Nos últimos 30 dias, quatro casos envolvendo influencers causaram problemas de depredação e confusão em Paracatu, no Noroeste de Minas, em Belo Horizonte (Praça da Liberdade e Barreiro) e em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o que mobilizou tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar.
A Polícia Civil soltou nota dirigida a toda a população mineira. “A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que exerce a função precípua de investigação criminal, visando ao esclarecimento de autoria, materialidade, motivo e circunstâncias dos fatos que aportam nas unidades policiais, dentre eles as ocorrências sobre supostos crimes praticados por influenciadores digitais.”
Na nota, conclama a população a ajudar. “A PCMG orienta a todo cidadão que tenha sido lesado, que compareça a uma delegacia mais próxima de sua residência, munido de todas as informações e provas possíveis, as quais irão subsidiar a investigação.”
Segundo a Polícia Civil, o crime cometido pelos influencers é o estelionato, e que a ação penal é pública e está condicionada à representação da vítima, conforme previsão legal, para a instauração de inquérito policial.
No último dia 26 de novembro, a Polícia Militar foi acionada na região do Barreiro, quando foi registrada ocorrência envolvendo um influenciador digital, de 23 anos, que estaria realizando um evento para entrega de prêmios decorrentes de venda de rifas. Na ocasião, não houve conduzidos à delegacia de plantão e a Polícia Civil está apurando os fatos.
Na ocorrência registrada na noite de 1º de dezembro, na Praça da Liberdade, em BH, que teve jardins danificados e luzes da decoração de Natal destruídas, a Polícia Civil informa que, tão logo foi acionada, encaminhou a perícia oficial ao local para a coleta de vestígios que subsidiarão as investigações. Também nesse caso, não houve prisões. Foi instaurado inquérito policial para a apuração.
No caso de Paracatu, há uma investigação sobre uma espécie gincana feita por um influenciador digital, César Rincón, que causou alvoroço na cidade e colocou em risco o patrimônio histórico. A Igreja de Santana e três praças foram depredadas. Ele anunciou em redes sociais que daria R$ 5 mil para cada pessoa que encontrasse uma das três chaves que tinha escondido em praças da cidade. A Polícia Civil está investigando o caso.
Muito dinheiro
O quarto caso ocorreu em Juiz de Fora, onde a Polícia Civil prendeu, em 28 de novembro, sete influenciadores digitais na operação Provérbios 16:18, com o objetivo de apurar lavagem de dinheiro, organização criminosa, rifa ilegal e sonegação de impostos em Juiz de Fora, Zona da Mata.
Cinco suspeitos foram presos em flagrante na rodovia BR-116, quando se deslocavam para entregar uma moto rifada em Além Paraíba. Outros dois alvos foram presos em residências nas quais foram encontrados materiais ilícitos.
Nesse caso, já foram apreendidos 10 carros, 12 motos e duas moto aquáticas. Três estabelecimentos comerciais foram interditados e cerca de 200 pacotes de cigarro, aparelhos celulares e R$ 14 mil em dinheiro também foram arrecadados.
De acordo com o delegado da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado, Marcos Vignolo, a investigação apurou que o grupo movimentou cerca de R$ 3,5 milhões.