Os sócios da cervejaria Backer foram ouvidos na tarde desta terça-feira (28/11), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Apontados como responsáveis pela intoxicação de 19 pessoas e pela morte de outras dez, os três réus teriam envolvimento direto com a produção da cerveja Belorizontina, contaminada com dietileno e monoetilenoglicol, substâncias tóxicas a humanos e animais. Apesar disso, em juízo, Ana Paula Lebbos, Hayan e Munir Franco Khalil Lebbos afirmaram que não tinham conhecimento ou participação na produção da cerveja. Outros sete acusados deverão ser ouvidos ainda esta semana.

De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, a primeira testemunha ouvida foi a diretora de marketing da empresa, Ana Paula Lebbos. Em seu depoimento, a sócia-proprietária da Backer alegou que não tinha contato com o parque industrial e que atuava somente na divulgação e publicidade dos produtos.



Ana Paula ainda relatou que, quando a empresa foi notificada pelo Ministério da Agricultura sobre a possível contaminação, o departamento que chefiava acionou a imprensa para que a população ficasse ciente dos riscos. Dez pessoas morreram e outras 19 tiveram lesões e sequelas após consumir a cerveja Belorizontina, fabricada pela cervejaria Backer, no final de 2019.

O primeiro depoimento durou cerca de 40 minutos. Para não falar com a imprensa, a diretora de marketing da Backer saiu pela garagem do Fórum Lafayette. Ela é acusada de corromper, adulterar, falsificar ou alterar produto alimentício destinado a consumo; deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade de produtos de consumo, cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado.

Em seguida foram ouvidos os irmãos Hayan e Munir Franco Khalil Lebbos, também proprietários da empresa. Apesar dos depoimentos terem sido prestados separadamente, ambos afirmaram que não tinham funções na cervejaria.

Munir alegou que era responsável pelos cinco restaurantes da família e que, apesar do Templo Cervejeiro estar no mesmo terreno que a cervejaria, não frequentava a fábrica. Já Hayan informou que na época dos fatos não trabalhava na empresa porque estava estudando. Ele explicou que se tornou proprietário ao herdar a sociedade da mãe e que apenas comparecia no local quando seu pai lhe pedia para assinar algum documento.

A reportagem procurou o Ministério Público de Minas Gerais, que representa as vítimas no processo criminal, mas até o momento o órgão ainda não havia se pronunciado sobre o processo. 

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