Um youtuber de 19 anos, com 12 mil seguidores, foi preso acusado de aliciar menores por meio da internet e de cometer estupro de vulnerável e armazenar conteúdo sexual de crianças e adolescentes.
Segundo a delegada Cristiana Angelini, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes e Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de Minas Gerais, as investigações tiveram início quando uma mãe procurou a delegacia, em 23 de agosto último, denunciando que a filha dela, de 10 anos, seria vítima de um homem na internet.
“A mãe desconfiou do tempo em que a filha ficava na internet. Resolveu, então, fazer uma verificação dos conteúdos acessados e descobriu um telefone diferente, com DDD de São Paulo, quando decidiu procurar a nossa delegacia”, conta Angelini.
A polícia passou a investigar e identificou o youtuber, que faz um trabalho de relaxamento, que visa diminuir a ansiedade, atividade conhecida por ASMR (Resposta Sensorial Meridional Autônoma). Mas descobriu que este não era seu único perfil. Ele também tinha um perfil de pornografia, com crianças e adolescentes. Os canais foram fechados.
A delegada Angelini apresentou, então, pedido de prisão preventiva, autorizado pela Justiça. Na última terça-feira (12/12), o suspeito foi preso na cidade paulista de Capivari.
Leia também: Mulher é encontrada morta em banheiro da Delegacia da Mulher em BH
Mais vítimas
“Apreendemos celulares e computadores, que serão examinados pelo pessoal de laboratório da Polícia Civil”, informa a delegada.
Todo o trabalho de investigação foi feito pela Polícia Civil mineira, mas o suspeito está preso em São Paulo. No entanto, deverá ser transferido para Belo Horizonte.
“O que essa mãe fez é um exemplo para todas as mães, que devem se manter atentas, principalmente com relação ao uso do equipamento por seus filhos. É um exemplo a ser seguido”, ressalta a delegada Angelini.
A policial afirma que o suspeito será indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável, armazenamento de conteúdo sexual, incitar criança a praticar atos libidinosos.
Ainda segundo a delegada Angelini, o suspeito ensinava as vítimas como agir, o que fazer, como gravar, sempre com foco em cenas sexuais.
“Em seu depoimento, o suspeito alegou não saber que se tratavam de crianças, acreditava que eram adolescentes acima de 14 anos, o que também é crime. Ele admitiu que existem pelo menos mais sete crianças vítimas”, afirma a delegada.