Durante toda semana, Belo Horizonte registrou pancadas de chuva que deram um alívio no calor, mas o indicador de umidade relativa do ar medido pela Defesa Civil nesses dias apontam índices baixos. Os números estão certos ou se contradizem com a realidade, já que a chegada de chuva normalmente eleva os índices de umidade? Especialistas explicam a situação.
“Normalmente quando chove a umidade aumenta, mas pode ocorrer chuva mesmo em dias em que a umidade relativa do ar fica baixa, inferiores a 30%. Estamos com um período chuvoso bastante atípico, com poucos dias com chuvas, ou seja, chuvas irregulares”, explica a Defesa Civil.
Claudemir Azevedo, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) complementa a questão. “Estamos com um ar mais seco predominando e essa umidade mais baixa, digamos que ela é instantânea, naquele horário mais específico das 15h, quando a temperatura fica mais elevada e provoca umidade na casa dos 30%. No geral, a umidade não fica o dia inteiro baixa, somente neste horário”, afirma.
Então, quando a população vê e ouve sobre os dados, a umidade divulgada pelos meteorologistas é a previsão do pico mais baixo do dia, que não corresponde ao dia inteiro. “Quando a gente tem uma concentração maior de vapor d'água na atmosfera a umidade se eleva, esse percentual é medido e representa a umidade relativa do ar”, diz.
Claudemir ressalta que, se o tempo está nublado, com nuvens carregadas de chuva, a umidade sempre se eleva, e com a chegada das frentes frias ultrapassa os 60%.