O Coletivo de Mulheres Olga Benário passou a ocupar, na manhã desta quarta-feira (6), um terreno no Bairro União, na Região Nordeste da capital. São cerca de 120 pessoas no local, que seria usado para construção da Casa da Mulher Brasileira em Belo Horizonte, e está atualmente abandonado.
Há a expectativa de que o número de pessoas na ocupação ultrapasse os 300 nos próximos dias. Segundo Laysa Xavier, uma das organizadoras do movimento, a ocupação quer chamar a atenção do Governo de Minas e da Prefeitura de BH para pautas importantes.
“Esse espaço deveria estar sendo construído a Casa da Mulher Brasileira. Chegamos aqui e ele está totalmente abandonado, sem obra. É um espaço da PBH, que foi cedido ao Estado de Minas Gerais para realizar a construção. Queremos denunciar o aumento no número de feminicídios no estado, que é o segundo que mais mata mulher no país e o governo não tem nenhuma política contra isso, disse.
Além disso, o movimento também quer a cessão do imóvel onde hoje funciona a Casa Tina Martins, um dos principais centros de referência e acolhimento para mulheres vítimas de violência na capital mineira. “Entramos em contato com Estado e Prefeitura, mas eles jogam a responsabilidade entre si. Ninguém se responsabiliza pela resolução dos problemas”, contou.
A Casa Tina Martins fica no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de BH e, atualmente, é 100% gerida pelo movimento de mulheres. Segundo Laysa, elas não recebem apoio das autoridades e querem que a concessão do espaço seja cedida ao movimento.
“A ideia é só sair daqui quando tivermos uma resposta. As pautas centrais são o início imediato da construção da Casa da Mulher aqui no bairro União, mas que não seja feita de forma isolada, pensando no desenvolvimento social e na população. Queremos que criem um comitê e a gente participe disso. Também queremos a cessão da Casa Tina Martins. Fazemos o acolhimento todo lá por contra própria, sem ajuda do governo ou da Prefeitura”, completou Laysa.
A construção do espaço no bairro União está a cargo da Prefeitura de Belo Horizonte que, em nota, informou que as obras devem começar no segundo semestre de 2024.
Já o Governo de Minas Gerais informou que o projeto de construção pertence a PBH e que ele apenas “compete articular com as instituições envolvidas, como Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública, Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), propostas para organizar os futuros serviços que poderão ser ofertados no espaço”.