Dois homens e um adolescente de 13 anos foram detidos suspeitos do atentado contra uma viatura da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), em Contagem, na Grande BH, na amanhã deste domingo (03/12). A princípio, não há uma relação direta entre o ataque e os policiais, que são do 41º Batalhão, sediado no Barreiro, em Belo Horizonte, e o suspeitos.
De acordo com a PMMG, a viatura do Tático Móvel que é de emprego em ocorrências especializadas do 41º Batalhão (Barreiro) retornava de abastecimento em Contagem, na Grande BH, com três policiais embarcados, quando na altura do Bairro Bela Vista sofreu um disparo de arma de fogo.O tiro estilhaço a janela do banco de trás do lado do carona e os fragmentos atingiram a cabeça de um sargento postado atrás do assento do motorista, na posição de patrulheiro.
De acordo com a corporação, ele teve ferimentos e precisou de levar pontos no supercílio direito, próximo ao olho. O militar foi atendido no Hospital Municipal de Contagem, liberado e passa bem.
"Se não fosse o desvio que o vidro provocou no projétil disparado, o militar poderia ter sido atingido e em vez de estarmos tratando de uma ocorrência de homicídio tentado, estarmos agora tratando de um homicídio. Não há nenhum conflito na região (como guerra entre facções), nem ocorrências com conflitos, apenas prisões em ações constantes nossas contra o tráfico. mas nada que gerasse conflito ou retaliação. Inclusive, os policiais atingidos atuam em BH e nunca atuaram em Contagem", disse a porta-voz da PMMG, major Layla Brunnela.
Após o disparo, a viatura atingida levou o militar até o atendimento no Pronto-Socorro do Hospital Municipal de Contagem, a menos de 10 minutos do local do crime.
A partir de informações recebidas a PMMG chegou a um menor de 13 anos, que teria participação no atentado. "Esse menor repassou informações a respeito dos autores desse delito. Ele apontou uma residência onde ocorria tráfico de entorpecentes. Foi onde apreendemos a primeira arma de fogo", afirma a major, se referindo a uma espingarda antiga, de carregamento a pólvora pela boca de fogo e percursor com espoleta.
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Com a identificação dos outros autores um cerco abrangente se iniciou, contando com a ação de vários batalhões e seus serviços de inteligência: 41º, 18º, 39º, 2º de Policiamento Especializado que utiliza cães farejadores, Choque, helicóptero Pégasus do Comando de Aviação do Estado, Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (ROTAM).
Outros dois suspeitos foram então detidos, sendo um deles portador de tornozeleira eletrônica utilizada para monitoramento de condenados a medidas de liberdade assistida, com passagem pelo sistema prisional por tráfico de entorpecentes.
Esse suspeito estava em um apartamento que seria de uma namorada, no terceiro andar do Conjunto Bernardão, em Contagem. Ao se ver cercado pela polícia tentou fugir pela janela e saltou, se ferindo no processo, mas sem gravidade, e sendo detido. Com ele havia uma pistola calibre .40 que é de uso restrito das forças de segurança pública e sem numeração, além de 12 munições. Também foram apreendidos quatro telefones celulares, uma balança de precisão, 57 buchas de maconha.
Mais à diante a PMMG recebeu uma denúncia anônima dando conta do paradeiro de um revólver calibre 38 com duas munições, que teria sido usado para disparar contra a viatura e ferir o sargento.
"Possivelmente essa é a arma utilizada para atingir a nossa viatura e esse respaldo veio também da perícia técnica. Perguntados, os autores disseram ter disparado depois de terem utilizado entorpecentes e disseram não ter nenhuma questão contra os policiais, até porque os militares agiam em Belo Horizonte e os suspeitos estavam em Contagem", afirma a major.
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A representante da PMMG admite que a arma foi deixada dentro de um barracão abandonado no Bairro Bela Vista, porque seus detentores sabiam do forte esquema policial armado para encontrar todos os vestígios de provas desse atentado contra a PMMG.
Quero ressaltar essa resposta rápida dada para a sociedade. Quando temos um policial militar vítima de um homicídio tentado, atacado por infratores, essa resposta precisa ser rápida. Não é só um policial atingido, mas também o Estado que é atingido, a sociedade atingida. Se deixarmos ser instalada a desordem e o caos, nós não conseguimos recuperar isso posteriormente", disse a porta-voz da PMMG.
O caso vai ser investigado agora pela Polícia Civil de Minas Gerais.