Em setembro, o Horizontes mostrou a relação da bica
com a população há pelo menos 80 anos -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. 25/09/2023)

Em setembro, o Horizontes mostrou a relação da bica com a população há pelo menos 80 anos

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. 25/09/2023

Uma das bicas de água mineral mais tradicionais da cidade, reconhecida por matar a sede dos moradores há pelo menos 80 anos, está em reforma. As obras na Bica da Petrolina, localizada na esquina da Rua Abílio Machado com a Avenida Petrolina, no Bairro Sagrada Família, começaram na última quinta-feira (30/11). A fonte foi assunto aqui mesmo na coluna Horizontes em setembro do ano passado, com reportagem que mostrava a sua importância para a comunidade.

Funcionários da prefeitura que estavam ontem no local explicaram que, além de melhorar a vazão da água, as intervenções também irão recuperar o mural da arquiteta Maria Beatriz Boncompagni de Castro. Executado pelos mosaicistas Breno de Jesus dos Santos e Rubens Gomes de Souza, o mural estava se desprendendo da parede. É possível ver pedaços de cerâmicas soltos. A PBH diz que a obra deve ser finalizada nas próximas semanas, a depender das condições climáticas.

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Jair Amaral/EM/D.A Press

 

Mas, nem mesmo a obra secou a bica. A água da mina não foi interrompida e continua a matar a sede e reduzir o calor dos moradores e operários. É o caso do policial militar e morador do bairro há 25 anos, Wendel Wagner, que diz apoiar a reforma. “Com certeza vale a pena. Estava precisando da reforma principalmente por causa da depreciação. Pessoal chegou a furtar a placa da antiga reforma. Isso é o patrimônio do bairro, meu sogro há mais de 50 anos já pegava a água da bica. Então, é uma parte do bairro, um serviço do bairro que é essencial”, afirma.

Wendel conta que a água da bica do Sagrada Família é diferente de qualquer coisa. “Essa água não seca, passa ano, sai ano, vem seca e a bica não acaba. É uma água mais leve, um ph mais suave, que pego toda semana, sempre levo por volta de dois galões de 20 litros”, diz.

O metroviário Luiz Carlos Fagundes vem de Sabará com sua esposa a cada 15 dias e leva quatro galões para buscar água da bica. “O gosto é diferente, é uma água mais pura. Para a saúde é bem melhor”, explica.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Gabriel Felice