Todas as honras ao mineiro Alberto Santos Dumont (1873-1932), nas comemorações dos 150 anos do seu nascimento. Na manhã desta quarta-feira (22), em sessão solene do Legislativo de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a memória do Pai da Aviação foi reverenciada com a concessão do Título Post Mortem de Cidadão Honorário da tricentenária cidade.

A cerimônia ocorreu no Teatro Municipal Antônio Roberto de Almeida, no Centro Histórico. O título foi entregue pelo vereador Paulo Henrique de Assis, autor da proposta, ao representante da Força Aérea Brasileira (FAB), o comandante do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), brigadeiro do Ar José Henrique Kaipper.

“Trata-se de um momento de extrema relevância, pois Santos Dumont é um ícone nacional. O título descobre outra parte da nossa história, as raízes em Santa Luzia”. O comandante contou que, neste ano de celebrações do sesquicentenário de Santos Dumont, já houve mais de 350 eventos, no país, para lembrar o Pai da Aviação.

Ao fazer a entrega do título, Paulo Henrique de Assis ressaltou a riqueza da história local: “Temos um importante legado e devemos valorizar, cada vez mais, nosso passado e os filhos ilustres da terra”.



No palco do teatro, foi colocado um painel com a foto do “mineiro voador” e a frase: “Santos Dumont – Sua história começa aqui na nossa Santa Luzia”. A solenidade teve a presença da banda de música Asas de Minas, do CIAAR, o qual completa 40 anos de atuação, com sede em Lagoa Santa (RMBH). O aniversário foi destacado durante a cerimônia, com a entrega de uma placa, pelo presidente da Câmara de Santa Luzia, Wagner Andrade, ao comandante José Henrique Kaipper.

HISTÓRIA

Nascido na Fazenda Cabangu, em Santos Dumont, na Zona da Mata, o aeronauta de fama mundial e sua família têm raízes bem profundas no território das Gerais.

O pai, Henrique Dumont (1832-1892), engenheiro, empreendedor e filho de franceses, era de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e a mãe, Francisca Paula Santos, de Ouro Preto, na Região Central. No caminho da família, estão também as cidades de Sabará, Matozinhos e Santa Luzia (RMBH).

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Henrique Dumont morou em Sabará e também na Fazenda da Jaguara, em Matozinhos, quando a cidade pertencia ao município de Santa Luzia – na Jaguara, nasceram três de seus oito filhos: Virgínia, Luís e Gabriela.

A proposta do vereador Paulo Henrique de Assis, sancionada pelo prefeito de Santa Luzia, Luiz Sérgio Ferreira Costa, levou em conta que, se três irmãos nasceram na Jaguara, quando pertencia ao território luziense, há um forte vínculo com a cidade tricentenária. “A história nunca pode morrer, e essa é uma forma de manter esse legado”, disse o vereador.

DISCORDÂNCIA

O local de nascimento, algumas vezes, confundiu pesquisadores. “Curiosamente, nas primeiras décadas do século passado, houve discordância sobre o local exato de nascimento de Santos Dumont. Para se ter uma ideia, em 28 de setembro de 1913, foi aprovada, por unanimidade, no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), uma proposta do senador Camilo de Brito nomeando uma comissão para “proceder às indagações e verificar o local de nascimento”, conta o presidente da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, Adalberto Andrade Mateus, membro do IHGMG.

Adalberto, que considera importante a homenagem do Legislativo municipal ao “Pai da Aviação”, observa que até mesmo a Academia Brasileira de Letras (ABL) chegou a se confundir.

Eis um texto publicado pela ABL: “Alberto Santos Dumont, inventor e aeronauta, nasceu a 20 de julho de 1873, em Santa Luzia do Rio das Velhas (nome antigo do município), hoje cidade de Santos Dumont, depois de ter sido denominada cidade de Palmira por dilatados anos”.

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