Mesmo sem fazer parte do projeto inicial de Belo Horizonte, a Praça Raul Soares parece que sempre esteve ali, disposta como um coração aberto no Centro da cidade. O formato circular da praça, localizada na interseção das avenidas Amazonas, Olegário Maciel, Bias Fortes e Augusto de Lima, a transformou em uma grande referência para os belo-horizontinos que apreciam o belo espaço público de cima e no nível das ruas.



Os trabalhos de construção do praça, que originalmente se chamaria Quatorze de Setembro, começaram em 1929. O espaço foi inaugurado em 1936 e terminou sendo oficialmente batizado em homenagem ao ex-governador de Minas Raul Soares (1877-1924), que tomou posse em 1922. Inspirado nos jardins europeus, o traçado é de autoria do arquiteto Érico de Paulo e utiliza elementos geométricos nas calçadas portuguesas, com desenhos que fazem referência à cultura marajoara e ao estilo art déco, em alta na época.

O valor e importância da praça foram confirmados em 1988, quando o tombamento estadual do espaço foi aprovado e inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Segundo estudo do Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural de Minas Gerais (Iepha), “a concepção original do paisagismo, de autoria desconhecida, caracteriza-se pela rígida distribuição axial, centralizada em uma fonte luminosa, pela simetria enfatizada pelas moitas esféricas de topiaria e pelas perspectivas grandiosas”.

Atualmente, a Praça Raul Soares ainda é um importante espaço do Centro de Belo Horizonte e foi renovada recentemente, ao receber, em 2022, a sétima edição do Circuito Urbano de Arte (Cura). Apelidado de Cura Raulzona, o projeto que foi responsável por levar pinturas e arte para outros espaços de Belo Horizonte, trouxe cor para o local com pinturas no chão da praça e diversas empenas dos prédios ao redor. A vida noturna do espaço público também volta a ganhar vida com os novos bares da Galeria São Vicente, que permitem a apreciação da Raul Soares nos momentos de descontração dos belo-horizontinos.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

 

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