O vice-prefeito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, Cristiano Vilas Boas (PT), é suspeito de estuprar uma mulher em uma festa de aniversário dentro de um condomínio fechado, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na madrugada deste domingo (3/12). A Polícia Civil deixou de efetuar a prisão em flagrante por não existir, nos autos, fundadas suspeitas de que o conduzido praticou atos sexuais. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a denúncia de estupro partiu de uma mulher que esteve presente em um mesmo evento com o político nesse sábado (02/12). A mulher conta que saiu com amigos para uma festa de aniversário. No local, ela conheceu o vice-prefeito, Cristiano Vilas Boas, que teria se apresentado a ela.
Ainda segundo a mulher, apesar de no início ter recusado as investidas do político, teria, em um certo momento, o beijado. Logo depois, ela voltou para a festa sem ter nenhum contato com ele. A mulher conta que fez uso de bebida alcoólica e de ecstasy. Disse ainda que, por estar exausta, se deitou em um sofá, momento em que o vice-prefeito disse a ela para descansar em um quarto da casa.
No Boletim de Ocorrência, a mulher ainda conta que, por volta das 7h30 do domingo, acordou sem a calcinha e viu o suspeito acariciando as partes íntimas dela.
Ela completa dizendo que entrou em choque e perguntou ao suspeito o que estava acontecendo. Ele disse que estava havendo uma química entre eles e que ela estava consentindo. Ele ofereceu um copo d’água e saiu do quarto dizendo que não iria mais incomodá-la.
Após o fato, a vítima relatou no BO que pegou seus pertences e saiu do evento com o casal de amigos que a deixou em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ela relata que pegou um transporte de aplicativo e se direcionou a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade de Ibirité, também na RMBH. A mulher foi medicada e encaminhada para a delegacia.
Ainda segundo o BO, militares do 48° Batalhão de Polícia localizaram o suspeito que foi conduzido à delegacia na cidade de Nova Lima.
Atualização do caso
De acordo com o despacho emitido pela Delegada de Polícia Brunna Silva e Brito, quatro testemunhas, incluindo o casal que deu a carona à mulher, disseram que não viram o político e a vítima subirem para o quarto, local onde teria acontecido os atos de violência sexual.
Ainda segundo o despacho, duas testemunhas disseram à delegada que a mulher não tinha reclamado ou mencionado nada sobre o abuso sexual e ainda afirmaram que a vítima estava em estado normal durante a festa e não aparentou estar constrangida.
Ainda segundo o despacho, Cristiano Vilas Boas, “não tem antecedentes criminais e não existe nos autos fundadas suspeitas de que o político tenha praticado atos sexuais ilícitos e, dessa forma, será necessária a colheita de outros elementos que comprovem os fatos”.
Os documentos não informaram se houve encaminhamento para exame de corpo de delito para a coleta de vestígios de estupro.
A prefeitura de Mariana informou, em nota, que "acompanha os fatos noticiados", mas que as acusações são relacionadas à conduta privada do vice-prefeito e que serão investigadas pelas autoridades competentes. O município lamentou o ocorrido.