliavam o recolhimento de esmolas em todo o reino, as crianças locais erguiam pequenos altares nas soleiras das casas durante o período das festas dos santos populares, pedindo “uma moeda para o Santo Antônio”. Assim, a tradição se enraizou e se tornou parte das atrações das famosas “Festas de Junho”.

Marcos Vieira /EM/D.A Press - Tronos lisboetas em Belo Horizonte
Marcos Vieira /EM/D.A Press - Tronos lisboetas em Belo Horizonte
Marcos Vieira /EM/D.A Press - Tronos lisboetas em Belo Horizonte
Marcos Vieira /EM/D.A Press - Tronos lisboetas em Belo Horizonte
Marcos Vieira /EM/D.A Press - Exposição Tronos de Santo Antonio no Grande Hotel Ronaldo Fraga, Funcionários
Marcos Vieira /EM/D.A Press - Tronos lisboetas em Belo Horizonte. Altares sao marca registrada da cultura de Lisboa

No século 19, as crianças passaram a pedir “cinco mil reizinhos para a cera do Santo Antônio” a fim de gastar em guloseimas e fogos de artifício, juntando-se à folia das festas, que incluíam arraiais, balões de cores e guitarradas.

Assim, toda a cidade se enfeitava para receber seu santo mais querido, seguido agora pelo pedido do “tostão para o Sant’Antônio”, estendido por todo o mês de junho.
Os tronos eram decorados com velas, vasos, cruzes e sacrários, entre outros objetos, de chumbo ou madeira, enquanto as imagens do religioso eram feitas em barro e, nas mais pobres, de estampas de papel.

O século 19 consolidou a presença das peças na cidade e, ainda hoje, em todo mês de junho, os bairros de Lisboa são decorados com os tronos em homenagem a Santo Antônio, o padroeiro preferido dos lisboetas.

SERVIÇO

“Exposição Tronos de Santo Antônio” – até domingo (19/11)

Horários: Sexta (17), das 11h às 19h; Sábado (18), das 10h às 16h; e Domingo (19), das 10h às 14h.

Local: Grand Hotel Ronaldo Fraga, que fica na Rua Ceará, 1.205, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH Belo Horizonte/MG

Entrada gratuita

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